fbpx
Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

AXEWITCH – oitentista, atual e ‘on fire’

Exatos 36 anos separam o terceiro full-length do Axewitch – Hooked on High Heels (1985) – do quarto e mais novo lançamento desta banda sueca que, como tantos outros representantes do heavy metal tradicional dos anos 80, chegou a decretar um prematuro fim das atividades e tentou rescender sua chama em outras ocasiões, mas sem tanto êxito. Só que, fazendo jus ao próprio título de seu mais recente rebento, Out of the Ashes Into the Fire, o grupo renasceu das cinzas para abdicar um lugar de destaque no atual cenário de seu país, por meio de um revigorado som e, ao mesmo tempo, ostentando sua aura oitentista. Conversamos com o baterista Mats Johansson para falar sobre o retorno ao lado dos antigos parças Anders Wallentoft (vocais e teclados) e Magnus Jarl e Mikael A’Delid (guitarras), além de Björn Hernborg (baixo e vocais).

Olá, Mats. Primeiramente, como você está?
Mats Johansson:
Olá! Dadas as circunstâncias, está tudo bem. Espero que você também esteja.

Sim, digo o mesmo. Bem, falando do Axewitch, quais as expectativas para o novo álbum neste retorno?
Mats:
Opa, uma pergunta bem complicada… Bem, é claro que esperamos que as pessoas gostem do nosso novo álbum pelo que ele é. Estivemos muitos anos fora da cena e talvez parecêssemos um pouco diferentes agora em 2021 em comparação a 35 anos atrás. Esperamos que no futuro possamos viajar pela Europa e pelo resto do mundo e tocar ao vivo novamente. Parece que ainda temos uma grande multidão de fãs por aí, e seria muito divertido sair, conhecê-los pessoalmente e tocar para eles. Acreditamos fortemente na colaboração com a Pure Steel Records e de que haverá mais lançamentos em um período mais curto do que 35 anos de hiato (risos).

E como foram esses últimos anos para o Axewitch? Quando as novas músicas surgiram e como foi o processo de composição e gravação delas?
Mats:
As ideias para as canções sempre existiram. Cada vez que um de nós pega um instrumento, alguns novos fragmentos que aparecem podem muito bem ser desenvolvidos em uma música completamente nova. Compusemos as músicas do álbum durante todo o processo de pré-produção e gravação. Talvez não seja o ideal, mas nós mais ou menos combinamos em começar a tocar juntos novamente para escrever um novo material. O Axewitch sempre foi uma banda baseada em riff de guitarra, e quase todas as músicas são construídas em torno de um que Anders ou Magnus cria. Em seguida, tecemos letras e melodias na música à medida que avançamos. De alguma forma, isso se tornou um modelo para nós quando escrevemos um novo material.


Out of the Ashes into the Fire
está sendo lançado 36 anos depois de Hooked on High Heels, com a maior parte da formação clássica, que compreende os dois primeiros álbuns (The Lord of Flies, de 1983, e Visions of the Past, de 1984) e o EP (Pray for Metal, de 1982). E é notório sentir como a química da banda está intacta depois de tanto tempo.
Mats:
Sempre saímos juntos ao longo dos anos e, embora tenha havido algumas mudanças na formação, nunca discordamos um do outro. Alguns de nós não estávamos tão ativos como músicos ao longo dos anos, então demorou um pouco antes de estarmos prontos para realmente começar o projeto. Mas o velho espírito Axewitch provavelmente ainda está em todos nós.

E, de fato, a banda soa ainda melhor, e não estou falando sobre tecnologia ou algo parecido. Acho que muitas das composições são ótimas, mais técnicas, com sentimento e uma mistura de novos elementos. Estou errado?
Mats:
Não, provavelmente você está certo. O álbum foi inteiramente produzido e gravado por nós mesmos, o que contribuiu para que não tivéssemos nenhuma pressão de tempo, com vantagens e desvantagens. Todo o processo foi um aprendizado tanto na produção quanto no funcionamento das ferramentas de gravação digital. Queríamos que o material soasse razoavelmente novo, mas que ao mesmo tempo tivesse uma sensação do metal ’old school’, um equilíbrio.

O que vocês sentiram quando gravaram essas músicas? Sentiram que elas eram boas desde o início ou só ficou claro depois de ouvir o disco?
Mats:
Provavelmente sentimos muito cedo que poderíamos escrever um material pelo qual acreditássemos e que soasse como tínhamos imaginado. Algumas canções mais ou menos ’se escreveram sozinhas’, enquanto em outras tivemos que trabalhar bastante para encontrar a vibe certa e, acima de tudo, as melodias e refrãos certos. A maior diferença entre o novo álbum e os antigos é que, provavelmente, colocamos muito mais tempo e foco nos vocais. Quando os discos antigos foram gravados, tínhamos, tipo, dez dias para gravar tudo e nem mesmo muitas das letras estavam terminadas (risos).

