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A.N.I.E.

Quem acompanha a carreira dos músicos Fernando Quesada e Junior Carelli, certamente sabe o quão ‘workaholics’ esses caras são. Além de integrarem o Noturnall e o Shaman, ambos têm no currículo trabalhos com outras bandas – inclusive, recentemente, Carelli participou de alguns shows que o Angra fez no Brasil em comemoração aos vinte anos do clássico álbum “Holy Land”. No momento, enquanto o Noturnall recarrega as baterias, a dupla tem dado prioridade ao seu novo e inovador projeto chamado A.N.I.E. (abreviatura para Acoustic Natural Intense Experience). E se logo que surgiu na cena o Noturnall estreou nos palcos gravando um DVD ao vivo, dessa vez Quesada e Carelli repetiram a experiência e no último dia 19 de novembro realizaram o primeiro show da “Eletro Acoustic Tour” do A.N.I.E., no Gillan’s Inn English Rock Bar, aproveitando a ocasião para também filmar a apresentação desse projeto para um futuro DVD que, provavelmente, deverá ser lançado em fevereiro de 2017 – conforme revelou à ROADIE CREW, o tecladista Junior Carelli.

O aconchegante Gillan’s Inn estava tomado de gente que compareceu para prestigiar a dupla. Quesada e Carelli entraram em cena ás 21h30, após breve introdução, tocando a música “Choices”. Ao contrário do nervosismo que ambos poderiam demonstrar por estarem fazendo o show de estreia e, principalmente, por estarem gravando o DVD, eles transpareciam estar bem descontraídos e levavam o show como se estivessem realizando um ensaio aberto. Nem mesmo os “olhares” das mais de vinte câmeras que iam capturando as imagens pareciam intimidá-los. Tanto que, na primeira pausa, os dois cumprimentaram a plateia falando coisas engraçadas. Eles ainda salientaram o fato de aquele ser o primeiro show do A.N.I.E. e deram continuidade com “Finally Home” (Shaman). Quesada anunciou essa música dizendo que ela tem muita importância na carreira dele e de seu companheiro, pois foi através dela, tocando juntos, que tudo começou. O A.N.I.E. tem gravado um videoclipe para cada música composta ou coverizada, e eles iam sendo apresentados durante o show, enquanto os músicos seguiam tocando. Assim como os clipes, imagens de bastidores do A.N.I.E e também do Noturnall também eram exibidas no telão, que ficava bem acima do palco.

Durante os dias que anteciparam o evento, foi anunciado que alguns convidados participariam e o norte-americano Mike Orlando, que também faz parte do Noturnall, foi o primeiro deles a subir no palco. O guitarrista, que é conhecido por ser um dos mais velozes do mundo, entrou mostrando que no violão também domina essa habilidade. Na sequência, ele e os brasileiros tocaram “Indifferent”, música do Adrenaline Mob, sua outra banda. Assim que Orlando se despediu, houve uma pequena pausa no set para que um trecho de um dos vídeos que mostrava Carelli e Quesada nos Estados Unidos quando foram gravar alguns clipes fosse exibido. Outro cover que entrou no repertório e ficou bem interessante nesse formato foi “Nova Era” (Angra), que foi cantado em duo.

O segundo convidado da noite a ser chamado no palco foi o vocalista do Age Of Artemis e ator principal do musical “We Will Rock You”, Alírio Netto. Alírio entrou elogiando a dupla pelo trabalho que está fazendo e a agradeceu pela oportunidade. Aí então Alírio mandou ver em “Hallelujah”, música do cantor e compositor canadense Leonard Cohen, que morreu no último dia 07 de novembro. Alírio se despediu sendo bastante aplaudido devido não somente a sua habitual performance vocal, mas também pelo seu carisma. Sem perder tempo, a banda chamou o convidado mais aguardado da noite. A comoção foi geral quando Thiago Bianchi surgiu no palco. Aparentando estar recuperado de uma grave doença que o acometeu há alguns meses e visivelmente bem mais magro, Bianchi cumprimentou a todos e cantou “This Is Life” (Noturnall). No primeiro ‘drive’ que soltou, foi bastante ovacionado. Ao final da música, o público gritou o nome “Thiago” em uníssono e com bom humor o vocalista perguntou: “zuado?”. Todos caíram na gargalhada.

O jovem Luiz Fernando Venturelli, de apenas 16 anos de idade, que já havia participado do DVD “First Night Live” (2014) do Noturnall, entrou a seguir e impressionou a todos com seu solo de violoncelo. Na sequência, ele e a dupla apresentaram uma versão para “For Tomorrow” do Shaman. Após a execução da inédita “A Gambling Game”, o último convidado da noite, o vocalista Gus Nascimento, não só cantou “High Times”, como também a inesperada “We All Die Young”, música da banda Steelheart, que faz parte da trilha sonora do filme “Rock Star”.

