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BLIND GUARDIAN

Algumas bandas quando atrelam sua música a um determinado tema estão fadadas a se tornarem os ícones sonoros de tal tema, principalmente para os fãs. Por exemplo, quando alguém fala em Amon Amarth não é difícil materializar o deus Thor agarrando Jörmungandr pela língua. Assim é com o Blind Guardian, que tem sua lírica fortemente influenciada por J.R.R. Tolkien, autor de histórias como “O Senhor Dos Anéis” e “O Hobbit”, tão famosas entre admiradores da temática épica, mágica e mitológica. Em canções interpretadas num característico Power Metal, os bardos alemães voltam à Terra-Brasileira para compartilhar uma vez mais seus contos e lendas, e o novo capítulo “Beyond The Red Mirror”, álbum lançado este ano.

Com casa cheia e às 20h em ponto, o desligar dos telões foi suficiente para que gritos de “Guardian! Guardian!” explodissem, após uma espera de três anos. No palco, Frederik Ehmke (bateria), Barend Courbois (baixo, ex-Tank), Michael Schüren (teclados), os guitarristas André Olbrich e Marcus Siepen e, por fim, Hansi Kürsch (vocal) saudavam São Paulo com “The Ninth Wave”, primeira faixa do novo trabalho – muito bem recebido por sinal, pois desde a introdução os fãs vibraram e acompanharam boa parte da canção. A faixa possui quase dez minutos, mas é tão dinâmica e cadenciada que nem se percebe. Uma bela forma de começar o show que, depois de uma simpática saudação do vocalista dizendo estar feliz em estar de volta, deu partida na máquina do tempo com “Banish From Sanctuary”, de “Follow The Blind” (1989). Pela reação do público, um grande clássico passava pelos olhos e ouvidos de todos.

Ainda no mesmo clima, e com um salto de nove anos à frente, “Nightfall”, de “Nightfall In Middle-Earth” (1998), vem após Hansi pedir que os já alucinados fãs guardassem energia, pois a noite seria longa, pedido esse ignorado, visto que os refrãos da foram solados a toda pela plateia. “Fly”, uma dançante faixa de “A Twist In The Myth” (2006), seria gravada para um futuro álbum ao vivo, segundo o vocalista, anuncio que fez os fãs vibrarem e deixarem uma bela contribuição para a gravação. Hansi deixou claro estar ainda em plena forma com os super agudos de “Tanelorn”, do álbum “At The Edge Of Time” (2010), ao passo que Ehmke demonstrava grande habilidade nas potentes linhas da faixa.

“Prophecies”, também de “Beyond The Red Mirror” engana qualquer um com seu início melodioso, antes de cair na pancada e um refrão épico-chiclete de belos vocais em coro. E finalmente, a promessa seria cumprida, a tão esperada “The Last Candle”, de “Tales From The Twilight World” (1990), encheria os ouvidos de todos. Num loop infinito de “Somebody’s out there!”, o belo final de linhas vocais duplas foi prolongado por alguns minutos pelos fãs, que pareciam ter trocado de lugar com a banda, já que a mesma contemplava a cena com sorrisos no rosto, antes de retomar e encerrar a faixa.

A recente “Miracle Machine” marcou o momento acústico do set com André e Marcus num belo par de violões e, por sua vez, Michael brilhou nos teclados da canção. Chegada hora de mais um clássico, “Lord Of The Rings”, com os guitarristas munidos de suas guitarras acústicas, foi acompanhada por todos do início ao fim. “Time Stands Still”, de “Nightfall…”, cheia de climas e refrão cadenciado, retomou a euforia da apresentação e rendeu muitos “Ole, ole, ole, Guardian, Guardian!”.

Entre as canções Kürsch sempre se dirigia aos presentes com alguma mensagem ou história sobre a música seguinte, o que parecia algo já pensado, em compensação, sua movimentação de uma ponta a outra no palco era bem espontânea.  Michael, ainda que preso em sua posição não economizava agitação, puxava as palmas dos fãs e batia cabeça. Frederik é um show a parte. O baterista careca, que parecia saído de uma das histórias de Tolkien, energizava cada faixa com seu tremendo kit, acompanhado pelo ótimo baixista, que aparentava sofrer um pouco com o calor. “You are fucking crazy!” foi a declaração de amor de Hansi para com os paulistas, antes da dobradinha do álbum “Imaginations From The Other Side” (1995), com “I’m Alive”, mais uma metralhada no kit de Frederik, para acabar com qualquer pescoço ainda inteiro.

Num aviso mecânico que não convenceu ninguém, o vocalista anuncia a última musica da noite, e o grupo manda “Imaginations From The Other Side”, aclamada em absoluto, com seus refrãos literalmente solados pela casa. Sob aplausos e gritos, a banda se retira, não para o único, mas o primeiro bis. Em poucos minutos, preenchidos por pedidos gerais de “Valhalla! Valhalla!”, os alemães reaparecem com “Wheels Of Time”, de “At The Edge…”, num dos momentos mais bonitos do show. A música épica, de ‘intro’ arabesca, se destaca pelos arranjos e linhas de teclado diferenciadas. Com quase nove minutos de execução, suas climatizações são envolventes e não deixaram a apresentação cair, mesmo com alguns minutos instrumentais.

“Twilight Of The Gods”, do novo álbum, só pareceu aumentar a ansiedade dos fãs, mas os pedidos por “Valhalla” foram atendidos,e já nos primeiros riffs era difícil ver quem não pulasse, batesse cabeça, ou surtasse da forma como lhe convinha. O trecho “Valhalla – Deliverance/Why’ve you ever forgotten me?” repetido em mais um final estendido por longos minutos num coro uníssono. Como um não fosse o bastante, se viu um segundo e final encore, com “Majesty”, primeira faixa do debut “Battalions Of Fear” (1988), pedida aos gritos pelo público, prontamente atendido.

“The Script For My Requiem”, de “Imaginations…” precedeu mais um momento acústico com a obrigatória “The Bard’s Song (Into The Forest)”, de “Somewhere Far Beyond” (1992), uma vez mais o massivo coro dos fãs se fez ouvir. “Mirror, Mirror” assinalou a última viagem épica, e definitivamente no fim, o cover de The Regents, “Barbara Ann”, encerrou no maior clima Rockabilly a longa jornada dos bardos em terras distantes.

Com um show daqueles de ir embora amassado, a agenda 2015 começa a se encaminhar para o fim com mais um espetáculo memorável. O Blind Guardian se despediu do público paulistano com satisfação estampada no rosto, após 2h20 de show, sem deixar dúvidas do quanto continuam afiados. Bom para os fãs, que podem ficar na expectativa de novos e grandes capítulos.

 

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