O Carcass passeou por algumas correntes do metal extremo. Reek of Putrefaction (1988) e Symphonies of Sickness (1989), primeiros trabalhos do grupo, são álbuns de grindcore. A partir de seu terceiro disco, Necroticism – Descanting the Insalubrious (1991), a banda inglesa refinou seu som e passou a investir no melodic death metal, como também pode ser ouvido no clássico Heartwork (1993). Alguns anos depois, em 1995, foi lançado Swansong, disco que mistura death metal com rock and roll.
Desde que retomou suas atividades em 2007, o Carcass lançou dois álbuns, Surgical Steel (2013) e Torn Arteries (2021). Ambos os trabalhos flertam com a sonoridade adotada pelo conjunto nos anos 1990.
Durante entrevista à equipe de imprensa do Neuborn Open Air Festival (via Blabbermouth), Jeff Walker, vocalista e baixista do Carcass, falou sobre a evolução musical que o grupo apresentou ao longo de sua carreira. Segundo o frontman, tais mudanças têm a ver com diferentes fatores.
Ele explica:
“Fizemos isso, depois crescemos um pouco, depois fizemos aquilo, e crescemos um pouco mais. E continuamos crescendo (…). Não é uma manobra deliberada e cínica. Apenas tocamos a música que gostamos (…). Você melhora como músico, tem influências diferentes e tenta coisas diferentes. Estilisticamente, somos uma bagunça. Esse é o problema.”
Walker também apontou que tantas alterações no direcionamento musical do Carcass trouxeram um efeito colateral. Na opinião do músico, a banda foi “descartada tantas vezes” por conta de sua sonoridade e das mudanças.
“Essa também é a desvantagem do Carcass, porque alguém que ouviu o Carcass em 1988 pensaria: ‘Isso é uma m#rda’. E não entenderia como é nosso som agora. E talvez, se nos ouvissem em 1990, não iriam gostar do que estávamos tocando naquela época. Mas seguimos em frente. E nós entendemos isso; eu entendo isso. Fomos descartados tantas vezes. ‘Esse é o Carcass. Eles são barulhentos. Eles soam como m#rda’. Mas acho que estamos bem.”
Guitarrista aprova mudanças do Carcass
Integrante do Carcass desde 2021, o guitarrista Nippy Blackford também participou da entrevista e declarou apreciar o fato de os discos não soarem parecidos. Em sua opinião, repetir a fórmula musical funciona para alguns, não para todos.
Ele comenta:
“Eu diria que, principalmente como fã do Carcass (…), acho que isso é uma coisa ótima, que cada álbum é diferente. Parece que, analisando de fora, era assim que eles estavam naquela época, depois evoluíram um pouco e ficaram dessa forma. Você meio que os vê amadurecendo e crescendo. Algumas bandas fazem a mesma coisa várias vezes e isso é ótimo. Isso realmente funciona bem para algumas bandas. De fato, quem gostaria que o AC/DC fizesse algo diferente?”
A formação atual do Carcass conta com Jeff Walker (baixo/vocal), Bill Steer (guitarra/vocal), Nippy Blackford (guitarra) e Daniel Wilding (bateria). O quarteto se apresentou na segunda edição do Summer Breeze Brasil (atual Bangers Open Air), realizado em abril de 2024.
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