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Coquetel em São Paulo marcou o lançamento de “Viking Zombie”, novo álbum do ARMORED DAWN

Trabalho, investimento, estratégia, foco e dedicação. Sob tais características o Armored Dawn continua despontando no mercado musical. Criado há cinco anos, o grupo paulistano segue, de maneira constante, lançando materiais, anunciando novidades e participando de grandes eventos, dentro e fora do Brasil. Esse segundo semestre de 2019 então, tem sido bastante agitado para o Armored Dawn, que recentemente participou de dois grandes festivais, o “Rockfest”, em São Paulo, e o internacionalmente cobiçado “Rock in Rio”. E não é porque 2019 está acabando que Eduardo Parras (vocal), Rodrigo Oliveira (bateria), Rafael Agostino (teclado), Heros Trench (baixo), Tiago de Moura e o finlandês Timo Kaarkoski (guitarras) deram por finalizadas as atividades do Armored Dawn no ano. No último dia 17 de outubro o sexteto recebeu a imprensa, além de centenas de convidados – incluindo dois fã clubes – em um sofisticado coquetel, realizado na casa noturna Via Matarazzo, para apresentar Viking Zombie, seu novo álbum – lançado no Brasil no dia seguinte, via Shinigami Records.

Em meio ao clima de confraternização, o Armored Dawn surgiu no palco do Via Matarazzo após as honrarias de Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall, e de Rodrigo Branco, locutor da rádio Kiss FM. Antes da coletiva de imprensa ser iniciada, foram exibidos no telão um vídeo com a retrospectiva do grupo e os clipes das novas músicas Ragnarok e Animal Uncaged (em primeira mão), que traz cenas gravadas no “Rockfest”, com a participação de muitos membros do fã clube e a devoção dos mesmos para chegarem ao festival. Em seguida, os músicos foram bombardeados de perguntas dos profissionais de imprensa.

Sobre como se iniciou o processo de criação de Viking Zombie, Eduardo Parras contou: “Começamos sempre pelo conceito. Você tem um personagem e uma ideia do que vai ser. Ficamos um ano gravando, foi um período em que discutimos muito a respeito, até chegarmos à uma sonoridade a qual fosse uma coisa em comum para a banda toda. Muitas vezes começava por uma base minha no piano, uma ideia. Outras vezes começava ou na guitarra, ou no teclado ou com o Heros também. Tivemos o privilégio de passar um ano no estúdio do Rodrigo, então gravávamos e escutávamos muitas vezes. Essa oportunidade faz você ir ajustando e dando opinião. Assim a banda acaba chegando à um consenso”. E complementou: “Quando a gente pensou em fazer o Viking Zombie, refletimos muito sobre as bandas de metal, nas pessoas que usam tatuagem, brincos, cabelos compridos e são discriminadas na sociedade. Queríamos um personagem que tivesse a força de um viking e a imortalidade de um zumbí. “Viking Zombie” é a banda representando muitos de vocês na sociedade, é o nome de um personagem, mesmo”, revelou.

O enredo em torno do conceito de Viking Zombie foca entre os anos de 850 d.C. e 900 d.C. Baseia-se na saga dos homens do norte, que objetivavam o domínio de novos territórios. A trama aborda também o casal de guerreiros Bálder e Sigrid. De origem desconhecida, ambos vieram ao mundo tendo como missão batalhas incansáveis. E consagram-se vitoriosos. Em muitas dessas batalhas os dois contam com amigos, também guerreiros, como aliados. “Bálder é um guerreiro com estratégias de guerra, força descomunal e vontade de vencer. Um guerreiro corajoso e apaixonado por sua companheira de todos os tempos, a bela e determinada Sigrid, uma guerreira implacável. O pacto de amor entre os dois era tão forte, que ia desde a fidelidade na vida e nas batalhas, até a morte”, explica a banda no release de Viking Zombie, álbum que foi gravado em São Paulo e produzido, mixado e masterizado pelos próprios Heros Trench e Rodrigo Oliveira, músicos que há muitos anos tocam juntos também no Korzus, um dos principais nomes do thrash metal sul-americano.

Sobre a divulgação do novo álbum, Agostino confidenciou: “A ideia inicial é gravar um clipe para cada música. Conversamos com o Léo (Liberti, da Libertà Films), para fazermos praticamente um documentário, uma sequência, uma série, acompanhando cada música. Já até temos um próximo clipe. Clipe é algo fundamental para uma banda hoje em dia, pois é onde mostramos nossa força, nosso som, a imagem… Hoje, um clipe acaba sendo mais importante do que um CD, pois o público vê a imagem, a ideologia, a mensagem que a banda quer passar, porque, às vezes, a música não tem essa força sozinha. Toda vez que você tem um bom produtor de vídeo e uma boa música, consegue levar a mensagem aos fãs”. E o tecladista confirmou: “Um DVD, com certeza, rolará. Não sentíamos que era hora de fazer um antes desse novo lançamento. Mas com esse álbum, no ano que vem, provavelmente, lançaremos um material ao vivo”.

