Este ano uma das bandas mais importantes e influentes do Black Metal nacional fez 26 anos carreira e para celebrar estes longos anos de fidelidade e amor ao Metal Negro, convidamos o seu membro mais icônico, o Sucoth Benoth, para nos falar de toda trajetória do grande Amen Corner.
Superando todas as dificuldades e intensas mudanças no line-up a banda se torna uma das mais importantes do cenário brasileiro e mundial. Digo que contar a história do Amen Corner é contar a própria história do Black Metal nacional. Afinal durante todos esses anos de luta e vitórias a banda continua propagando sua mensagem infernal pelos quatro cantos do planeta. Gentilmente o Sucoth Benoth faz todo um apanhado de informações inéditas que os fãs não tinham conhecimento até agora, e, também nos revela com exclusividade o nome do próximo álbum que será lançado em dezembro deste ano pela Mutilation Records.
O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO DO AMEN CORNER POR SUCOTH BENOTH!
Em 1992 surge em Curitiba o grande Amen Corner. Nos conte, como houve a ideia de montar a banda e como foi esse início?
Sucoth Benoth – Olá Roadie Crew é um prazer estar aqui novamente! Na verdade, em 1992 eu entrei na banda Amen Corner que estava dando seus primeiros passos e ainda não tinha seu nome definido, eu estava na banda Curitibana Infernal e havíamos acabado de lançar nosso compacto 7”EP e me lembro que estava em uma loja aqui em Curitiba e me deparei com um anúncio onde uma banda precisava de um vocalista com influências de Celtic Frost, Venom, Obituary, etc. Eu liguei e marquei um encontro com eles e chegando no local encontrei o Tito e me lembrei dele na hora devido as nossas bebedeiras final de semana no Linos Bar. Tinha um rapaz lá berrando que nem louco acho que era um japonês se não me engano, e estava vermelho que nem uma beterraba de tanto gritar. Depois que ele se foi, eu peguei o microfone e comecei meio que encaixar uma música que eles estavam tocando, acho que era a The Sons of Cain “P.S.Não havia ainda o nome e nem a letra” eles gostaram do meu vocal e acabei ficando na banda e me demiti do Infernal. Posteriormente fizemos uma reunião e cada um sugeriu um nome para a banda eu acabei escolhendo Amen Corner e todos concordaram e assim nasceu o Amen Corner em abril de 1992.
Neste mesmo ano a banda lança, ainda muito procurada, a demo “Eternal Prophecies” com três músicas. Como foi a receptividade do público com essa primeira aparição do Amen Corner ao público? Como foi a repercussão deste material?
Sucoth Benoth – Nós gravamos a demo tape que posteriormente virou o 7”EP, foi rápido pois nós iríamos tocar na cidade de Bauru-SP e resolvemos gravar a demo, eu não me lembro quantas fitas que nós levamos acho que umas 100 e vendeu tudo em questão de minutos, foi uma grande repercussão e até hoje as pessoas comentam e elogiam a demo tape.
Com a ótima repercussão que banda teve, vocês assinaram com a Hellion Records para o lançamento do compacto 7’’ “The Agony Of Souls”. Você considera este trabalho um divisor de águas na carreira do Amen Corner?
Sucoth Benoth – Me lembro que nosso amigo na época e empresário da banda, o Demétrio pegou a fita e disse vou para São Paulo ver o que consigo, falamos opa, beleza veja lá. Passados uns dias ele voltou e marcou uma reunião e nos deu a notícia de que conseguiu um contrato para lançamento da demo em um vinil 7”EP pela Hellion records, você não imagina a alegria que ficamos eu bebi por uma semana comemorando, eu acho que sim, esse foi o grande divisor, esse compacto foi como um cartão de visitas com uma abrangência muito maior e foi ele que abriu muitas portas.
No ano seguinte, 1993, vocês lançaram um “Rehearsal” em cassete com nove faixas. Isso mesmo? Esta demo foi dificílima de encontrar, houve distribuição?