O show já caminhava para o final, quando um momento muito bacana aconteceu. A decoração do palco que dispunha de alguns ornamentos natalinos passou a contar com um boneco de neve gigante e inflável, enquanto outro menor apareceu apoiado na mesa do bar que ficava próximo à pista. Esses elementos deram um clima muito bonito para a execução de “Christmas Time (Special Christmas)”. No decorrer da canção, a plateia foi pega de surpresa com a neve artificial que caiu do teto, dando um “banho” de espuma em todos. Essa parte do set lembrou bastante o conceito natalino da banda norte-americana Trans-Siberian Orchestra, projeto encabeçado pelo tecladista e líder do Savatage, Jon Oliva. E foi nesse clima divertido e de Natal antecipado que o A.N.I.E. tocou a música “Suicide Letter” e se despediu. Foi um show de uma hora e meia que definitivamente cativou o público.

Ao final do show, entrevistamos Júnior Carelli e Fernando Quesada, que comentaram sobre o projeto A.N.I.E., deram detalhes do show, anteciparam algumas novidades que estão sendo preparadas e também contaram sobre a recuperação de Thiago Bianchi e a continuidade dos trabalhos com o Noturnall. Além deles, também falamos com o convidado Mike Orlando. O resultado dessas conversas você confere a seguir.

Como surgiu a ideia do A.N.I.E.?
Junior Carelli: 
A gente estava na Europa e eu e o Fernando sempre ficamos compondo umas coisas no violão pro Noturnall e algumas acabam ficando mais leves, mais Grunges, então pegamos um compilado de coisas que tínhamos e falamos: ‘Não vamos jogar isso fora, né? Vamos transformar em algo legal que tenha a nossa cara’. Durante a última viagem fizemos a “Suicide Letter”, que foi a última que a gente tocou no show, aí decidimos fazer um teste, pois a música já tinha um corpo e aí chegamos nisso tudo que rolou aqui hoje.
Fernando Quesada: Estávamos numa turnê na Europa com o Noturnall e viajando de lugar pra lugar passando muito tempo dentro de uma van, então começamos a criar músicas novas pro Noturnall, só que elas não cabiam muito para a banda, porque eram músicas mais light, mais diferentes. Sempre que vamos compor para o Noturnall, começamos com violão e piano e depois vamos colocando os arranjos, bateria e tal, mas aí o Thiago Bianchi falou: ‘Cara, essas músicas nem deveriam ter arranjo’. Todas elas eram embriões para músicas do Noturnall que depois fomos reformando. Mas foi bacana quando começamos a tocá-las assim, nesse formato acústico. Gostamos e decidimos tentar fazer algo legal. Começou com um vídeo que mandamos aos nossos patrocinadores, tocando dessa forma, eles gostaram e aí decidimos seguir em frente.

Qual é a ideia principal do A.N.I.E. enquanto projeto paralelo? Vocês pensam em trazer outras coisas além do formato acústico?
Fernando:
 Buscamos sempre fazer versões nesse formato. Todas as nossas músicas têm vídeo e os gravamos ao vivo, por isso que não pretendemos fazer arranjos maiores, porque a ideia é justamente a de sempre termos uma câmera, quatro canais e conseguir gravar isso tocando ao vivo. Sempre vai ser assim, piano, violão, duas vozes e alguns convidados, que a gente sempre acha legal chamar pra dar uma diferenciada.

O show teve um aspecto bem natalino, principalmente pelo visual do palco.
Junior:
 A gente gosta muito do mundo Grunge, então a gente quis passar um pouco desse lado “beer”, “Grunge”. E é isso aí: luzinhas amarelas pra todo lado e o cenário com essa pegada “beer”. (risos)

Falando em participações, vocês contaram com o guitarrista norte-americano Mike Orlando (Adrenaline Mob), que entrou recentemente no Noturnall, na vaga deixada por Léo Mancini, o jovem Luiz Fernando Venturelli, que já havia participado do show do Noturnall tocando violoncelo, além dos vocalistas Alírio Netto (Age Of Artemis), Gus Nascimento e o próprio companheiro de vocês no Noturnall, Thiago Bianchi.
Fernando:
 Convivemos no meio de vários músicos e alguns deles a gente acaba se apegando. Nisso, sempre rola aquele velho papo: ‘cara, um dia a gente tem que fazer algo juntos’. Com o A.N.I.E. não perdemos tempo e decidimos fazer isso logo. Chamamos quem a gente gosta, mas já temos mais umas quinze músicas com outros convidados, que já estão gravadas, mixadas… Ou seja, está tudo pronto para lançarmos.

