No último dia 11 de março, Bruce Dickinson esteve em São Petersburgo, na Rússia, fazendo sua palestra “What Does This Button Do? – An Evening With Bruce Dickinson”. Antes de se despedir do público presente, o frontman do Iron Maiden arrancou aplausos ao cantar, de maneira soberba e arrepiante, um trecho a capella do hit Tears of the Dragon, hino de seu segundo álbum solo Balls to Picasso, lançado em junho de 1994. Em plena forma vocal, mesmo no alto de seus 61 anos de idade, Bruce, que após tratamento se curou em 2015 de um tumor na língua, prova não ter sido afetado pela doença descoberta antes do Natal de 2014.
Filmado por fã, o vídeo está disponível abaixo.
A mencionada palestra de Dickinson, com duração de mais de duas horas, é o resultado de sua autobiografia, best-seller do New York Times e UK Times, What Does This Button Do?. O sucesso do livro lançado em 2017 fez com que o cantor fosse convidado para uma série de leituras pelos cinemas do Reino Unido. Em clima intimista, na primeira metade da palestra Bruce fala, com visão bem humorada, da correria que é a sua vida, contando histórias contagiantes, algumas delas limadas da edição final do livro. E tudo é ilustrado com fotos inéditas. Já na segunda parte acontece um ‘Q&A’ (Questions and Answers), ou seja, uma sessão de perguntas e respostas para o público, em que Bruce responde seja lá o que for, sem papas na língua.
Em 2018, Dickinson falou ao programa de TV da Nova Zelândia “The Project” sobre sua turnê de palestras: “O show que eu faço, basicamente é um ‘one-man show’. Transformou-se inicialmente em uma promoção para o livro. A editora me disse: ‘Vamos alugar um pequeno teatro e você faz apenas algumas pequenas leituras’. Pensei: ‘Bem, isso é meio chato, realmente’. Então, anos atrás, quando eu estava na faculdade, minha namorada me convenceu a ir assistir a um ‘one-man show’ chamado Quentin Crisp. Tive que ser arrastado: ‘Oh, quem é esse cara?’. Enfim, foi absolutamente brilhante. Uma das coisas que ele fez na segunda metade foi pegar bilhetes com perguntas da plateia. Ele fez quase como uma coisa de improviso e respondeu às perguntas. Então, pensei que seria bom fazer isso. Meio que construí esse show, por assim dizer, e apenas voei”.
What Does This Button Do? é o terceiro livro de Bruce Dickinson. Anteriormente, o cantor publicou dois romances satíricos: “The Adventures of Lord Iffy Boatrace”, sobre a alta classe inglesa, e “The Missionary Position”, a respeito do televangelismo. De certa forma, a batalha travada contra o câncer o inspirou a escrever a sua própria biografia, que no Brasil recebe o título de “Bruce Dickinson: Uma Autobiografia”: “Sim, talvez de forma inconsciente. Até antes do diagnóstico eu tinha vários projetos. Quando fui diagnosticado, metade de mim pensava: ‘suponho que você vá morrer, mas as chances são de que você não vai morrer. Mas que saco é esse câncer!”, disse em entrevista a Andrew Haug.
Sobre a benção de não ter a voz prejudicada após a doença e ao tratamento, Bruce revelou: “O tratamento é muito agressivo. Então, talvez, você chegue razoavelmente bem ao final dele, não dá pra saber. Sei de caras que tiveram o mesmo câncer que eu e foram curando com o mesmo tratamento, mas seus corpos responderam de forma diferente. Há alguns efeitos colaterais péssimos, dos quais tenho muita sorte de não ter sofrido”, afirmou.
Mesmo curado, Bruce não pode descuidar de a cada seis meses passar pelo médico para exames de rotina: “Minha mandíbula é examinada por vários motivos ligados a radiação, porque quando você passa por todo esse tratamento, o osso responde a isso de forma permanente. Os tecidos se regeneram, mas o osso não responde tão bem”, detalhou.
Falando agora sobre o Iron Maiden, que passou pelo Brasil em 2019 com sua “Legacy of the Beast Tour”, há rumores de que o lendário grupo inglês tenha concluído um novo álbum de estúdio. O mais recente The Book of Souls foi gravado no final de 2014 em Paris, na França, com o produtor de longa data Kevin Shirley. No mês passado Shirley fez uma recapitulação sobre o ano de 2019 em suas redes sociais e aludiu a uma nova colaboração com o Maiden, informando que passou três meses em Paris no início do mesmo ano “trabalhando bastante em um projeto sem nome, mas não muito secreto”. E acrescentou: “Terminei com um zumbido alto em meus ouvidos”. Shirley assina todos os discos do Iron Maiden desde 2000 e o próximo será o sexto desde que o grupo se tornou um sexteto a partir do retorno de Dickinson e Adrian Smith, em fevereiro de 1999.
Também em meados de 2019, o site italiano Maiden Concerts especulou que o novo álbum do Iron Maiden já está gravado, porém nos últimos estágios de finalização. O que se sabe é que, até então, todos os músicos da banda, suas esposas e o próprio Shirley estavam novamente em Paris, aonde se localiza o Guillaume Tell Studios, onde o Maiden gravou os álbuns Brave New World (2000) e The Book of Souls, que foi lançado no dia 4 de setembro de 2015.
E apesar da atual pandemia do Coronavírus que tem assombrado a humanidade, o cantor, compositor, escritor, piloto, radialista, esgrimista, palestrante, historiador, empresário e mestre cervejeiro (ufa!) Bruce Dickinson deverá passar pelo Brasil no segundo semestre deste ano com sua palestra “What Does This Button Do? – An Evening With Bruce Dickinson”, para apresentação única, a ser realizado no dia 26 de agosto, no Tom Brasil, em São Paulo.
Para maiores informações acesse:
https://www.livepass.com.br/event/what-does-this-button-do-uma-noite-com-bruce-dickinson/