fbpx
Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

ASPHYX – SÃO PAULO (SP)

9 de novembro de 2024 - Carioca Club

Por Daniel Agapito

Fotos: André Santos

Formado em 1987 na cidade de Oldenzaal (HOL), o Asphyx desde então tem sido considerado uma máquina do death/doom europeu, lançando 10 discos, todos com qualidade consistente. Já havia passado por terras tupiniquins quase 10 anos antes da apresentação daquele sábado, marcando presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba durante a Krushing Latin America Tour, de 2015. Agora, desembarcariam com a turnê “South America, the Brutal Way…”, promovendo seu álbum mais recente, Necroceros (2021).

O show em São Paulo foi em uma data um tanto complicada, logo antes de uma semana que contaria com uma apresentação internacional de metal/rock por dia, então já era de se esperar que o Carioca Club não estaria empanturrado de gente. Com isso em mente, por volta das 17h, horário que estava marcada a performance do Evilcult, banda mineira que abriria o evento, havia apenas 22 pessoas dentro da casa. Eu contei, eram 22. Tinha mais gente de banda e vendendo merch do que público. Dentre elas, estavam Paul Baayens e Alwin Zuur, guitarrista e baixista do Asphyx, que foram para o meio da pista apreciar um pouco do melhor do underground nacional.

Quem já viu um show do Evilcult sabe bem o que esperar: uma explosão do melhor do speed/black metal, tanto visualmente quanto em termos de som. Pintura facial a lá aquelas fotos do início do Sepultura, coletes jeans cheios de patch, percussão rápida, linhas de baixo simples mas efetivas, solos estonteantes e vocais que parecem que foram gravados dentro de um forno. Tudo faz parte do personagem. Brincadeiras à parte, o show deles é sempre muito bom, com um som de qualidade. A banda conseguiu manter a energia mesmo tocando para alguns gatos pingados, o que deve ser uma sensação incrivelmente desmotivadora. É realmente uma pena que quase ninguém viu o show. Em relação ao repertório, foram tocadas músicas de ambos os seus álbuns, At the Darkest Night (2021) e The Devil Is Always Looking for Souls (2023), que estava disponível em CD na barraca de merch. Fizeram um show curto, mas efetivo, durando exatamente meia hora.

Quando The Troops of Doom começou seu ritual, a casa já estava substancialmente mais cheia. Como sempre, a introdução The Absence of Light pelo sistema de PA e Act I – The Devils Tail foram as responsáveis pelo início do show. Depois da Devil’s Alex Kafer, vocalista e baixista, conversou com os fãs: “Cadê o público nessa porra? É show de heavy metal, abre a porra da roda aí!” O público estava animado, cantando, batendo cabeça, mas não a ponto de abrir roda (ainda). A primeira só foi rolar na quarta música, um cover de Bestial Devastation.

A segunda metade do show começou justamente com Act II – The Monarch, seguida de The Rise of Heresy, faixa-título de seu primeiro EP. Depois, tiraram um tempo para pedir que os fãs aplaudissem Jairo Guedz, guitarrista da banda, que também coincidentemente fez uns bicos com essa banda mineira menorzinha, que está começando agora, o Sepultura… Ele mesmo apresentou a próxima música, uma que ele escreveu com uns amigos lá em 1984, Morbid Visions. A roda que abriu na hora foi uma loucura! Fecharam misturando eras, com a pesadíssima Dawn of Mephisto, um dos destaques de A Mass to the Grotesque, lançado em maio deste ano, e um cover de Troops of Doom, de lei. Virando o clima de ponta cabeça, a clássica Mr. Sandman das Chordettes soou pelos alto-falantes.

Os holandeses do Asphyx subiram pontualmente às 19h30 sem pompa nem circunstância, com vocalista, guitarrista e baixista na ponta do palco, saudando os fãs. Martin Van Drunen, o frontman, já ganhou o coração dos brasileiros logo de cara quando abriu um sorriso e soltou um “boa noite, São Paulo, Brasil!” Recebidos calorosamente, começaram com toda força, mandando logo Vermin, primeira faixa real do primeiro álbum, transportando os fãs de volta para 1991.

Mesclando o old school com o novo, veio Botox Implosion, lado B do álbum mais recente. Enquanto isso, o público abria roda atrás de roda, batia cabeça e cantava junto. Martin, que estava vestindo uma camiseta da maravilhosa banda de death metal paranaense Divulsor conversava bastante com quem estava lá, mostrando um carisma improvável, sempre soltando algo em português. Ele agradeceu veementemente à equipe técnica e aos fãs, dizendo que não estaria lá sem ambos, e se desculpou por ter demorado tanto para voltar ao Brasil. Seguiram com a pesadíssima M.S. Bismarck, que ao vivo fica mais incrível ainda.

