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BIG NOIZE – DR. SIN

Sábado especial, já que em 13 de julho o mundo comemora simbolicamente o Dia Mundial do Rock e a Kiss FM – famosa rádio paulistana especializada em Rock – comemorava seus doze anos de atividades. Para celebrar ambos acontecimentos, a rádio escalou duas grandes atrações no HSBC Brasil: Dr. Sin e a internacional Big Noize.

Algumas promoções foram criadas para atrair o público, sendo que a mais nobre dava direito a um ingresso pela metade do preço desde que trocado por uma caixa de leite em embalagem Tetra Pak para ser doada ao Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). O evento em si tinha tudo para ser memorável… Tinha! Porém, alguns fatores fizeram com que não fosse bem assim. A começar pela organização, que não respeitou os horários divulgados e atrasou o início dos shows, prejudicando o retorno dos presentes já que a casa em si fica bem distante para a maioria que depende de transporte público. Outros motivos você acompanha a seguir.

Às 21h40, o Dr. Sin subiu ao palco e deu início a sua apresentação com a energética faixa título do mais recente lançamento, “Animal”, lançado em 2011. A qualidade de som estava muito boa, e assim permaneceu até o final da performance do grupo paulistano. Sem tempo para respirar, emendaram com “Lady Lust” e “Fly Away”. Ao final, o comunicativo Ivan Busic (baterista) parabenizou a Kiss FM pelo aniversário e seu irmão, Andria Busic (vocal e baixo), pegou o gancho dizendo que a noite estava muito quente. Aquela foi a deixa para que o público adivinhasse a próxima música: “Fire”, do álbum “Brutal” (1996) e talvez a mais rápida da carreira da banda. No final, Ivan destacou o fato de estarem completando vinte e um anos de estrada e junto a Andria, apresentou a banda.

A noite também foi marcada pelas lembranças ao saudoso, Ronnie James Dio – falecido há três anos e que no último dia 10 de julho, estaria completando setenta e um anos de idade – então, Ivan anuncia a música “The King”, de “Animal”, com sua letra dedicada ao ‘baixinho’ e um refrão que emociona além de um final propositalmente similar ao riff principal de “Heaven And Hell” do Black Sabbath. Na sequência dedicaram “You Stole My Heart” para as mulheres presentes na plateia. O show ia seguindo e Andria Busic inflamou o público ao anunciar “Limelight” do Rush que, segundo ele, é a banda que mais os influenciou.

Mais uma vez a Kiss FM foi saudada pela banda, que convocou a subir ao palco dois funcionários da rádio – que coincidentemente são músicos -, para se juntar a eles numa ‘jam session’ em “You Really Got Me” do The Kinks, mas na versão feita pelo Van Halen. Ivan então emprestou suas baquetas para Samuel Canalli e assumiu os vocais principais, enquanto o garoto prodígio Juan Dias (que se mostrou muito talentoso, apesar de aparentemente bem jovem) formou dupla com o exímio Edu Ardanuy.

Logo após, a banda encerrou o seu set com o hit “Emotional Catastrophe”, do álbum de estreia “Dr. Sin” (1993), que está completando vinte anos de seu lançamento. É “chover no molhado” tecer qualquer tipo de elogio a performance desse power trio, já que todos que os conhecem sabem que podem esperar por técnica, energia e interatividade da parte deles em cena. Ao final, Ardanuy se dirigiu ao microfone para agradecer o público, e pediu para que aguardassem pelo Big Noize que tem na guitarra  George Lynch, um de seus inspiradores nas seis cordas.

A partir dali começou uma algazarra que parecia não ter fim, atrasando ainda mais a programação. Os integrantes da Kiss FM subiram ao palco para fazer as honras da casa e começaram um verdadeiro ‘oba-oba’ para sortear brindes para a plateia. Entre eles, pulseiras para um ‘meet and greet’ pós-show. A maioria dos presentes caiu na festa enquanto outros que estavam de olho no relógio já se preocupavam.

Marcado para começar as 22h00, o aguardado Big Noize só conseguiu adentrar ao palco às 23h20. Formado por músicos consagrados do Hard e Heavy mundial, o grupo já havia passado pelo Brasil em 2011 tocando no evento “Motorcycle Rock Cruise” – naquela oportunidade, vieram com Joe Lynn Turner e Carlos Cavazo, vocalista e guitarrista, respectivamente. Dessa vez, o line-up formado por um verdadeiro ‘dream team’ de músicos consagrados na história do Rock desembarcou para shows em São Paulo e Belo Horizonte com Vinny Appice (bateria, ex-Black Sabbath, Dio, atual Kill Devil Hill), Phil Soussan (baixo, ex- Ozzy Osbourne, Vince Neil Band, Beggars & Thieves, Billy Idol e Steve Lukather), George Lynch (guitarra, ex-Dokken, Lynch Mob, Solo, Xciter, Lynch/Pilson e Tony McCalpine) e Sebastian Bach (vocal, ex-Skid Row, Madam X, Kid Wikkid, Damnocracy). Os ‘set lists’ do grupo são sempre baseados em músicas das bandas que cada integrante passou, porém, em estúdio chegaram a gravar uma faixa inédita chamada “Battlefield”, composta quando foram visitar as tropas americanas no Iraque.

