Por Marcelo Gomes
Fotos: André Santos
Com os ingressos esgotados da primeira apresentação do Accept em São Paulo no dia 1° de maio de 2024, a solução foi marcar mais um show na capital paulista. A banda está tão em alta com seu novo lançamento, Humanoid, que conseguiu mais uma data ‘sold out’, agora no último dia 18 de maio e no mesmo Carioca Club. Dessa vez, a abertura ficou por conta dos brasileiros do Skalyface.
O início do show do Skalyface foi às 18h. Formada por Marlon Bueno (vocal), Diogo Novelo e Fernando Anjos (guitarras), William Cavilha (baixo) e Rafael de Abreu (bateria), a banda apresentou uma mistura de metal melódico com tradicional que vem conquistando o público.
Dentre as músicas autorais, o setlist contou com Sailing with Gods, Time to Miss You e Lord of the Night, e elas chamaram a atenção. Os destaques da apresentação ficaram para o cover de The Evil That Men Do (Iron Maiden) e Spear of Destiny, músicas que tiveram a participação do vocalista Raphael Dantas (Gloria Perpetua). Alguns problemas técnicos nessa última fizeram Marlon perguntar de forma irônica: “Está melhor do que a Madonna, não é?”. O público levou na boa e a apresentação chegou ao fim com um saldo positivo. Não à toa, os caras têm participado de vários shows importantes como: U.D.O., Rhapsody of Fire, Myrath e Accept, além de estarem ganhando destaque dentro da cena.
Com a casa completamente tomada, o Accept chegou para apresentar seu mencionado recente trabalho, Humanoid. Eram 19h, quando Mark Tornillo (vocal), Wolf Hoffmann (guitarra), Uwe Lulis (guitarra), Martin Motnik (baixo), Christopher Willians (bateria) e Joel Hoeskstra (guitarra) – esse substituindo Philip Shouse na turnê latino-americana -, subiram ao palco para entregar o melhor do metal alemão. Iniciaram com The Reckoning e Humanoid, dois petardos do álbum novo que foram muito bem recebidos. Em seguida, mandam três clássicos na sequência, Restless and Wild, Midnight Mover e London Leatherboys, que levaram os fãs de longa data à loucura.
Apesar de anunciada a participação de Hoekstra na turnê, Tornillo fez questão de apresentá-lo, e, por incrível que pareça, tinha gente ali que ainda foi pega de surpresa. Voltando ao show, apresentaram outra nova, Straight Up Jack. A música tem uma levada e um clima bem ao estilo AC/DC, e agradou de imediato até quem desconhecia o material novo. Do terceiro álbum de Tornillo na banda, Blind Rage (2014), escolheram Dying Breed. Uma coisa ia ficando clara, a fase dele na banda é tão bem aceita quanto a do ex-vocalista Udo Dirkschneider. A faixa Zombie Apocalypse veio para comprovar isso. Apesar de lançada em 2021, o som vem ganhando status de clássico – aliás, os fãs até abriram roda nessa.
Uma que coisa que não se pode negar, é a quantidade de ótimos trabalhos lançados pela banda. A tarefa difícil é escolher um setlist que agrade a todos. A solução foi fazer um medley muito legal com Demon’s Night / Starlight / Losers and Winners / Flash Rockin’ Man. Mark havia anunciado esses sons como uma viagem aos 80 e, de fato, foi. Acabou funcionando muito bem ao vivo, mas não parou por aí; a banda tem um vasto material e não tem medo de explorá-lo. Assim, fez uma sequência matadora com Breaker, Shadows Soldier e Frankenstein. O que resta dizer é que não importa a fase, tudo tem a essência que consagrou a banda.
Já nas primeiras notas de Princess of the Dawn, os fãs cantaram as melodias da guitarra e assim seguiram pela música toda. Também teve a famosa parada para que todos cantassem o solo. Momento épico que o público não teve nem tempo para respirar, já que os músicos mandaram Metal Heart na sequência. Mais uma vez, os fãs que lotaram o Carioca Club deram um show, cantando cada nota. O incansável Accept parecia não querer aliviar. Para se despedir, os implacáveis tocaram duas do álbum Blood of the Nations (2010): Teutonic Terror e Pandemic, que agitaram muito – pode se dizer que ambas são consideradas clássicos da fase Tornillo.
Para o deleite dos insaciáveis fãs paulistanos, a banda voltou para o bis com Fast As Shark. Em seu grito inicial, Mark mostrou estar em excelente forma, enquanto a banda parecia um rolo compressor desenfreado com sua bateria poderosa e toda a fúria de suas guitarras e baixo. Felizmente, ainda não era o fim, Wolf tomou o centro do palco e iniciou o riff de Balls to the Wall. O clássico absoluto da banda provocou a maior histeria e não poderia ser diferente. A despedida foi em clima de festa e a escolha não poderia ter sido melhor: I´m A Rebel foi perfeita para celebrar esse momento.
O Accept envelheceu como vinho. Não importa a formação, a banda liderada por Wolf Hoffmann conseguiu manter seu DNA intacto durante todos esses anos. O ótimo disco Humanoid prova isso e os dois shows com ingressos esgotados em São Paulo consagram o momento excelente que a banda vive. A satisfação foi geral e a despedida com a bandeira do Brasil deu a esperança de um retorno em breve. Só nos resta aguardar!
Accept – setlist:
01) The Reckoning
02) Humanoid
03) Restless And Wild
04) Midnight Mover
05) London Leatherboys
06) Straight Up Jack
07) Dying Breed
08) Zombie Apocalypse
09) Demon´s Night / Starlight / Losers And Winners / Flash Rockin´ Man
10) Breaker
11) Shadow Soldiers
12) Frankenstein
13) Princess Of the Dawn
14) Metal Heart
15) Teutonic Terror
16) Pandemic
17) Fast As Shark
18) Balls To The Wall
19) I´m A Rebel