O canal do Youtube HEAVY CULTURE recebeu no dia 21/09 o vocalista Tim Baker, da lendária banda estadunidense CIRITH UNGOL. Com trajetória iniciada ainda na década de 1970, foi somente em 1981 que o mundo viu nascer o clássico “Frost and Fire”, apresentando uma sonoridade pesada, arrastada e dotada de uma aura épica difícil de definir. Ao mesmo tempo, outros nomes foram aparecendo nos EUA e carregando esta mesma bandeira, como Manowar, Virgin Steele, Omen, Warlord, Thor, Brocas Helm e Manilla Road. Do outro lado do atlântico coube a grupos como Heavy Load (Suécia) e Dark Quarterer (Itália) despejarem toneladas de Heavy Metal épico, pavimentando o caminho para o riquíssimo cenário atual.
Depois do retorno definitivo em 2015, o CIRITH UNGOL não parou em nenhum instante, e de lá para cá colecionam um disco ao vivo espetacular chamado “I’m Alive” (2019), um novo álbum de estúdio, intitulado “Forever Black” (2020) e o recém-lançado EP “Half Past Human”, que celebra a boa fase que o grupo vem passando. Com quatro integrantes da formação clássica e a adição do baixista Jarvis Leatherby (integrante do Night Demon), o CIRITH UNGOL tem sob seu comando o vocalista Tim Baker, dono de um timbre único e inigualável, e no alto de seus 64 anos não mostra sinais de cansaço. No bate-papo com a equipe do HEAVY CULTURE o vocalista pôde contar um pouco sobre sua trajetória e como a pandemia tem afetado os trabalhos da banda, onde destacou dois pontos principais: um, negativo, onde diz que a banda está ficando mais velha e está no grupo de risco, e o lado positivo é que nesse período tiveram tempo para escrever músicas novas.
Confira o bate-papo com Tim Baker:
Indagado sobre a origem do nome da banda, destacou não fazia parte da formação original quando batizaram o nome da banda, mas disse que todos eram fãs do livro “O Senhor dos Anéis”, de Tolkien, de onde tiraram “Cirith Ungol”, que significa “passagem da aranha”, na língua élfica. Trata-se de uma passagem nas fronteiras ocidentais de Mordor, acima da torre de Minas Morgul. Entretanto, uma das maiores influências, principalmente visuais, veio de Elric de Melniboné, personagem protagonista de uma série de literatura de fantasia criada pelo escritor britânico Michael Moorcock. Elric acabou se tornando o mascote da banda, figurando em todas as capas de álbuns. Tim Baker contou que inicialmente eles queriam utilizar o “berserker” das obras de Frank Frazetta, que acabou caindo nas mãos da banda Molly Hatchet. Conforme Baker contou, eles acharam a arte de Michael Whelan – ilustrador de Elric de Melniboné – ainda mais bonita, e bastou um contato com o ilustrador para que uma parceria duradoura fosse criada.
Questionado se haveria a possibilidade de criarem um álbum completo sobre Elric, Baker disse que não gostaria de focar em apenas um assunto, pois não quer ficar preso em apenas um tema, e gosta de liberdade para escrever sobre o que gosta. Entretanto, o personagem foi tema da música “Stormbringer”, presente no álbum “Forever Black”. Sobre seus gostos musicais, o vocalista disse que tenta acompanhar as mudanças da cena, destacando que cresceu ouvindo Metal clássico, mas que é difícil se manter atualizado, pois há muitos subgêneros no Heavy Metal, tentando ouvir um pouco de material atual além dos clássicos. Contou que gosta de outros estilos além do Metal, citando R&B, Soul Music e Funk, como Motown e James Brown. Suas principais influências foram Deep Purple, Black Sabbath e Alice Cooper, lembrando ainda que nos dias de hoje acaba ouvindo inclusive artistas de K-pop, graças aos seus filhos.
Além disso, foram abordados temas como a relação do CIRITH UNGOL com Doom Metal, e indo mais longe, na influência da banda para as bandas de Death e Black Metal, revelando que chegou a receber cartas de Tom Warrior na época do Hellhammer, sentindo-se honrado por ter influenciado vertentes mais extremas. Muito disso se deve ao seu estilo vocal, mais agressivo que as bandas contemporâneas dentro do Heavy Metal. Tendo DIO, Rob Halford e Alice Cooper como influências, deixou claro que sempre buscou criar algo original e 100% próprio. Sobre os planos futuros depois do EP, revelou que já possuem cerca de cinco músicas finalizadas para um novo álbum, e que em janeiro voltarão aos palcos. O novo álbum, ainda sem previsão de lançamento, virá na mesma pegada de “Forever Black”, e Baker finaliza dizendo que espera que em 2022 todos possam ter a chance de ver a banda ao vivo.
No dia 24/09 às 19h, sexta-feira, será a vez da banda Attomica marcar presença no HEAVY CULTURE, onde Andre e Pyda Rod dissecarão o debut “Attomica”, lançado em 1988. A última live de setembro será no dia 28/09 às 19h com Fernanda Lira da Crypta, que trabalha na divulgação de seu debut, “Echoes of the Soul”.
Créditos da foto: Markus Felix
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