O público ficou em polvorosa quando ouviu a introdução de “E5150”, presente em “Mob Rules” (1981) do Black Sabbath ao fundo. Assim como no álbum, antecedeu a faixa título que parecia mostrar uma banda entrosada em palco. Infelizmente, só parecia. Sem pausas, vieram “I Don’t Know” (Ozzy Osbourne) e “Kicking & Screaming”, da carreira solo de Sebastian Bach. Ao final desta, Bach agradeceu a Kiss FM por tê-los convidado para a festa e a homenageou quando solicitou que todos ali cantassem parabéns, anunciando depois “Into The Fire” do Dokken.

Novamente, Ronnie James Dio foi saudado quando todos fizeram coro em seu nome ao ser anunciada “Bible Black” do Heaven & Hell (a banda). Após a execução de “Crazy Train” de Ozzy Osbourne, Sebastian apresentou o magistral George Lynch, que executou a primeira das performances solos no show – que devido ao horário, se tornavam completamente desnecessárias -, e alegrou os guitarristas de plantão que puderam conferir o talento que “Mr. Scary” (como é conhecido) possui, usando e abusando de técnicas e mais técnicas, destacando o uso do ‘two hands’. Conforme o show ia rolando, o que se percebia era uma banda não tão bem ensaiada, já que em diversas vezes os músicos se olhavam, tensos, para mudar as passagens ou mesmo encerrar as músicas e em muitas partes. Falharam.

Antes de “The Hunter” do Dokken, Sebastian Bach – que passou o show inteiro se admirando nos telões – se equivocou ao dizer que sua última passagem pelo país havia sido em 2010, quando sua banda solo abriu a turnê de “Chinese Democracy” do Guns N’Roses, mas no decorrer do show foi corrigido por sua noiva Minnie Gupta, que assistia a apresentação na lateral do palco e o lembrou que ele havia visitado o país em abril de 2012. Aliás, lá perto do fim do show, Sebastian dedicou “Alone Again” do Dokken a ela. Voltando para a sequência, Phil Soussan, que nitidamente era o que mais se dedicou em aprender as músicas apresentadas na turnê, foi apresentado e acompanhado por Vinny Appice. Ele executou seu solo de baixo, que consistiu de algumas partes bastante ‘funkeadas’. Nesse momento, aqueles que prestavam atenção no fundo do palco puderam presenciar uma cena hilária em que Bach dançava ao ritmo do groove do baixo. E assim se iniciou a clássica “Shot In The Dark”, que Soussan compôs no período em que tocou na banda de Ozzy Osbourne.

Por algum motivo a instrumental “Mr. Scary” (Dokken), que estava confirmada no set list, não foi apresentada e, antes de anunciar “In A Darkened Room” do Skid Row, Sebastian arriscou algumas palavras em português, dizendo: “Essa próxima é uma especial para vocês”. Depois, desistiu e voltou a elogiar o público em inglês mesmo: “Vocês são muito apaixonados por Rock and Roll em São Paulo”. Após o solo de Appice, mais uma homenagem a Dio foi feita com a execução de “Heaven & Hell”, que ficou extremamente enfadonha a partir do solo de Lynch, pois improvisaram em excesso.

O show foi caminhando para seu fim e muitos comentavam o desentrosamento da banda. Sebastian e Vinny Appice aparentavam claro cansaço. O primeiro em várias músicas lia sua ‘colinha’, enquanto o baterista, por alguns momentos ia tocando ao mesmo tempo que realizava pequenos ajustes em sua bateria – claramente não ouvia direito o retorno em seu monitor. Lynch ficou sisudo durante todo o tempo e deu várias ‘bolas fora’ na execução das músicas que não eram de sua autoria salvando-se, como dito, apenas o baixista Phil Soussan. Talvez o menos badalado pelo público, Soussan cumpriu sua tarefa com precisão, além de fazer belos vocais de apoio e se movimentando bastante, sempre com um sorriso no rosto.

Assim como o Skid Row sempre fez, o Big Noize encerrou o show com “Youth Gone Wild”, onde mais uma vez a banda se perdeu na hora de encerrar a música – parece um tanto surreal ver Vinny Appice tocando músicas desse estilo que não é o seu característico. É nítido que o show atual que a banda apresenta deixa a desejar em muitos aspectos e, nessa noite, o Dr. Sin simplesmente ‘engoliu’ o Big Noize. Não basta apenas tentar se manter pelos nomes consagrados que têm, pois o público paga principalmente pelo show na mais pura concepção da palavra. Por outro lado, claro que existiram alguns pontos positivos como, por exemplo, a voz de Bach que melhorou em relação aos últimos anos e a inclusão da linda “Killer Of Giants” (presente no álbum “The Ultimate Sin”, de Ozzy Osbourne).

Claro que o mais louvável no evento foi a doação de leite para crianças e jovens que sofrem com o câncer, mas nunca é demais chamar novamente a atenção da produção do evento e da equipe da Kiss FM que, independentemente de qualquer comemoração, não cumpriram o horário divulgado e como consequência muitas pessoas perderam o transporte. Vale lembrar que antes de um Rock, sempre vem o respeito.

Dr. Sin – Set List:
Animal
Lady Lust
Fly Away
Fire
The King
Isolated
You Stoled My Heart
Miracles
Limelight (Cover do Rush)
You´re Really Got Me (Cover do The Kinks)
Emotional Catastrophe

Big Noize – Set List:
E5150 / The Mob Rules
I Don´t Know
Kicking & Screaming
Into The Fire
Bible Black
Crazy Train
Killer Of Giants
18 And Life
The Hunter
Shot In The Dark
In A Darkened Room
Heaven & Hell
Alone Again
I Remember You
Youth Gone Wild

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