Sucoth Benoth – Não teve esse lançamento, acho que alguns amigos que são muito fãs do Amen Corner fizeram por conta própria uma fita com a capa do Fall, mas assim, coisa particular, a única Demo que lançamos foi mesmo a Eternal prophecies em 1992
Neste período a banda teve uma mudança em sua formação saem M. Flach e o Fabrício e entra na banda o Cléio. Por qual motivo houve o esse afastamento M. Flach e do Fabrício? E como se deu a entrada do novo membro?
Sucoth Benoth – Nesse período a única mudança foi a saída do baixista Fabrício e a entrada do baixista Cléio que tocava no Hecatombe o M.Flach seguia firme na guitarra. Eu não me lembro muito bem os detalhes do porquê da saída do baixista, mas ele tinha problemas de saúde.
Eis que com essa formação a banda assina com a importantíssima Cogumelo Records e lançam o debut álbum “Fall, Ascension, Domination”. Como a banda recebeu esse convite da Cogumelo para a realização deste trabalho?
Sucoth Benoth – Então, como eu havia dito antes, o 7”EP acabou se tornando um cartão de visitas e eu conversei com o pessoal da banda em 1993 e expressei a vontade de gravar com a Cogumelo a gravadora do Sepultura, Sarcófago e de tantas outras importantes bandas da época. Bem, pegamos o disquinho o endereço da Cogumelo e mandamos pelo correio, acho que foi isso mesmo e passado uns tempos, recebemos a notícia deles expressando o desejo de fazer um contrato com a banda para lançamento de um LP. Assim nasceu o Fall Ascension Domination. Entramos em estúdio e gravamos esse que com certeza é o nosso álbum mais cult entre todos os outros. Foi um grande lançamento, um mês festejando. Rsss…
De fato esse disco é um marco histórico para o Black Metal brasileiro. A distribuição deste trabalho na época foi satisfatória?
Sucoth Benoth – Foi muito satisfatória, a Cogumelo fez um excelente trabalho de distribuição no Brasil e exterior, foram várias entrevistas em zines e revistas, para vocês terem uma ideia ele chegou a ficar em primeiro lugar em vendas segundo enquete realizada pela antiga revista Bizz, Fall Ascension Domination era diferente, único e estava virando um álbum cult já na época do seu lançamento.
Quanto as turnês na época, conseguiram fazer muitos shows pelo Brasil para divulgação do debut?
Sucoth Benoth – Fizemos vários shows, mas, nessa época tocávamos muito pelo Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Com essa formação. Não chegamos a tocar em muitos estados, acho que a dificuldade na época para se locomover para longe era mais difícil para ambas as partes.
Um ano após o lançamento do debut a banda ataca novamente com o EP “The Final Celebration” também lançado pela Cogumelo Records. Essa proposta de lançar esse EP contendo as músicas do compacto e mais duas músicas partiu da banda ou da gravadora? Nos conte como foi toda concepção deste trabalho…
Sucoth Benoth – Realmente foi um outro ataque repentino, a idéia partiu da gravadora, pediram para a gente gravar duas músicas novas que eles iriam lançar um 12”EP com as duas músicas do compacto, aí nós começamos a compor a Diabolic Possession e a the Five Glories, partimos para o mesmo estúdio que gravamos o Fall na época o solo estúdio e gravamos as duas músicas novas e ficaram com muito peso e energia. Falei com o desenhista que já havia feito a capa do Fall e dei a idéia pra ele de um ataque diabólico a santa ceia. O resultado final ficou excelente!!
A partir deste trabalho o Tito começou a ser conhecido sob o pseudônimo Múrmurio?
Sucoth Benoth – Sim, o Murmúrio que ainda usava o nome de Tito, é o único membro ativo na banda desde o seu início.
