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BLAZE BAYLEY – 12 de janeiro de 2019, São Paulo/SP

É antes de mais nada uma tradição, algo que já venho mantendo por mais de uma década: todo final de ano eu me sento confortavelmente, coloco de um lado um papel (sim, sou antiquado) com as datas dos ‘playoffs’ da NFL, e do outro, um papel com as datas de show interessantes dos dois primeiros meses do ano seguinte. Esse ano, não teve como escapar. O show da banda de Blaze Bayley caiu justamente no sábado, 12 de janeiro, e quase que exatamente no horário em que Kansas City Chiefs e Indianapolis Colts se enfrentariam para decidir quem iria para a final da AFC, ou seja, para decidir quem estaria quase podendo tocar com a ponta dos dedos o Super Bowl. Dividido entre duas paixões, e decidido a não deixar nenhuma das duas de lado, fui para o Manifesto Bar com o celular no bolso, pronto para, de vez em quando, ao menos conferir o que estava acontecendo no Arrowhead Stadium, lar dos Chiefs, enquanto uma tempestade de boa música irrompia através dos meus ouvidos.

Chegando ao Manifesto, uma excelente surpresa: um grande telão, onde, adivinha o que estava sendo exibido? Sim, isso mesmo. Confortavelmente, sentei para aguardar o início do show, enquanto assistia os primeiros movimentos da partida, com um Andrew Luck incapaz de levar os Colts além das primeiras três descidas, uma primeira campanha frustrante, que terminou com um ‘punt’. Enquanto Patrick Mahomes organizava a primeira campanha dos Chiefs, começamos a perceber os primeiros movimentos no palco do Manifesto. Karl Schramm (baixo), Martin McNee (bateria), Chris Appleton (guitarra) e Blaze Bayley (vocal) estavam no palco, dando os toques iniciais em Redeemer, faixa do álbum de estúdio mais recente do grupo, The Redemption of William Black (Infinite Entanglement Part III), lançado no ano passado. Como é costumeiro em nosso país, a recepção foi bastante calorosa, com muitos cantando junto.

No palco, Blaze continuou focando na sua carreira solo com Are You Here, outra do novo álbum, e então veio uma composição daquela banda que aparecia estampada em 60% das camisetas que circulavam pelo local. Futureal colocou o Iron Maiden no jogo, e talvez eu não precise dizer o quão alto soaram os gritos logo que os primeiros acordes da guitarra de Appleton denunciaram a música. Enquanto Blaze entoava os versos “The great darkness then will come”, da música The First True Sign, o mundo dos Colts começava a desabar no Kansas, com o primeiro ‘touchdown’ dos Chiefs. Antes que a equipe de Indianapolis pudesse encontrar uma resposta à altura, o show de Blaze Bayley continuou com Sillicon Messiah, Virus, e Prayers of Light. Ah, e o show dos Chiefs também continuou, com outro touchdown.

“Desde que eu comecei esta jornada, sempre que vim para o Brasil, vocês me fizeram sentir em casa”, declarou o vocalista, emocionado. “Agora, é nossa hora de retribuir, essa música é para vocês. Esta é a hora de chamarmos vocês de lar”, anunciou, chamando Calling You Home. Confesso que fiquei impressionado com a receptividade dos fãs às músicas da carreira solo do vocalista. Todos conhecemos a fidelidade dos fãs do Iron Maiden aos ex-integrantes da banda, eu esperava uma ótima resposta para as composições do lendário grupo inglês, mas o que vi foi um público muito empolgado com as músicas novas do vocalista, algo muito especial, e digno de alguém que batalha seu espaço há tanto tempo na cena.

Ao mesmo tempo também foi inesperado ver os Chiefs aumentando a vantagem para 17 a 0, após converterem um ‘field goal’. Sim, eu conhecia a força do ataque dos Chiefs, mas não supunha que eles esmagariam a defesa dos Colts, então, esse estava sendo um sábado repleto de boas surpresas.

Já que falamos em fãs do Iron Maiden, a próxima sequência seria especial: The Clansman, uma das composições mais legais da banda na década de noventa, The Angel And The Gambler e Man on The Edge vieram para alegrar aqueles que são capazes de perceber as qualidades dos álbuns Virtual XI (1998) e The X Factor (1995), que contaram com os vocais de Blaze. O clima era tão bom que o vocalista inglês pode até brincar de ‘qual lado grita mais alto’, pois todos ali estavam dispostos a festejar e ter uma noite memorável (P.S: clima tão bom que até os Colts aproveitaram para anotar seu touchdown após bloquearem um punt, quero dizer, eles conseguiram um touchdown em um momento da partida em que ainda não tinham conseguido converter nem uma única primeira descida, isso é especial, certo?).

Futebol americano e heavy metal continuaram se misturando pela noite. Enquanto a apresentação se aproximava do final e o jogo ia chegando ao intervalo, foi ao mesmo tempo bizarro e emocionante ouvir Blaze cantando os versos de Como Estais Amigos, do Iron Maiden, enquanto os Colts viam todas as suas chances de se erguer na partida indo pelo ralo. Enquanto no palco ouvíamos os versos ‘no more tears, no more tears’, o lendário Adam Vinatieri – talvez o kicker mais eficiente da NFL – errou um field goal importantíssimo. Sim, no more tears, Mr. Bayley, os fãs dos Colts já não tinham mais lágrimas para chorar.

Para o final da apresentação, uma música solo e outra do Iron Maiden: A Thousand Years e Lord of the Flies incendiaram o Manifesto, colocaram todos para cantar junto em um alvoroço empolgado, emocionante. Suados, cansados, felizes como um torcedor que vê seu time campeão, o quarteto saudou o público e agradeceu a presença dos muitos que lá estavam. Blaze Bayley tinha cumprido o seu papel, e, em Kansas, Patrick Mahomes ia cumprindo o dele, mas os Chiefs ainda teriam que esperar pelo dia seguinte para saber que enfrentariam o New England Patriots na final da AFC.

Com o show finalizado, Blaze Bayley foi para o meio do público, onde pacientemente aguardou por todos que quisessem falar com ele, autografou tudo o que pediram, tirou tantas fotos quantas lhe foram solicitadas. Bem, Blaze Bayley não é um ‘quarterback’, mas tem a força, a vontade e o carisma dos melhores deles. Um ‘atleta’ da música, e sem dúvida, um campeão da vida.

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