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Cabelo curto e guitarra “cor de ranho” impediram George Lynch de entrar na banda de Ozzy

Ozzy Osbourne sempre teve um toque de Midas para descobrir guitarristas talentosos. Quando o Madman deixou o Black Sabbath e seguiu carreira solo, o mundo do heavy metal foi presenteado com ícones da guitarra, como o saudoso Randy Rhoads, Jake E. LeeZakk Wylde, entre outros. Há relatos de que vários outros guitarristas, além daqueles que já sabemos que trabalharam com Ozzy, também teriam feito testes para sua banda solo. Entre esses nomes estão John SykesMichael SchenkerJeff Loomis, Alex SkolnickRichie Kotzen e, entre outros, George Lynch. No caso de Lynch, conhecido por seus trabalhos com Lynch Mob, Sweet & Lynch e, especialmente com o Dokken, ele chegou a ser contratado, mas permaneceu na banda por apenas um mês, não chegou a fazer shows e acabou sendo substituído por Jake E. Lee. Em recente entrevista à Ultimate GuitarLynch revelou que sua não efetivação na banda se deu por motivos bem peculiares.

A oportunidade bateu à porta de Lynch no ano de 1982, quando ele fez sua primeira audição, porém na ocasião Ozzy optou por Randy Rhoads. Mais tarde, uma nova chance surgiu, agora para substituir Brad Gillis.

“Eu meio que senti como, ‘Ok, desta vez é real. Desta vez vai dar certo. E eu tive tempo para me preparar”, recordou Lynch. Nesse tempo que teve tempo para se preparar, ao qual Lynch se refere, ele recorreu a Warren DeMartini, guitarrista do Ratt, para ajudá-lo a aprender as partes de Rhoads, visto que, conforme ele admite, o estilo do saudoso músico “não era exatamente a minha praia”Lynch foi para esse segundo texto confiante. “Eles me levaram para vários lugares. Fui para a Escócia, fui para a Irlanda, Inglaterra, de volta ao Texas para ensaios. Fizemos algumas turnês – mas eu não subia ao palco durante o show. Ocasionalmente, eu fazia a passagem de som com ele e coisas assim. E apenas andava com a banda. Acho que eles queriam ver como eu me encaixava quimicamente com todos. Mas eles tinham dois problemas comigo”.

Os motivos apontados por Lynch vão além da questão musical e beiram o absurdo: 

“Ozzy tinha um problema com meu cabelo curto – eu usava o cabelo curto naquela época. E então a esposa dele (Sharon Osbourne) tinha um problema com minha guitarra verde. Ela disse que parecia um ranho. Não se importava com o som, nem com o que eu estava tocando. Eu disse, ‘Bem, tenho outras guitarras. Esta é só a que eu trouxe’. Ela continuava mencionando isso durante o jantar e nos ensaios. E eu ficava: ‘Eu realmente tenho muitas outras guitarras. Não é problema. E meu cabelo cresce. E advinha? Seu marido é careca!”.

Comparar-se a Ozzy só piorou a situação para Lynch. Ao mencionar que Ozzy havia raspado seus cabelos, Sharon teria respondido: “Mas ele é Ozzy e pode fazer o que quiser”, disse o guitarrista. (Eu disse) ‘E existem essas coisas chamadas perucas, e muitos roqueiros as usam. Eu posso usar uma delas. Que tal?’. (Mas) Eu nunca tive a chance de passar dessa fase.

A demissão de George Lynch 

O clima realmente não melhorou para o guitarrista americano, mesmo ele propondo soluções fáceis quanto aos dois quesitos reclamados. “Cerca de um mês se passou e estávamos viajando, ensaiando em Dallas por um tempo. Então, mudamos os ensaios para Los Angeles. E aí estamos no (estúdio) SIR uma noite, e Wendy Dio (esposa do vocalista Ronnie James Dio), eu acho, continuou pressionando (Ozzy) para conseguir (tirar) um de seus caras. E Jake E. era um de seus caras. Então, eles fizeram uma audição sobre a qual não me contaram, e eu apareci no SIR pensando: ‘Vamos ensaiar’ – e lá estão os outros caras no palco. Ninguém nem me contou. E Jake E. estava lá em cima, não tocando muito bem – e admitido, porque conversamos depois.”

Apesar de ter sido preterido, George Lynch parece não sentir inveja de Jake E. Lee“Ele parecia fantástico. Ele tinha um body de couro completo com todos esses apetrechos por toda parte, e seu cabelo estava até a bunda. Ele parecia fantástico. E (em termos de performance) ele se movimentou muito bem”, reconhece.

Mesmo não tendo sido efetivado por Ozzy Osbourne, George Lynch foi bem sucedido em sua carreira com o Dokken e ganhou reconhecimento como um dos grandes guitar heroes da década de 80. No entanto, ter sido recusado pelo Madman mexeu com o psicológico de Lynch, que admite: “Isso foi muito difícil”.

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