É lançado o segundo álbum “Jachol Ve Tehilá” que é considerado por muitos o melhor álbum da carreira da banda. Como foi o processo deste lançamento? Na sua opinião este trabalho é o melhor da cerreira?
Sucoth Benoth – Esse álbum que realmente é bem elogiado por uma grande legião de seguidores, foi concebido em uma época ruim pra mim pois eu havia quebrado a perna em um acidente de moto e quase não ensaiei as músicas novas, tive que pegar tudo no sacrifício e em tempo recorde; estava com a perna cheia de pinos e no estúdio para suportar a dor durante as gravações do vocal eu tomei alguns litros de pinga com Guaco… mas talvez, esse seja o álbum mais trabalhado e mais polido da banda, ele tem elementos de dor e de agonia, de sentimentos mais acentuados. Eu não acho que ele seja o melhor álbum da banda, apesar de ser excelente eu ainda acho o Fall Ascension Domination e o EP The Final Celebration, melhores.
Esse álbum foi muito bem comentado e tido com um dos mais importantes lançamentos da época. Com este segundo álbum a banda obteve bons resultados quando a shows e turnês?
Sucoth Benoth – Esse foi o problema, justo quando a banda estava para colher os frutos, em que estávamos com digamos assim, a um passo de até mesmo tocar em outros países, veio o pior golpe, mal chegamos as fazer shows de lançamento e o guitarrista M Flach saiu da banda e em seguida o baixista Cléio também saiu fora e quase que simultaneamente o baterista Paulo Costa também deixou a banda, até hoje não entendemos muito bem o motivo dessa debandada, apenas que foi coisa particular de cada um. Mas enfim, o tempo passou e converso com eles de boa, somos amigos, e o que passou, passou.
Esse álbum foi distribuído fora do Brasil?
Sucoth Benoth – Sim, a Cogumelo sempre teve parcerias com outras gravadoras fora do Brasil, eu me lembro que um amigo estava viajando pela Europa e viu o nosso CD sendo vendido em uma loja lá da Suécia e o cara da loja ainda disse que gostava do som!!
Três anos após o lançamento de “Jachol Ve Tehilá” a banda assina com a Demise Records e lança o EP “Darken In Quir Haressete” material muito esperado, pois foi um longo tempo para que EP estivesse em nossas mãos. E pra nossa surpresa a banda não está mais com a Cogumelo. Como foi essa mudança de selo para este lançamento? Aconteceu algo junto a Cogumelo Records?
Sucoth Benoth – Não foi nada demais com relação a trocar de gravadora, foi apenas uma questão de mudar de ares, começar coisa nova, fazer novos testes. A proposta da Demise parecia muito boa para nós nessa época e a gente assinou com eles para lançar o álbum Darken in Quir Haresete um MCD, a demora em lançar algo novo desde o lançamento do Jachol em 1995, foi a dificuldade de remontar a banda, e também um local para ensaiar, não foi nada fácil, foi um período de renascimento. A banda havia sido nocauteada em 1995.
Neste EP a banda nos apresenta mais uma mudança na formação e dessa vez foi radical. Então na banda Nar Mattarus, Osculum Infame e Naberus. O que aconteceu para a banda mudar sua formação quase que completamente?
Sucoth Benoth – Essa troca na verdade eu expliquei lá anteriormente, estávamos eu e o guitarrista Tito à deriva desde 1995 quando o pessoal saiu da banda, não foi nada fácil encontrar novos músicos e com o perfil da banda, tanto que quem gravou o contra baixo no Darken foi o ex-baixista da banda Imperious Malevolance o Rafahell com o pseudônimo de Nar Mattarus e posteriormente entrou o Solfieri em definitivo no baixo, com essa formação e um estúdio próprio que construímos na época em meu local de trabalho a banda retomou os shows, entrevistas, etc.
Notei que a banda neste EP veio mais melancólica com suas composições mais arrastadas do que o álbum antecessor. Estou certo nessa afirmação? E quais os motivos para esta singela mudança no estilo?
