O As Blood Runs Black é uma daquelas bandas novas que renovam o Death Metal com uma pegada muito mais centrada no Hardcore. São conhecidos fora do Brasil, estão no line up dos festivais gringos e infelizmente, são pouco comentados por aqui. Tal qual seus integrantes, a banda tem pouco tem de formação, menos de uma década na estrada, mas toda a pinta de se firmar ao longo dos anos como um dos grandes do estilo.
Depois por viajar pelo Japão e México, encararam uma tour sul americana e passaram pela Colômbia antes de vir à São Paulo, em data única no país. O show na tarde fria de domingo, foi no Inferno Club. A abertura foi dos paulistanos do Sharks at Abyss, um dos primeiros shows com o novo guitarrista, Felipe Barsotti, na formação. A banda é experiente em dividir o palco com petardos gringos, já tocaram com As I lay dying, The Devil wears Prada, entre outros, e agitou o público presente. Eles encerraram, com este show, uma tour de quase quatro anos de divulgação do disco “Bite them all”. Estão concentrados agora em dar início às gravações do EP que não tem data ainda, mas já tem título: “The weight of the world”.
Na sequência, a matinê teve sequência com os norte americanos do As Blood Runs Black. Tocando pela primeira vez por aqui, a banda está em divulgação do mais recente disco “Instinct”, lançado em 2011. Foi a primeira vez que o público local pode ver o vocalista Chris Bartholomew em ação. Apesar de a maioria dos hits ser da fase Sonik Garcia, responsável pelos vocais em “Allegiance”, disco considerado um clássico e gravado em 2006. Completam a banda Greg (guitarra), Dan (guitarra), Nick (baixo) e Hector ‘Leche’ (bateria). A energia é um dos pontos altos da apresentação e público tiveram uma interação perfeita nesse sentido.
A banda, apesar de descolada no palco, ficou surpresa com a recepção que tiveram por aqui. A galera agitou muito na pista e tinha as músicas todas na ponta da língua. O set curto e direto não tem, normalmente uma lista extensa, mas sempre conta com sons aguardados como “Intro”, “Beneath the surface” e “Hester Prynne”.
Apesar das comparações com Suicide Silence e similares, a banda mostrou personalidade e o porquê de lotarem shows e emendarem uma tour oriental na sequência, passando por países como China, Vietnã e Tailândia. Caso continuem nessa linha e lancem novos (tão bons) discos, serão novamente bem vindos por aqui. Quem sabe com mais tempo, mais público e um set mais extenso.