E o que mais de novidades dá para adiantar?
Fernando: 
Temos nove videoclipes novos que gravamos lá fora e ainda não lançamos. Vamos fazer também umas versões de bandas que têm a ver com a nossa carreira. Já gravamos versão do Sepultura, que eu tive o prazer de trabalhar junto no single de 30 anos deles (N.R.: “Sepultura Under My Skin”), Avantasia, que o Carelli trabalhou fazendo o DVD que eles filmaram esse ano no Brasil, o Angra, que os caras são nossos amigos e, claro, Noturnall e Shaman, por onde a gente passou…

Vocês dois são músicos ‘workaholics’, pois toda hora estão envolvidos com algum projeto musical. Como vocês conseguem desenvolver ideias para tantos trabalhos ao mesmo tempo?
Fernando:
 Isso é louco, né? Eu não consigo gravar as coisas na cabeça muito bem não! (risos) A gente ama o que faz. Mas não só a gente, o próprio Aquiles (Priester, baterista do Noturnall) e o Thiago são ‘workaholics’ total. A gente tenta não parar. Quando eu fico um dia parado em casa a minha mulher quer me matar. Ela pergunta: ‘porque você não tira um dia de férias pelo menos?’. Mas eu não consigo. Ela e eu saímos pra lua de mel recentemente e lá eu e o Carelli gravamos os nove videoclipes. O Juninho acabou indo na minha lua de mel! (risos)

Não deu divórcio?
Fernando:
 (risos) Foi assim, eu cheguei nela e disse: ‘A gente vai casar, mas o Juninho vai na nossa lua de mel, porque iremos gravar nove clipes, tudo bem?’. Sorte que ela aceitou! (risos) Falando sério, a gente gosta muito do que fazemos, então procuramos focar bastante no que estamos fazendo no momento. Mas a cabeça não lembra de tudo fácil não! (risos)

Falando sobre o Noturnall, com o restabelecimento do Thiago Bianchi, como fica a banda a partir de agora?
Junior: 
Com a volta dele, que ficou um tempo mal, já em dezembro recomeçaremos a trabalhar no novo disco.
Fernando: Felizmente, o Thiago voltou das cinzas. Quando ele entrou no hospital, realmente a gente achou que íamos ter que pausar tudo. Eu fui um dos caras que entrou ao meio-dia com ele no hospital e o médico chegou pra gente e disse: ‘Cara, acho melhor vocês darem entrada no seguro de vida antes de dar entrada no hospital, porque oito entre dez pacientes não sobrevivem nesse caso. É muito difícil ele sair daqui, sobreviver’. Realmente, achamos que iríamos ter uma baixa. Quando ele reanimou e voltou, do nada, lá no hospital, a gente logo ficou muito animado em compor. Ele saiu de lá dizendo que queria tocar.

Mas para voltar a tocar, como está a saúde dele atualmente?
Fernando: 
Hoje foi a primeira vez que ele cantou, porque, por enquanto, ele consegue cantar uma música, pára e assim vai indo. Ele está fazendo fisioterapia para voltar a ficar forte, tendo em vista que ele perdeu 62 quilos nessa história. Então, realmente, ele ainda não está pronto pra poder voltar. Mas a gente vai começar a compor e iremos começar a gravar no começo de janeiro. Na verdade, já tínhamos cinco músicas gravadas com o Mike Orlando e o Aquiles e agora vamos retomar e gravar o resto a partir de janeiro para em março estarmos com um novo álbum e botarmos na estrada, porque agora que o Thiago voltou, temos que colocá-lo na estrada, que é o que ele merece.

Mike, como foi para você essa experiência de tocar em um formato acústico e como foi participar desse show do A.N.I.E.?
Mike Orlando:
 Eu amo esses caras, Junior e Fernando são como uma família pra mim e eu adoro tocar violão. Minha vida musical começou sendo acústica, pois o violão foi o primeiro instrumento que eu tive. Sou um grande fã de clássicos inteiramente acústicos, piano… E esses caras estão fazendo coisas incríveis com piano, partes acústicas e por aí vai. Eu amo isso e foi uma honra tocar com eles.

Você é conhecido por ser um dos guitarristas mais velozes do mundo. Você sente o mesmo conforto da guitarra quando toca violão?
Mike: 
Para mim é a mesma coisa, eu tenho o mesmo ‘approach’. É algo muito forte, sinto a paixão, o fogo… Sou um grande fã de Al Di Meola e um dos meus discos favoritos é “Passion, Grace And Fire” (1983) de Al Di Meola, Paco De Lucia e John McLaughlin. Eu aprendi com esses caras quando eu era mais jovem. Sabe, esses artistas tinham velocidade, mas também tinham alma, sentimento. Enfim, pra mim, acústico ou elétrico, eu gosto do mesmo jeito.

ANIE – Setlist:

Intro
Choices
Home
Alone
Finally Home (Shaman)
Instrumental / Indifferent (com Mike Orlando)
Night Tale
Nova Era (Angra)
Hallelluya (Leonard Cohen – com Alírio Netto)
This Is Life (Noturnall – com Thiago Bianchi)
Solo de violoncelo de Luiz Fernando Venturelli / For Tomorrow (Shaman – com L. F. Venturelli)
A Gambling Game
High Times (com Gus Nascimento)
We All Die Young (Steelheart / “Rock Star” com Gustavo Nascimento)
Christmas Time (Special Christmas)
Suicide Letter

 

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