Sucoth Benoth – Ficou mais agressivo apesar de ter uma música mais melancólica, no meu modo de ver, não muito polido, a mudança deve-se a troca de membros, muitos membros novos na banda e cada um com seu estilo, mas acredito que o Darken in Quir Haresete ficou à altura, ele é um ótimo álbum, e foi lançado na época em que estávamos digamos assim sedentos em lançar algo novo …
Ouvimos rumores que o Amen Corner tinha findado suas atividades, pois houve um longo hiato em sua carreira. Foram 6 longos anos que não sabíamos mais nada sobre a banda. Quais foram os reais motivos para que houvesse esse hiato?
Sucoth Benoth – Não, foram apenas rumores o Amen Corner estava novamente passando por uma reformulação pois na verdade eu saí da banda e entrou outro vocal em meu lugar. Até onde sei, o Amen Corner estava ensaiando, tocando e compondo músicas novas com o novo vocal.
Como os fãs lidaram com a ausência do Amen Corner neste período?
Sucoth Benoth – Não foi uma ausência de 100%, a banda seguiu com a vida, mas, sem muitos shows, e compondo, para gravação de um novo CD.
Neste período para nossa surpresa o membro mais icônico da banda o Sucoth Benoth também se afasta do Amen Corner. Quais foram os motivos que te fez sair da banda que nasceu com você?
Sucoth Benoth – Eu saí, pois, queria montar um projeto pessoal e também acabei em desacordo na época com alguns membros da banda, durante a minha ausência de 2001 até 2008 eu mantive contato com o guitarrista o Tito pois sempre fomos amigos e sempre mantivemos um relacionamento como irmãos.
Em 2007 a banda apresenta seu novo vocalista o Lokian Satanas War Comander e outros novos membros como o Danda e o Solfieri. Você pode nos falar a respeito deste período?
Sucoth Benoth – Na verdade, em 2007 com essa formação o Amen Corner lançou o álbum Lucification, essa formação já estava na ativa a alguns anos. Eu não tenho como falar a respeito desse período pois estava envolvido com minha banda “Projeto” Camos.
Já com este vocalista à frente do Line-up do Amen Corner a banda lança seu terceiro álbum “Lucification”. Houve alguma resistência por parte dos fãs a este lançamento sem ter você como frontman?
Sucoth Benoth – Não que eu saiba, pelo que sei, o álbum Lucification teve uma boa aceitação por parte dos seguidores da banda boas críticas nas mídias.
E junto a essa mudança de formação houve uma mudança radical na proposta musical da banda. A banda ficou mais rápida em suas músicas e com elementos até então jamais escutados na banda como Blastbeats. Me desculpe a sinceridade, uma descaracterização completa do Amen Corner que amávamos. Você acredita que a sua ausência culminou nesta mudança sonora por parte da banda?
Sucoth Benoth – Não diria que foi a minha ausência que deixou o som mais rápido, acredito que foi a nova formação, eram membros que vieram de bandas que tocavam sons mais rápidos. São cabeças diferentes, eu achei o Lucification na minha opinião um bom álbum, não acho que descaracterizou tanto assim o Amen Corner. Mudou sim, mais rápido e o vocal mais gutural, mais sujo…, mas ainda assim é um bom álbum! Deve-se levar em consideração a distância de tempo entre o sucessor Darken in Quir Haresete (1999) e Lucification (2007) são 8 anos é um tempo considerável…
Confesso que senti a falta dos seus vocais, afinal falar de Amen Corner nos remete aos vocais do Sucoth Benoth. Você durante este tempo participou de alguma outra banda?
Sucoth Benoth – Sim, estava envolvido com meu projeto chamado Camos onde lançamos algumas demos, EPs e por último lançamos o álbum Kain 666 que saiu pela Cogumelo records em 2008. Na verdade, durante esse período de 2001 a 2008 eu estava muito ativamente com o Camos, seja em gravações, entrevistas e muitos shows.
