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ADRIAN BELEW

Uma aula de guitarra e interpretação com o mestre Adrian Belew. Foi com essa sensação que saí do Carioca Club, em São Paulo, neste último domingo (27/11). Com produção da Overload, Adrian se apresentou para uma plateia selecionada a dedo por quem conhece, gosta de Rock Progressivo e da boa música em geral. Reconhecido como um dos guitarristas mais criativos da história da música, o norte-americano que brilhou como líder do King Crimson entre 1981 e 2009, veio ao país acompanhado do baterista Tobias Ralph e da baixista Julie Slick. Para quem não o conhece vale relembrar a história de Adrian Belew, pois ela se confunde com a própria história da música.

Adrian foi descoberto por ninguém menos que Frank Zappa e após uma audição acabou entrando para a banda do guitarrista. Em meio a turnê, David Bowie após assistir uma apresentação da banda de Zappa fez o convite para Adrian Belew, que gravou os clássicos de Bowie: Stage e Lodger. Após longas turnês com Bowie, Adrian conhece Robert Fripp que o convida para participar de uma nova formação do King Crimson, onde permaneceu até 2009.

Além disso, na estrada desde os anos 1970, Adrian Belew tocou e gravou com artistas de diversos estilos musicais como Frank Zappa, Jean Michel Jarre, David Bowie, Cyndi Lauper, Talking Heads, Nine Inch Nails, entre outros. Como o show deste domingo em São Paulo era prometida uma longa apresentação, com dois sets divididos em quase dez músicas em cada repertório, nada mais natural do que começar no horário estipulado. Por volta de 20h as luzes do Carioca se apagaram e o trio de Adrian começou com uma música intitulada “The Momur”, do primeiro álbum solo de Adrian Belew, “Lone Rhino” (1982). Apesar de longa, ela é bem enérgica e com várias passagens instrumentais bem interessantes.

Na sequência, outra composição do primeiro álbum de Adrian, no caso, a ótima “Big Electric Cat”, que tem bastantes efeitos na guitarra e no baixo e conta com uma interpretação vocal bem inusitada do guitarrista. A curta, mas apoteótica “Men in Helicopters” trouxe o público para mais perto dos músicos, pois seu refrão pode ser cantado pelos presentes em vários momentos. Uma veia mais pop muito bem encaixada e com uma noção radiofônica bem característica.

Indicado diversas vezes ao Grammy, o guitarrista possui habilidades que vão do pop, progressivo ao experimental e até trabalhar como designer de instrumentos. Criou técnicas, tecnologias e uma linha de instrumentos específicas capazes de produzir sons de máquinas, animais e o que mais sua criatividade consentir. Este senso de qualidade e experimentalismo pode ser visto na ótima faixa “The Lone Rhinoceros”, uma das melhores de sua carreira solo, sem dúvida, e uma das que mais agradou ao público presente.

A segunda parte do primeiro set foi guardada para clássicos do King Crimson como as músicas “Dinosaur”, “One Time” e “Three of a Perfect Pair”. Destaque para a plateia que agitava a cada novo som diferente que saía do Ipad de Adrian acoplado ao lado de seu microfone e sua pedaleira. Após a ótima “Beat Box Guitar”, Adrian conversa com o público e diz que realizará um pequeno intervalo de quinze minutos para recarregar a bateria.

Os músicos que acompanharam Adrian no show de São Paulo são fora do comum, principalmente o baterista Tobias Ralph. Muito técnico e com senso de humor bem latente, o músico foi um dos destaques na primeira música do segundo set “Heartbeat”, um clássico do King Crimson. O show ficou mais descontraído, apesar do ar sério de sempre do Progressivo.

Músicas como “Walking on Air” e “Ampersand” deram o ar mais leve a apresentação, que foi ganhando tons apoteóticos para o público. As excelentes “Neurotica”, “Futurevision” e “e” fecharam o segundo set com chave de ouro. Era possível ver os rostos das pessoas um ar de alegria e incredibilidade pelo que acabaram de assistir.

Após uma pequena saída para o Bis, Adrian Belew finalizou o show com Indiscipline (King Crimson), dando aquilo que o público mais queria. Uma coisa é fato, o fã de Rock Progressivo é realmente diferenciado dos demais. Antes do show todos estavam calmos, até certo ponto longe do palco. Quando começou a apresentação, ficaram cada um em seus lugares, apreciando a apresentação e quando necessitava de uma maior vibração, os mesmos aplaudiam ou cantavam.

O guitarrista e mestre Adrian Belew fez tudo aquilo que o fã de Progressivo mais gosta e ama, mas também fez algo diferente que é trazer uma energia extra para um show que normalmente seria enfadonho para outras pessoas. Quem não foi perdeu uma aula de como usar a guitarra a serviço da música.

Adrian Belew Set-List:

Set 1:
The Momur (Adrian Belew)
Big Electric Cat (Adrian Belew)
Men in Helicopters (Adrian Belew)
The Lone Rhinoceros (Adrian Belew)
Dinosaur (King Crimson)
One Time (King Crimson)
Three of a Perfect Pair (King Crimson)
b (Adrian Belew)
Frame by Frame (King Crimson)
Beat Box Guitar (Adrian Belew)

Set 2:
Heartbeat (King Crimson)
Walking on Air (King Crimson)
Ampersand (Adrian Belew)
Young Lions (Adrian Belew)
Of Bow and Drum (Adrian Belew)
Neurotica (King Crimson)
Futurevision (Adrian Belew)
e (Adrian Belew)

Bis:
Indiscipline (King Crimson)

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