Após Molten Black Earth, que exemplifica bem o que é o death doom, vieram com uma trinca de hits, Death the Brutal Way, Asphyx (The Forgotten War) e Deathhammer. Apesar de as duas primeiras terem um pouco de Manowar, inclusive mencionando o nome da banda na letra, realmente mostram porque são os “mercadores da brutalidade”, como diz a letra da primeira. Deathhammer, especificamente, fica perfeita ao vivo. O Asphyx é uma daquelas bandas que é bem melhor ao vivo do que em estúdio.

Enquanto Martin introduzia esta, um fã jogou no palco uma bandeira do Brasil personalizada com o logotipo e fotos deles, e o sorriso que todos os membros abriram na hora não teve preço. Deu para sentir claramente que eles amam o Brasil. Martin mesmo ficou bem emocionado, agradecendo mais uma vez, de coração, a presença de todos. Vendo isso, os fãs começaram aquele canto que todo gringo adora ouvir: “Olê, olê olê olê, Asphyx, Asphyx”.

A mostra impetuosa de barbaridade auditiva seguiu em frente, Knights Templar Stand, Scorbutics, Division Brandenburg e Wasteland of Terror, todas retratando cenas de guerra e violência, mostrando a mescla icônica entre a constância do death metal e vagarosidade do doom, que, querendo ou não, causava fenômenos interessantes nos fãs, que às vezes ‘moshavam’, em outras batiam cabeça devagar, quase jogando o corpo inteiro.

Do nada, teve uma hora que Martin falou que adorava futebol e que queria dedicar a próxima música ao melhor jogador de futebol da história, já que estava na região em que ele nasceu. Então, dedicou The Nameless Elite a Pelé, que, na verdade, nasceu em Minas Gerais. Logo depois, em Forerunners of the Apocalypse, um fã subiu no palco, cumprimentou a banda e desceu. Chegando no final do show, Van Drunen disse que o tempo era curto e perguntou se os fãs queriam ouvir uma última música antes de ir para a casa. Ao som de gritos positivos, fecharam com a pedrada Last One on Earth, adaptada para ser mais curta, sem o solo final.

Mostrando ser incrivelmente gente boa, os integrantes do Asphyx chamaram os membros tanto do The Troops of Doom quanto do Evilcult para bater uma foto no final do show, com todos confraternizando e se cumprimentando no palco. Jairo “Tormentor” Guedz até chegou a abraçar Stefan “Tormentor” Hüskens, baterista dos headliners, e comentar com o público: “Agora vocês têm dois tormentors no palco.” Passados os agradecimentos finais, Martin disse que realmente adorou passar este tempo com as bandas de abertura, lamentando não poder tocar com os companheiros no show do Chile, que ocorreria no dia seguinte.

No geral, foi um show que, mesmo com público reduzido, teve uma energia incrível, tanto das bandas quanto dos fãs (queria eu ter a energia de Paul, guitarrista do Asphyx, que não parou de bater cabeça um segundo). Todos mostraram estar bem felizes em cima do palco. O som também não tem o que falar, estava incrível. Eu, pessoalmente, não curtia muito Asphyx, mas virei fã. Agora, só não demorem mais 9 anos para voltar.

Evilcult – setlist

Intro *

Ancient Power

Sons of Hellfire

Drunk by Goat’s Blood

Speed Metal Fire

The Witch

Nocturnal Attack

The Troops of Doom – setlist

Intro – The Absence of Light *

Act I – The Devil’s Tail

Chapels of the Unholy

Far From Your God

Bestial Devastation (Sepultura)

Act I – The Devil’s Tail (final)*

Act II – The Monarch

The Rise of Heresy

Morbid Visions (Sepultura)

Dawn of Mephisto

Troops of Doom (Sepultura)

Mr Sandman *

Asphyx – setlist

The Quest of Absurdity *

Vermin

Botox Implosion

M.S. Bismarck

Molten Black Earth

Death the Brutal Way

Asphyx (The Forgotten War)

Deathhammer

Knights Templar Stand

Scorbutics

Brandenburg Division

Wasteland of Terror

It Came From the Skies

The Nameless Elite

Forerunners of the Apocalypse

The Rack

Last One on Earth

 

*pelo sistema de PA

Compartilhe:
Follow by Email
Facebook
Twitter
Youtube
Youtube
Instagram
Whatsapp
LinkedIn
Telegram

MATÉRIAS RELACIONADAS

EXCLUSIVAS

ROADIE CREW #282
Setembro/Outubro

SIGA-NOS

47,8k

57k

17,3k

983

23k

Escute todos os PodCats no

PODCAST

Cadastre-se em nossa NewsLetter

Receba nossas novidades e promoções no seu e-mail

Copyright 2024 © All rights Reserved. Design by Diego Lopes

plugins premium WordPress