Uma grande sacada unir num evento duas atrações que, embora soem diferentes entre si, possuem um ponto em comum: são bandas de palco, que oferecem um show matador aos fãs de música pesada. Assim definimos o que rolou na quinta- feira fria do dia 6 de agosto, noite que teve Blackning e Rebaelliun como protagonistas. O local escolhido foi o Espaço Som, estúdio que aos poucos vem se transformando numa excelente opção para apresentações. Embora pequeno, apresenta toda a estrutura necessária para que as bandas possam fazer um bom espetáculo.
Prevista para as 20h, a abertura dos portões ocorreu meia hora depois. Mas isso não foi problema, tampouco empecilho aos presentes, pois cerca de vinte minutos depois o Blackning iniciou seu set. Sem cerimônias e com sangue nos olhos, Cleber Orsioli (vocal e guitarra), Francisco Stanich Jr. (baixo e backings) e Hellvis Santos (bateria e backings). “Thy Will Be Done” e “Terrorzone”, faixas do debut, Order of Chaos botaram fogo nos presentes, que já estavam em ótimo número na casa. Promovendo o recém-lançado “ALieNation”, mandaram “Dark Days” e “Street Justice”, essa última em especial incendiou de vez os presentes, graças ao seu groove e energia.
“Mechanical Minds” e seus riffs grudentos foram outro momento de destaque da apresentação. Pelo fato da apresentação estar sendo gravada, o trio mandou novamente os dois primeiros sons e isso não foi um problema para os presentes, que retribuíram com aplausos e os tradicionais “chifrinhos” a cada musica executada. Interessante citar é que os backing vocals feitos pela cozinha, deixa as músicas ainda mais agressivas, como no ‘hit’ do primeiro álbum, “Unleash Your Hell”. “Corporation” deu números finais ao set vitorioso do trio do ABC paulista, além do baterista Hellvis ter se saído muito bem dividindo os vocais com Cleber, cuja versão de estúdio conta com a participação de André Alves (Statues on Fire, ex-Nitrominds).
Após uma demorada espera, às 22h20 chegava o grande momento da noite. Lohy Fabiano (vocal e baixo), Fabiano Penna (guitarra) e Sandro Moreira (bateria), que contaram com a participação do guitarrista Adriano Martini (Exterminate), fizeram uma apresentação bombástica, mostrando que os gaúchos ainda estão no primeiro escalão do Death Metal mundial.
O vitorioso set teve início dois sons do novo álbum, The Hell’s Decrees, “Affronting the Gods” e “The Path of the Wolf”, ambas emanando agressividade e musicalidade apurada, sem abrir mão da agressividade e cadência do instrumental.
A banda voltou aos tempos do debut “Burn the Promised Land”, com “Spawing the Rebellion”, mostrando que lá nos idos de 1999 a banda já fugia das armadilhas do estilo. O pique se manteve na estratosfera com o arrasa quarteirão “And the Immortals Shall Rise” e “Killing for the Domain”.
“Day of Suffering”, com suas partes lentas e momentos letárgicos foi outro ponto alto do set. Interessante era ver a satisfação de cada um dos presentes, muitos destes esperaram muitos anos para ver essa máquina musical em forma de Death Metal em ação novamente.
Sob os brados de “É a hora da guerra” foi anunciada “At War”, que encerrou o show memorável, deixando todos satisfeitos, numa noite que marcou história na música pesada nacional: por reunir grupos com propostas musicais e backgrounds diferentes com um forte ponto em comum: a capacidade de fazer músicas poderosas e insanas.