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ACCEPT

Apesar de já fazer um ano e meio que o Accept lançou “Blind Rage”, seu terceiro disco com o vocalista Mark Tornillo, eles ainda não tiveram folga. Essa verdadeira lenda do Metal vinha se apresentando ao redor do mundo desde o lançamento e finalmente encerraram esse capítulo com shows nos EUA e uma turnê pela América do Sul. Nesta entrevista, guitarrista e fundador Wolf Hoffmann fala sobre o novo/velho disco, a longa turnê de divulgação e os planos da banda para o futuro.

Vocês acabam de encerrar a turnê de divulgação do novo disco, “Blind Rage”, que saiu há um ano e meio. Olhando para ele hoje, o que pensa a respeito do álbum?
Wolf Hoffmann:
 Dá pra imaginar que faz tanto tempo? Também não consigo crer… Mas, olhando para trás, eu não mudei nada a respeito da minha opinião sobre o disco: ainda acho um excelente trabalho. Chegou ao primeiro posto das paradas em mais de um país, incluindo nossa terra natal, a Alemanha. Então, dá pra dizer que ele teve a repercussão que nós queríamos que tivesse. Não creio que poderíamos desejar mais.

É certamente motivo de comemoração o fato de vocês lançarem três discos muito bem sucedidos desde que Mark Tornillo entrou para a banda. Foi como um ‘hat trick’ (N.T.: expressão usada para algum feito que é repetido por três vezes seguidas no mundo esportivo; ou como “truque da cartola” ou “Barba, cabelo e bigode”).
Wolf: 
E já estamos trabalhando no quarto! O que vem depois do ‘hat trick’?

Não sei… Um legado?
Wolf: 
Também não sei…  (risos). Mas, seja como for, já estamos trabalhando nisso.

E o que dá para adiantar sobre esse novo trabalho?
Wolf: 
Bem, a gente começou a trabalhar nele há pouco tempo. Os shows superaram nossa expectativa, então tivemos que adiar os planos. Surgiram apresentações nos EUA e uma tour na América do Sul, então nosso plano inicial, de reservar 2016 apenas para trabalhar no novo disco, tiveram que ser modificados. Seria uma agenda muito confortável, teríamos um ano inteiro para pensar nisso. Só que tudo mudou, então só agora estamos começando.

Então, você e Peter Baltes (baixista) ainda estão compondo as músicas?
Wolf: 
Sim. Todo dia fazemos isso, todo santo dia. Eu me encontro com ele o tempo todo. Nós ficamos no estúdio tendo ideias e criando riffs. E vamos fazer isso até o repertório ficar pronto.

Vocês compõem quando estão na estrada?
Wolf: 
Não, não, na estrada jamais. Só fazemos isso quando estamos de volta em casa. Só no caso de surgir uma ideia muito especial para um riff ou um refrão que eu gravo no meu telefone e depois trabalho naquilo. Mas o trabalho de verdade acontece apenas no estúdio.

Vocês têm uma ideia de quando o disco deve ser lançado?
Wolf: 
Em algum momento do próximo ano. Vai depender do planejamento da gravadora, então eles é que resolvem isso. Mas nós queremos entregar nossa parte ainda este ano. Quanto mais cedo, melhor. Então, vamos ver.

Pretendem voltar a trabalhar com (o produtor) Andy Sneap? Ele parece ser parte fundamental no ressurgimento da banda.
Wolf: Vamos ver como vai estar a agenda dele. Mas, a menos que aconteça algum imprevisto, será ele, sim.

E esse vai ser o primeiro disco da banda com os novos integrantes, Uwe Lulis (guitarra) e Christopher Williams (bateria).
Wolf: 
Sim, e estamos muito ansiosos por isso. Ainda não sabemos como é trabalhar com eles em estúdio, apenas tocamos com eles ao vivo. Então, vamos ver como eles se saem, mas estamos muito confiantes, eles são músicos muito habilidosos e existe uma grande química na banda atualmente. Nós nos damos muito bem também no aspecto pessoal. Então, estamos muito otimistas em relação a esse disco, pode ser que lancemos nosso melhor disco – quem sabe? O astral na banda está excelente, imagino gravar o próximo trabalho que vai ser uma experiência muito divertida.

“Blind Rage” foi o último disco do Accept com o guitarrista Herman Frank e o baterista Stefan Schwarzmann. O que você poderia falar sobre a saída deles?
Wolf: 
Bem… Eles decidiram começar um novo projeto e se concentrar exclusamente nele. E nós jamais quisemos interferir no que era uma decisão pessoal deles. Eles tinham uma carreira antes do Accept e resolveram continuar com ela. Nós nunca dizemos que quem está na banda não pode ter outros projetos. Não é assim que trabalhamos. Então, se resolveram fazer outra coisa, é uma opção deles. Enfim, não tem muito a falar sobre isso… É algo simples e nós fomos muito felizes por encontrar substitutos tão bons e tão rápido. Na verdade, acho que até melhoramos.