Sobre o Dark Songs Of Megiddo, você assumiu os vocais em 2007. Isso mesmo? Pode nos falar a respeito dessa banda?
Sucoth Benoth – Dark Songs of Megiddo foi um projeto meu e de meu amigo tecladista Baal Anamelech que tocou comigo no Camos. A ideia foi de fazer uma música atmosférica, tétrica, estilo Mortiis. Lançamos um CD Demo intitulado “Everlasting” e teve uma boa repercussão, inclusive no exterior, tive proposta para lançar em CD por um selo da Alemanha, mas como eu estava prestes a retornar ao Amen Corner, acabei desistindo e larguei mão desse projeto.
Depois de oito longos anos longe do Amen Corner e para o contentamento dos fãs, você retorna à banda. Como foi esse retorno ao seu devido lugar de onde não imaginaríamos estar sem você?
Sucoth Benoth – Salve!! Motivo para muita comemoração, bem, já estava a muito tempo em contato com o guitarrista Tito, e um dia ele chegou para mim e disse quer voltar para a banda, estou reformulando e vamos voltar com nova formação. Eu concordei e voltei para o Amen Corner depois de todos esses longos 8 anos a princípio eu tentei me manter com o Camos também, mas, ficou óbvio para mim que não conseguiria dar cabo de tantos compromissos e por fim optei em ficar apenas com o Amen Corner. Uma das primeiras coisas que fiz, foi entrar em contato com a Cogumelo e dar a notícia e propor o relançamento do álbum “Fall Ascension Domination” o que ocorreu e assim sendo retomamos a parceria com a Cogumelo Records.
Dois anos após o seu retorno a banda lança o belíssimo “Leviathan Destroyer”. O quarto álbum da carreira álbum da carreira do Amen Corner. E para a este lançamento a banda volta a assinar com a Cogumelo Records e também assina com selo americano Relapse Records. Como foi estar de volta à banda neste grandioso lançamento?
Sucoth Benoth – Foi algo indescritível, voltar a gravar um CD com o Amen Corner foi fantástico, nós já estávamos em contato direto com a Cogumelo e para lançar o novo CD foi um pulo, recebemos todo o apoio da Cogumelo, todo o suporte e a gravadora tinha essa parceria com a Relapse records assim como sempre teve parcerias ao longo da história como a Osmose records por exemplo.
Como foi também esse retorno a Cogumelo Records? E como surgiu a oportunidade de a banda estar também em dos mais importantes selos Mundiais, a Relapse Records, selo o qual se consagrou por ter em seu cast. bandas importantíssimas como Death, Suffocation entre muitos nomes?
Sucoth Benoth – Com a Cogumelo já havíamos retomado a parceria desde 2008 com o relançamento do Fall Ascension Domination que foi, diga-se de passagem, um belíssimo trabalho de relançamento onde de bônus track entrou o EP The final Celebration. A Relapse que obviamente foi um motivo de orgulho para nós foi parceira do cogumelo e obviamente nos deixou muito honrados!
Com este lançamento também notamos que o estilo musical o qual é a característica principal da banda também volta, o que nós fãs denominamos Black Doom Metal…
Sucoth Benoth – Sim, o Amen Corner retoma a velha pegada que sempre foi a marca registrada da banda o peso, a energia e os vocais mais trabalhados e mais agudos. As músicas estão bem mais trabalhadas mais surradas!!
Como os fãs receberam a notícia do Sucoth Benoth estar de volta? Como foram os shows para o lançamento deste álbum?
Sucoth Benoth – De forma grandiosa, voltamos com tudo, banda renovada, muitos shows pelo Brasil, tocamos onde nunca havíamos tocado antes, outros estados, etc. Entrevistas em revistas, zines, contatos com pessoas de outros países.
A temática deste álbum foi também diferenciado, você pode nos falar sobre todo o conceito que envolveu estas composições?
