Em uma recente entrevista ao Moshpit Passion, o baixista Eugene Abdukhanov, da banda ucraniana de metal moderno JINJER, abordou as dificuldades financeiras que os músicos enfrentam durante as turnês e a crescente cobrança de porcentagens das vendas de merchandise pelos locais de show. Abdukhanov expressou sua profunda insatisfação com essa prática, a qual considera uma forma de “roubo” dos ganhos dos artistas.
O músico comentou que muitos locais de show, que já geram grandes lucros com a venda de bebidas, agora exigem uma fatia das vendas de produtos de bandas, especialmente dos artistas de apoio. Esses músicos, que frequentemente mal conseguem cobrir suas despesas com o merchandising, ficam ainda mais prejudicados. Abdukhanov foi enfático ao afirmar que se opõe fortemente a essa ideia, que considera uma injustiça para os artistas.
Abdukhanov também destacou a mudança no papel dos músicos dentro da indústria. Ao longo do tempo, os artistas saíram da posição de destaque e passaram a ser os últimos na pirâmide. “Os músicos trabalham para todo mundo”, comentou ele, ressaltando como, durante as turnês, eles acabam pagando para seus gestores, selos, agências de booking e promotores, o que resulta em lucros cada vez menores para os próprios músicos.
Ao analisar a situação financeira das turnês, Abdukhanov deixou claro que, ao verificar as finanças de uma tour, a comparação entre o pagamento inicial e o que sobra após as diversas deduções se torna um contraste impressionante. Ele revelou que, embora compreenda que o sistema atual é difícil de mudar, não enxerga uma solução viável para o problema, apontando que o mercado se tornou um espaço monopolizado, onde poucas entidades controlam a maior parte do setor.
O JINJER, que recentemente lançou seu quinto álbum de estúdio, Duél, pela Napalm Records, segue sua bem-sucedida trajetória de turnês internacionais, participando de grandes festivais como Wacken Open Air e Download Festival, e levando sua música a públicos ao redor do mundo, como em Dubai, Filipinas, Japão, Turquia e África do Sul. Contudo, Abdukhanov deixa claro que, apesar do sucesso da banda, os músicos continuam enfrentando desafios financeiros e estruturais que refletem as dificuldades impostas por um mercado cada vez mais controlado por grandes entidades.
Essa realidade exposta por Abdukhanov é um reflexo do atual cenário da música, onde os músicos precisam lutar não apenas pela qualidade de seu trabalho, mas também para garantir uma remuneração justa em um mercado cada vez mais monopolizado.
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