Como você acha que “Blind Rage” pode ser comparado a “Blood Of The Nations” (2010) e a “Stalingrad” (2012)? Todos foram bem recebidos e são excelentes discos, mas “Stalingrad” é meu favorito dentre os três.
Wolf: 
É interessante, muita gente me fala o mesmo. Para mim é bem complicado escolher porque eu trabalhei duro nos três. Talvez ‘Blind Rage’ seja o mais completo e mais equilibrado deles, mas mesmo assim é complicado escolher. ‘Stalingrad’ nós tivemos que fazer de maneira muito rápida, eu gostaria de ter tido mais tempo para trabalhar alguns detalhes, isso sempre me vem à mente quando o escuto. Eu me pego pensando: ‘Ah, se eu pudesse fazer de outro jeito…’ Mas, no fim das contas, isso não significa nada porque são os fãs que acabam escolhendo qual é o melhor e muitos dizem que justamente ‘Stalingrad’ é o favorito deles. Ou seja, vai saber… De todo modo, acho que são três trabalhos dignos. E muita gente diz que fizemos três discos muito bons e de nível semelhante.

De fato, eles ficam ombro a ombro uns com os outros, juntos com os discos clássicos do Accept.
Wolf: 
Outra coisa que me deixa feliz é que muitos fãs cresceram ouvindo o Accept dos anos 80 e 90 e continuam nos seguindo até hoje. Eles falam que amam nossos discos do passado, mas que curtem nosso momento atual talvez até mais do que os velhos tempos. Dizem que nossos discos recentes são melhores do que tudo que a gente já fez. E, acredito, eu fico muito orgulhoso quando ouço isso.

Não quero ser ofensivo, mas esses três discos que vocês fizeram com Mark Tornillo saíram melhores do que se esperava. Normalmente, as bandas que já têm a rodagem de vocês não costumam lançar trabalhos com esse qualidade.
Wolf: 
Sim, eu entendo perfeitamente o que você quer dizer, mesmo que soe um pouco estranho cada vez que ouço alguém falando isso. Mas o fato é que esse é o melhor material que já fizemos. Naturalmente, é o complicado comparar com algo que foi feito há trinta anos e que já está na memória afetiva das pessoas. São discos que te remetem a um determinado momento de sua vida em que você ainda era adolescente ou o que seja. Claro que são coisas incomparáveis, mas se você for levar em consideração o respeito e os elogios que esses três últimos álbuns têm recebido, creio que eles podem ser colocados no mesmo patamar que aqueles que fizemos no passado – o que é algo bem raro para quem está na ativa há tanto tempo, acredito eu.

Creio que o novo material, já com Mark, tem um trabalho de guitarras mais forte do que os discos antigos. Em músicas como “From The Ashes We Rise” e “The Curse” há melodias que são quase hipnóticas. Você está fazendo algo diferente do que fazia no passado ou é sua evolução natural como guitarrista?
Wolf: 
Obrigado! Eu sempre trabalhei nisso e sempre busquei esse resultado. Acredito que o quanto mais você faz algo, mais maduro você fica. Essa é a única explicação que eu encontro. Mas eu sempre fui um guitarrista que privilegiou a melodia em vez da velocidade ou em vez de querer mostrar virtuosismo. Sei que pra muito gente isso é bacana, mas não é meu caso. Eu fico muito mais satisfeito quando alguém canta junto com minha guitarra. E nos nossos shows acontece até de as pessoas cantarem os solos junto comigo! Isso mostra que eles são importantes e marcantes. É algo incrível! Isso representa muito mais para mim do que ser o virtuoso mais rápido do planeta. Isso não é memorável. E eu quero criar um material memorável.

Falando sobre os velhos tempos, uma das minhas músicas favoritas de “Blind Rage” é “Dying Breed”. A letra traz uma pungente reflexão sobre o passado do Metal. E dá a impressão de que estamos no fim de uma era…
Wolf: 
Sim, é verdade. A letra fala exatamente disso. Peter e eu começamos a escrever essa música sem saber direito do que ela trataria. Nós só tínhamos o título, ‘Dying Breed’ (N.T.: ‘Raça em extinção’, em tradução livre), que soou algo legal e intrigante. Nós fizemos a música e não sabíamos como encaixar essa ideia de letra. Não queríamos que soasse como se fôssemos os últimos de uma raça em extinção porque significaria que estávamos prestes a morrer (risos); Acontece que, por sorte, ainda temos algum tempo aqui nesse planeta (mais risos). Foi então que Mark apareceu com essa letra incrível. Ele conseguiu juntar todas as referências de todas esses grupos que eram nossos heróis quando estávamos crescendo – bandas como Motörhead, Deep Purple e Scorpions. Esses caras são dez ou quinze anos mais velhos do que nós e fazem parte da geração que a gente ouvia quando crescia, então dedicamos a música a eles. Então, ela não é sobre nós, é sobre eles. Só que, algum dia, vai ser sobre a gente, também… (risos)