Sucoth Benoth – O Leviathan Destroyer que acabou virando um álbum temático falando sobre a Serpente demônio Leviathan e os espíritos que habitam as profundezas dos oceanos, lendas, folclores, deuses mitológicos das águas dos rios e dos mares.
Para consagração deste belíssimo lançamento, você fizeram uma produção cinematográfica para o vídeo clipe de Leviathan Destroyer. Quem produziu este clipe? Sendo o primeiro clipe da banda, a banda pretende lançar mais um vídeo clipe neste mesmo nível?
Sucoth Benoth – Salve!! Ficou fudido do clipe. Quem produziu foi o Maiko Thomé do estúdio Avant Garde aqui de Curitiba, ele que também produz os nossos CDS, Sim, pretendemos gravar outro vídeo clipe para o nosso novo CD.
Neste álbum a banda apresenta um novo baixista, integra-se a banda o Nocturnal Alastor Demon assumindo o baixo…
Sucoth Benoth – Sim, nós acabamos encontrando o Nocturnal Alastor Demon para gravar esse álbum e também fazer shows ele acabou se adaptando bem a proposta da banda.
Neste mesmo ano a banda recebe uma gloriosa homenagem, foi lançado através da Impaled Records, Belial Songs Productions e Extreme Metal Productions o tributo “The Return Of The Sons Of Cain”. Esse tributo contou com a participação com 13 bandas executando suas músicas. Como você recebeu essa notícia que foi feito essa grande homenagem ao Amen Corner? O que você tem a dizer para estas bandas os homenagearam?
Sucoth Benoth – Uma grande surpresa mesmo, recebemos essa notícia com muito orgulho e com muita honra, o CD Tributo ficou poderoso. As bandas, uma melhor que a outra. Grandes guerreiros irmãos que deram o melhor de si. A parte gráfica também ficou impecável tudo de primeira qualidade. Esse tributo ficou destruidor!
Quatro anos se passaram e o Amen Corner lança seu quinto álbum em grande estilo, o “Christ Worldwide Corporation” é lançado em uma versão onde vem um histórico DVD contendo registros em vídeo da banda desde 1993. E para nossa surpresa a banda vem com uma temática lírica outra vez diferenciada onde além das tradicionais letras obscuras e satânicas, a banda deu toque de protesto em suas composições. Quais foram as influencias que resultou em letras tão intensas?
Sucoth Benoth – Na verdade, era para ter sido lançado em 2012, mas devido a parte do DVD questão de direitos autorais, um esquema burocrático que causou o atraso. A parte do CD ficou pronta e aguardando o desenrolar do DVD que demorou pra caramba. Esse lançamento especial com o DVD foi uma homenagem a 20 anos de banda, ficou muito fudido. Eu tive a idéia de fazer letras de protesto contra as igrejas evangélicas e cristãs no geral por usarem a imagem de jesus, usam o nome de Satanás, dos Exus, para alavancar riquezas se aproveitando da ignorância, dor e desespero dos seres humanos. Todos sabem que eles fazem pressão, fazem lavagem cerebral e armam um teatro para extorquir, enganar os idiotas.
Neste trabalho a banda outra vez nos traz mudanças na formação, entram na banda o Mortum dividindo as guitarras com o Murmúrio e assumindo o baixo entra o Shaitan. Nos fale um pouco essa formação…
Sucoth Benoth – O Mortum que é um grande amigo nosso e já havia participado na banda em 2008, retornou em 2011 e gravou o CD com a gente e o Shaitan baixista do Doomsday Ceremony e ex-Evil War, também entrou para dar uma força na banda em 2011 e acabou assumindo o baixo até 2015. Foi uma formação entre amigos, que perdurou durante a gravação do Christ Worldwide Corporation e shows até 2015, mas depois disso eles seguiram seus caminhos. Somos todos grandes amigos.
Apesar de ter sido lançado a quatro anos atrás, este ainda é o atual trabalho do Amen Corner. Como tem sido a divulgação deste álbum?
