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15 anos sem Dimebag Darrell (PANTERA)

Ainda hoje é difícil olhar para trás e compreender o que aconteceu naquele triste 8 de dezembro de 2004. Também é estranho pensar que quinze anos se passaram desde então. Mas o fato é que exatos quinze anos atrás Nathan Gale, um jovem de 25 anos, alegadamente um velho fã do PANTERA, caminhou em direção ao palco do Alrosa Villa em Columbus, Ohio, e disparou contra o guitarrista Dimebag Darrell, um dos fundadores do PANTERA, e que neste dia tocava com sua nova banda, o DAMAGEPLAN. Na tragédia que se seguiu, quatro pessoas foram mortas e três foram feridas antes que o policial James D. Niggemeyer colocasse números finais a matança, adicionando o corpo de Gale a conta.

Ainda lembro em detalhes o que eu fazia quando ouvi a notícia. Eu estava em casa, tomava uma enorme xícara de chá de hibisco enquanto lia uma coletânea de contos de Rubem Fonseca. De repente, da TV, que permanecia ligada apenas para fornecer o ‘ruído de fundo’ apropriado para as minhas horas de leitura, a notícia foi despejada por um apresentador claramente despreparado, que não conhecia nada sobre a história da música, que nada sabia sobre o PANTERA ou sobre o heavy metal, que provavelmente nunca tinha tido contato algum com a obra de Darrell, e que despejou a notícia toda de uma vez, sem sensibilidade, sem pensar, e ainda dando a entender que o guitarrista tinha colhido o que plantou, já que as músicas de sua antiga banda pregavam a violência. Sim, preconceito, despreparo e estupidez não nasceram com o ‘maestro de hoje’, ele já estava presente no apresentador de ontem, na sociedade de sempre… E ainda querem transformar os fãs de rock em cordeiros conformados…

Lembro que eu simplesmente larguei o livro sobre a mesa de centro, caminhei até o meu quarto – cujas paredes eram literalmente cobertas por pôsteres do PANTERA, SEPULTURA, MORBID ANGEL e ENTOMBED – e lá me tranquei por dias. Eu não queria mais falar com ninguém. Eu não queria que os meus amigos, que sabiam o quanto eu amava as músicas criadas por aquele guitarrista incrível viessem me dizer palavras de conforto. Eu só queria sumir.

Eu sabia de cor cada verso de cada canção dos álbuns do PANTERA (sim, eu evitei tudo o que veio antes de Cowboys From Hell. A própria banda nos incitava a isso, lembram?). Mesmo assim, eu voltei a escutar todos aqueles clássicos novamente, repetidas e infinitas vezes. Sem lágrimas nos olhos, aquelas músicas me davam energia, me faziam querer viver. Que ironia que um de seus criadores estivesse morto.

Chegou o dia em que eu tive que sair do quarto, reencontrar o mundo e as coisas. Fiz isso, ainda ouvindo Cowboys From Hell, Vulgar Display Of Power, Far Beyond Driven e claro, o meu favorito, The Great Southern Trendkill. Ainda hoje esses álbuns são uma constante na minha vida. E que bom que pode ser assim. Que bom que Gale não venceu essa batalha.

Já se vão quinze anos que Dimebag deixou esse mundo. Seu irmão, Vinnie Paul, que presenciou toda a cena, também não está mais entre nós. Volta e meia todos nós já ouvimos rumores e mais rumores de um retorno do PANTERA. Mas, quer saber? O PANTERA nunca saiu de cena. Dimebag nunca saiu do palco. Ainda hoje podemos ouvir resquícios daquele estilo violento e repleto de groove que ele ajudou a criar, em inúmeras bandas, muitas delas até mais antigas do que o PANTERA. São quinze anos sem Dimebag, mas nem um único dia em que os riffs de Mouth For War, Walk, This Love, Cemetery Gates, Cowboys From Hell, 5 Minutes Alone, Becoming, Drag The Waters ou tantas outras sejam tocadas em todas as partes do mundo.

O que Dimebag criou é único e nos é precioso. Não esquecemos, e não esqueceremos jamais. Saudades, ‘Dime’…

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