Além de falarem do novo álbum Viking Zombie, os músicos do Armored Dawn responderam diversas outras perguntas. Sobre a estética da banda, taxada por muitos como viking metal, Parras esclareceu: “Quando se fala de viking metal, basicamente você está falando de religião, acaba lidando com a fé e a crença de um povo. Na verdade, então, não somos viking metal, somos uma banda de heavy metal que toca temas vikings. O viking metal é uma coisa religiosa e é preciso ter cuidado ao falar disso, pois você estará tratando da crença de todo um povo. É um desafio um grupo brasileiro cantando temas do norte da Europa. E maior desafio ainda é chegar na Europa e ser aceito como brasileiro cantando um tema europeu”, salientou.

Sobre o fato de a banda estar sempre lançando materiais, Rodrigo Oliveira comentou que a questão “tempo” não tem prejudicado o grupo no que diz respeito à qualidade do trabalho: “Se você quer viver da banda, tem que encarar como trabalho. Nós trabalhamos todos os dias para ela. É aquela coisa: quem quer, faz! A gente ensaia e planeja todos os dias. Acho que nosso planejamento é uma de nossas armas, porque o tempo é algo realmente complicado. E isso é conversado internamente, programado em agenda, é uma empresa mesmo”.

E por falar em empresa, os músicos não fugiram do assunto quando perguntados sobre o investimento que fazem para manter o Armored Dawn em evidência: “Quando você encara a situação como negócio – e isso é mesmo necessário, para você saber o quanto investirá ou não -, uma decisão precisa ser tomada: ‘vou investir tantos mil reais e tentar recuperar esse dinheiro em quanto tempo?’, se você pensar como um negócio. Se você não pensa como negócio, pode ser um erro: ‘vou gastar tantos mil reais e acabarei só gastando’. Quando se pensa no retorno, você tem que ter paciência e trabalhar para que ele venha. Nesse momento, talvez depois de três ou quatro anos, você tem que obter retorno”, afirmou Parras. “Hoje, a banda está sendo contratada, inclusive internacionalmente. Quando você é contratado internacionalmente, recebe em Dólar ou em Euro, e aí a situação se inverte. Nesse momento, de três a cinco anos, você começa a ter um retorno. Se você procurar todas as empresas do Brasil, cinco anos é um período que ou você começa a ter retorno ou desiste. É algo histórico. Não há investimento se não haver tempo e retorno. Se você não tiver um plano real, não chame de investimento. Chame de gasto. Esse planejamento financeiro e de tempo tem que haver. E demora cinco, sete, dez anos…”, atestou o vocalista. “Ou você se dedica no seu trabalho, independente da profissão que tem, ou pára”, complementou Rodrigo.

Sobre a visão de mercado internacional, os músicos falaram sobre o papel das bandas brasileiras: “A qualidade das bandas nacionais é tão boa quanto a das estrangeiras. A grande diferença quando você fala que a banda vai sair do Brasil para tocar na Europa é que já saímos com uma desvantagem, que é a nossa moeda contra o Euro – o que torna a viagem praticamente inviável. Isso deixa as bandas brasileiras desanimadas, recuadas no mercado brasileiro, pois as inibe bastante. A grande dificuldade é que lá fora tudo é muito caro, isso é o primeiro ponto. Nas duas primeiras excursões, talvez as viagens sejam mais caras. A partir da terceira, possivelmente eles (os estrangeiros) comecem a se interessar mais pelas bandas de fora. Existe o interesse deles, pois gostam do metal brasileiro, que tem seu diferencial. Se nossa moeda fosse mais forte, chegaríamos com muito mais força lá fora”, analisou Parras. “O europeu tem a cultura de ir ao show de uma banda que ele não conhece e isso é muito legal. Ele vê a programação da casa, pesquisa sobre a banda e vai”, disse Agostino. “Vou dizer algo que, infelizmente, é uma verdade sobre a cultura do público brasileiro. Você vai abrir qualquer show que seja e muitas pessoas chegam só na hora de ver a banda principal. A de abertura, que está se esforçando pra caramba para aparecer, poucas pessoas vão prestigiá-la. Com isso, você não tem um espaço bom, não tem um som legal e conta com poucas pessoas que vão lhe ver. Imagino que isso deva mudar, pois qualidade as bandas nacionais têm!”, esbravejou Parras.

Falando em Europa, neste mês de novembro o Armored Dawn embarca para mais uma turnê pelo velho continente. Pela primeira vez como headliner, o sexteto brasileiro passará por Milão, na Itália, e pelas cidades de Munique, Essen, Köln, Hamburgo e Aschaffenburgo, na Alemanha, país onde será acompanhado pela banda Induction, do guitarrista Tim Hansen, filho do guitarrista e vocalista Kai Hansen, que esteve com o Helloween dividindo palco com o Armored Dawn no “Rockfest”, ao lado também de Scorpions, Europe e Whitesnake, além de também ter tocado no “Rock in Rio”.

Viking Zombie já está nas lojas e disponível em todas as plataformas desde o dia 18 de outubro.

Confira o vídeo de Ragnarok:

https://youtu.be/MEKw69FMIL8

Confira o vídeo de Animal Uncaged:

https://www.youtube.com/watch?v=2aGHWmyecps

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