Sucoth Benoth – Isso é uma verdade, além de trabalharmos ainda com ele sendo nosso atual álbum, também trabalhamos na divulgação dos relançamentos recentemente ocorridos caso do Darken in Quir Haresete que foi relançado pelo selo Dying Music de Natal-RN e agora também o Jachol ve Tehilá que a Cogumelo relançou em digipack com bônus track. A divulgação do Christ Worldwide Corporation, tem sido feita por nós e pela Cogumelo, a gente sempre divulga em shows, na internet, etc.
Este álbum nos apresenta o Amen Corner muito maduro em suas composições, de fato com tantos anos de carreira e mudanças na formação é inevitável esse amadurecimento. Qual sua visão sobre o Amen Corner neste período?
Sucoth Benoth – Eu acho que a partir do Leviathan Destroyer o Amen Corner deu uma evoluída sim, acho que a música ficou mais rica, os solos de guitarra estão mais trabalhados, os riffs mais bem elaborados, eu evolui no vocal. Eu e o Tito sempre trabalhamos em conjunto um ajuda o outro, somos uma equipe. O Amen Corner tem evoluído bastante ao longo dos anos, mas, sem perder o peso, a característica da banda sua originalidade continua intacta.
Neste mesmo ano, 2014, a banda participou de um split tape chamado “South American Tribute” limitado em apenas 333 cópias ao lado do peruano Black Angel. Como surgiu essa idéia? Com a extrema repercussão o mesmo material foi relançado em cd…
Sucoth Benoth – Sim, nós recebemos a proposta do Hector da banda Peruana Black Angel para participar de um Split tape que saiu em uma edição limitada e foi muito legal e destruidor. Consequentemente um selo Escocês Bestial Invasion Records. Lançou recentemente em CD esse Split tape. O resultado final ficou excelente.
Hoje a banda conta com outra mudança na formação. A bateria agora foi assumida pela Tenebrae Aarseth e o baixo pelo Coveiro, esse novo baixista entrou na banda como músico de apoio. Há alguma possibilidade dele se integrar definitivamente à banda? e nos fale como está o atual line-up…
Sucoth Benoth – Sim, a Tenebrae Aarseth que é a minha esposa agora assumiu a bateria e o Coveiro que tocou comigo no Infernal de 1987 a 1992 está dando uma força para a banda nos shows e na gravação do nosso novo álbum. Ele pode vir a se integrar em definitivo na banda. Essa formação está muito boa, o Coveiro é um baixista que dispensa comentários, tem muita experiência e toca com muito peso, energia e precisão. A Tenebrae Aarseth fez sua estreia nos palcos agora dia 11/08 em Curitiba e arrebentou na bateria, tocando com muita energia!! Acho que essa formação está sendo a ideal.
Podemos esperar em breve o sexto álbum do Amen Corner? A banda já está trabalhando nas composições para o novo álbum?
Sucoth Benoth – Com certeza, nós já estamos gravando o novo álbum, assinamos contrato com a Mutilation Productions para o lançamento que deverá ocorrer agora em dezembro de 2018.
O novo álbum já tem título?
Sucoth Benoth – Será chamado de: “Under the Whip and the Crown” o mesmo vai conter sete músicas novas uma regravação “Heir of Lust heir of Pleasure” do álbum “Fall Ascension Domination” e um cover do Bathory “Destroyer of the Worlds”
Além do novo álbum que estará disponível em breve, o que podemos esperar do Amen Corner para o futuro?
Sucoth Benoth – Muitos shows, tours, divulgação total!! 2019 queremos ir onde nunca fomos antes!!
Em todas as entrevistas que fiz há uma pergunta que sempre faço e que também farei para você. Como o Sucoth Benoth vê a cena atual no Brasil quanto às bandas, Público, shows e distribuição de materiais?