Vocês estão prestes a voltar à América do Sul. O que você acha dos fãs sul-americanos?
Wolf: 
Eles são o mais selvagens de todos, cara! Os sul-americanos são loucos (muitos risos). Eu adoro aqueles caras, são incríveis. Parece que para eles o Metal é uma paixão ou mesmo uma religião – isso acontece muito mais lá do que em qualquer outro lugar. Nós já fomos a muitos lugares e a impressão que temos é que quanto mais ao sul, mais maluco é o público (risos).

A propósito, vocês incluíram o vídeo de um show gravado no Chile como bônus de “Blind Rage”.
Wolf: 
Pois é, as pessoas viviam nos perguntando quando íamos lançar algo ao vivo com Mark. Acho que deve sair alguma outra coisa em breve, mas ainda não tenho os detalhes. Estamos ainda analisando o material. Mas nós tínhamos esse show gravado e achamos que era o público perfeito para um DVD. Eles cantam o tempo todo e participam de verdade. Isso acaba fazendo com que toquemos melhor! É uma via de duas mãos: quanto mais selvagem é o público, melhor é nossa performance. É uma espécie de toma lá, dá cá. Não é uma via de uma mão só.

Pode parecer uma pergunta boba, mas isso foi algo que me ocorreu recentemente. “Blind Rage” tem na capa a imagem de um touro furioso. Vocês cogitaram chamar o disco de “Stampede” (N.T.: nome da primeira faixa e que significa ‘debandada’)?
Wolf: 
Chegamos a pensar nisso. Nós tínhamos essa arte, mas nenhuma música que casasse com ela. Então, pensamos que ‘Stampede’ poderia funcionar. Mas logo descobrimos que alguém já tinha soltado um disco com esse nome – não me lembro quem foi… (N.T.: várias bandas deram esse nome a seus discos, incluindo Krokus e Hellyeah) Quando você vai lançar um álbum, uma das primeiras coisas que fez é pesquisar para ver se alguém já usou aquele nome que você está pensando. Quem usou esse nome e há quanto tempo? E fica cada vez mais difícil achar um título que ninguém tenha usado.

Sim, é verdade. Quantas bandas não lançaram discos chamados “Thirteen”?
Wolf: 
Exato! (risos) E esqueça qualquer título com a palavra ‘Metal’ nele. Todas as possibilidades já foram usadas (mais risos). De todo modo, nós já tínhamos a arte e não queríamos usar ‘Stampede’, então acabou surgindo um nome excelente. Tudo bem, não tínhamos uma música chamada ‘Blind Rage’, mas quem se importa? (risos)

Detesto levantar esse tipo de assunto, mas as pessoas querem ouvir sua opinião. O que você acha de Udo Dirkschneider sair em turnê e chamá-la de ‘Accept Farewell Tour’?
Wolf: 
Cara, não gostaria de falar nada respeito. Não quero me meter nisso se não for obrigado. Então, com todo o respeito, não tenho nada a dizer. Desejo a ele tudo de melhor. Talvez agora as pessoas lotem seus shows, já que ele está tocando músicas do Accept. Eu espero que isso aconteça.

Uma vez acabada essa parte final da turnê vocês já vão direto ao estúdio trabalhar no novo disco?
Wolf: 
Exato, é isso que vai acontecer. Vamos nos reunir no estúdio e trabalhar duro até percebermos que temos material suficiente para lançar um digno sucessor de ‘Blind Rage’. Aí, vamos chamar Mr. Sneap para fazer o disco conosco. E, mais rápido do que você possa imaginar, ele vai aparecer nas suas mãos, como num passe de mágica! (risos)

Accept na América do Sul 2016:

06/04 – Teatro Vorterix, Buenos Aires (ARG)
08/04 – Carioca Club, São Paulo (BRA)
09/04 – Imperator, Rio De Janeiro (BRA)
10/04 – Music Hall, Belo Horizonte (BRA)
12/04 – Teatro Manauara, Manaus (BRA)
14/04 – Ópera de Arame, Curitiba (BRA)
16/04 – Teatro La Cupola, Santiago (CHI)

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