O que você pode nos dizer sobre as letras e a importância delas para antigos e novos fãs?
Mats:
As letras são provavelmente o que menos trabalhamos em discos anteriores, mas agora nos anos 2000 sentimos que era difícil escrever letras sobre dragões e demônios e outras coisas de fantasia. As letras do novo álbum são mais sobre a realidade que nos cerca. Por exemplo, The Pusher é sobre drogas e o que ela faz à nossa juventude e à nossa sociedade; In Pitch Black Darkness, sobre um verdadeiro drama familiar; Losing You, sobre política e degradação ambiental; Boogie of Death fala de crimes de gangues e violência em nossas ruas; Violator fala do homem, que é o pior predador e que sempre usou a religião para justificar a guerra. Nenhum de nós na banda é realmente bom em inglês, então não haverá letras de Shakespeare, por assim dizer. Mas, em todo caso, as letras têm um conteúdo e uma mensagem que podem valer a pena refletir.

Como foi revisitar dois clássicos como Nightmare e Axewitch, que são bônus no álbum?
Mats:
Na verdade, usamos as duas músicas para ter uma ideia de como o Axewitch pode e deve soar nos anos 2000. As duas mais ou menos ficaram presas no estágio de demonstração e se tornaram um pouco como um experimento durante as gravações. Como mencionado anteriormente, todo o processo de gravação foi um período de aprendizagem para nos adaptarmos ao digital. Existem milhões de maneiras e meios de fazer isso e tantos produtores e técnicos talentosos, mas com os recursos que tínhamos, achamos que deu tudo certo.


Voltando no tempo, como era a cena do metal na Suécia quando você começou a banda no final dos anos 70 e início dos 80?
Mats:
A cena do metal quase não existia durante os primeiros anos, mas o interesse cresceu rapidamente ao nosso redor. Gravadoras e administradoras estavam fora de questão. Então, se você queria fazer algo, tinha que fazer você mesmo. Depois de prensar Pray for Metal, nós simplesmente fomos para Estocolmo com algumas sacolas nas mãos, andamos pelas lojas de discos e vendemos (as cópias) nós mesmos. Depois de um tempo, alguns caras compraram todos os discos restantes, e os discos de impressão digital nasceram. Fora isso, muitas novas bandas de metal surgiram em toda a Suécia. As salas de ensaio foram patrocinadas pelo Estado, e o desenvolvimento avançou muito rápido. Mas como todos sabem, é e foi muito difícil sair das fronteiras do país sem ter uma gravadora comprometida por trás disso. E nossa empresa não estava envolvida em nada. Os discos foram lançados mundialmente via Banzai, Roadrunner e NEAT, para citar alguns, mas não houve turnês fora da Suécia. Espero que isso possa ser alterado desta vez.

Como tantas outras bandas, o Axewitch encerrou suas atividades na década de 80 e tentou retornar em outras ocasiões. Como foi o período pós-Visions of the Past e depois no período pós-Hooked on High Heels?
Mats:
Depois de Visions of the Past, tínhamos, como antes, a esperança de obter algum apoio da gravadora planejando uma turnê ou pelo menos alguns shows interessantes, mas nada aconteceu naquela direção. Novo material, no entanto, começou a ser composto e que mais tarde viria a ser Hooked on High Heels. Algum tempo depois da fase de pré-produção, eu e meu irmão Micke (Mikael) decidimos deixar a banda. O trabalho com o álbum foi concluído com uma nova formação com apenas Magnus e Anders do original. Outro disco foi feito com Anders e Magnus, mas nunca foi lançado. No entanto, está disponível para ouvir no Spotify e outras mídias de streaming com o nome de The Lost Album.

Agora com um novo álbum lançado, quais são os planos da banda para o futuro?
Mats:
Devido à situação da pandemia, agora temos que esperar para a festa de lançamento e outras atividades. Assim que a situação melhorar, esperamos voltar e tocar ao vivo novamente. É extremamente difícil planejar algo para o futuro como está agora. Tentamos nos manter ocupados com um álbum de aniversário de 40 anos com novas versões de músicas dos primeiros álbuns. Veremos como ficará o resultado. Se funcionar, será lançado de alguma forma. Talvez apenas em streaming, mas isso ainda está para ser visto.

Sites relacionados:
https://www.facebook.com/Axewitch http://www.axewitch.com/

Edições avulsas, assinatura física e digital – acesse a Roadie Crew Shop em www.roadiecrew.com/roadie-shop

Apoie nosso jornalismo com uma contribuição de qualquer tamanho. Seu apoio ajuda a continuarmos melhorando o conteúdo do site com entrevistas exclusivas, resenhas de shows, notícias e artigos. Toda contribuição, por maior ou menor que seja, é muito valiosa para nós. Clique em Doações

Compartilhe:
Follow by Email
Facebook
Twitter
Youtube
Youtube
Instagram
Whatsapp
LinkedIn
Telegram

MATÉRIAS RELACIONADAS

EXCLUSIVAS

ROADIE CREW #282
Setembro/Outubro

SIGA-NOS

48,6k

57k

17,2k

978

23,2k

Escute todos os PodCats no

PODCAST

Cadastre-se em nossa NewsLetter

Receba nossas novidades e promoções no seu e-mail

Copyright 2024 © All rights Reserved. Design by Diego Lopes

plugins premium WordPress