Sucoth Benoth – Não dá para comparar hoje 2018 com os anos 80 ou até a metade dos anos 90. Muita coisa mudou desde a invenção do celular e da internet. A cena já foi mais unida pois as pessoas tinham que se encontrar com mais frequência até mesmo para conseguir material novo, íamos nas casas dos amigos com fitas virgens para gravar por exemplo o novo do Bathory, as pessoas iam mais aos shows. Hoje as pessoas estão, digamos mais acomodadas, basta entrar na internet e pronto, você já consegue ouvir e até baixar músicas. São tempos diferentes, eu vejo a cena do metal no Brasil em constante evolução, existem os festivais, shows, etc. O que precisamos é isso mesmo, mais festivais com uma boa organização, apoio da mídia ao Metal nacional. O Público do Amen Corner é sempre fudido e poderoso. Se cada um fizer a sua parte o Metal no Brasil tende a crescer cada vez mais. Veja quantas bandas fudidas e de qualidade temos por aqui? São muitas!!
Voltando a falar da temática lírica, quais são suas principais influências?
Sucoth Benoth – Eu adoro falar sobre Luciferianismo, satanismo, Magia negra, e também amo os deuses antigos, antigas civilizações Politeístas que cultuavam e ainda existem povos que não se renderam ou se entregaram ao cristianismo que cultuam seus deuses. Deus da agricultura, da pesca, da caça, da guerra, deus do sol, da chuva. Os antigos Romanos, sua inteligência acima da média, mitologia Grega.
Quais bandas você tem escutado nestes últimos tempos? Além de é claro, as clássicas que te influenciaram como Metalhead?
Sucoth Benoth – Gosto muito das bandas clássicas como Venom, Venom inc, Celtic Frost, Hellhammer, Bathory, Sodom, Destruction, Enthroned, Carpathian Forest,Bolt-thrower, Obituary, Razor, Cancer, Autopsy, Varathron, Mortuary Drape, Azaghal, Dark Throne, aqui no Brasil, Great Vast Forest, Blackmass, Profane Souls, Profane Creation, Velho, Pentacrostic, Vulcano, Mystifier, Doomsday Ceremony, Eternal Sorrow, Necrotério, Demonic Hate, Nervo Chaos, Luxúria de Lillith, Héia, Headhunter D.C., Imperador Belial, Mortifer Rage, Aqueronte entre muitas outras..
Falando sobre o Setembro Negro, esse importante festival que já está em sua 12ª edição, vocês estão no cast deste evento. Vocês irão apresentar músicas novas?
Sucoth Benoth – Sim, em primeiro lugar quero deixar aqui os meus sinceros agradecimentos ao Edu e Tumba records pelo convite, será uma grande honra estar dividindo o palco com grandes bandas nacionais e internacionais. Vamos tocar uma música nova no evento!
Nobre Sucoth Benoth, eu agradeço imensamente a sua atenção e por disponibilizar seu tempo para realização desta entrevista. Com certeza estarei presente no setembro Negro e vamos tomar umas cervejas juntos. Conte sempre com apoio da Roadie Crew. O espaço está aberto para suas últimas palavras…
Sucoth Benoth – Éden Lozano “Vamos tomar umas geladas no Setembro Negro sim” eu que agradeço a você e a Roadie Crew que sempre apoiou o Amen Corner, foi uma imensa satisfação e uma grande honra responder a essa rica entrevista, espero poder ter ajudado a esclarecer muitos pontos escuros e trazer as novidades a todos os leitores da Roadie Crew e aos nossos fiéis seguidores. Grande abraço a todos!!
E para ilustrar ainda melhor esta entrevista o próprio Sucoth Benoth selecionou algumas fotos que traduzem bem todos os 26 anos de carreira do Amen Corner:
Enquanto o novo álbum está sendo produzido e que também será celebrado com um vídeo clipe, ficamos aqui com o video clipe de “Leviathan Destroyer” retirado do álbum de mesmo nome, uma produção cinematográfica impressionante, assistam: