Por Luiz Tosi
“O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planejada.”
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (08), no Hilton Hotel, em São Paulo, os gigantes do thrash metal pegaram o mundo de surpresa. Com apresentação de Gastão Moreira e transmissão ao vivo para todo o planeta (com tradução simultânea – assista abaixo), Andreas Kisser, Paulo Jr., Derrick Green e Eloy Casagrande anunciaram que a turnê comemorativa de 40 anos do Sepultura, chamada “Celebrating Life Through Death”, será, também, o adeus da banda. “É a turnê de despedida, nossa última; a gente vai parar depois dessa turnê.”, afirmou Andreas.
A “Celebrating Life Through Death” tem início programado para o dia 1º de março de 2024, na cidade natal da banda, Belo Horizonte (MG). Ao longo de 18 meses, a turnê deverá passar por todos os continentes do globo. Inclusive, as primeiras oito datas nacionais já foram anunciadas. Confira:
“Depois de 40 anos de altos e baixos, 80 países visitados de diferentes culturas, de diferentes visões políticas e religiosas, levando as cores e ritmos brasileiros para o mundo, mostrando um Brasil mais realista e menos caricato, mais pesado e agressivo; depois de lançar o Quadra, um dos melhores álbuns da nossa história, sobreviver a uma indesejável e insana pandemia através da SepulQuarta – uma experiência maravilhosa que virou um álbum e que nos manteve unidos e fortes seguindo em frente -; depois de mudanças e aprendizados, nós vamos parar”, ressalta o comunicado publicado no site do próprio Sepultura.
“Quarenta anos de história é uma marca muito importante, temos uma trajetória muito vitoriosa e, apesar de mudanças, fizemos turnês por mais de 80 países e levamos o metal brasileiro a um lugar muito especial”, disse Andreas antes das perguntas que viriam dos jornalistas. E o guitarrista explicou o motivo dessa decisão de concluir o ciclo do Sepultura no heavy metal em um período em que a banda atravessa um grande momento na carreira: “A gente vai parar justamente por isso, estamos no melhor momento da história da banda. A gente sai de cena de uma forma muito tranquila, em paz com a gente mesmo”.
Assim que as perguntas foram abertas aos jornalistas, este que vos escreve questionou o quarteto sobre a possibilidade de alguma forma de colaboração em conjunto com os ex-integrantes da banda, seja em participação em shows ou lançamentos e possíveis novos conteúdos. “As aberturas estão sempre abertas”, brincou Andreas. “A gente sempre faz som com a galera, já convidamos os irmãos (Max e Iggor) Cavalera para fazerem parte do documentário (N.R.: Endurance, de 2017); não aceitaram. A ideia não é fazer uma celebração através de jams, reviver coisas que não estão mais aí. A ideia realmente é celebrar o presente. O Sepultura está aqui por causa de nós quatro, e obviamente a equipe, todo mundo que trabalha junto, os managers…”.
Apesar de relembrar a negativa dos Cavalera no mencionado documentário, Andreas se mostrou favorável a uma possível reconsideração dos mesmos. “As possibilidades estão sempre abertas, a gente nunca fechou nenhuma porta, em nenhum sentido. Vamos ver… Eu acho que para este último show seria realmente muito interessante ter a participação de todos, sabe? De quem for possível. Não só quem fez parte da banda, mas bandas amigas, para fazer uma grande celebração, uma grande festa. Bandas internacionais, nacionais, fazer um show realmente memorável”. E advertiu: “Mas, como eu disse, isso é uma coisa mais para frente, e a gente também não está na dependência de convidados para fazer este último show. A gente está a fim de celebrar. Não quer? Beleza.”
A turnê “Celebrating Life Through Death” terá produção da 30e e inclui diferentes modalidades de pacotes VIP, que vão desde acompanhar o “soundcheck” até “Meet and Greet” com a banda. As vendas de ingressos se iniciam na próxima segunda-feira (11), à partir do meio-dia, pelo site da Eventim. Todas as informações e valores podem ser conferidos aqui.