Nas últimas décadas, o Nuclear Assault, cultuada banda do thrash metal americano dos anos 1980, passou a não ser tão constante quanto em seus primeiros, anos em termos de shows e, principalmente, de lançamentos. O fato de seus integrantes não viverem de música e terem empregos paralelos, certamente influenciou para que o Nuclear Assault fosse uma daquelas bandas que quando você nem lembrava mais da existência ressurgia com algumas datas de shows ou com um material inédito ou outro. No final de 2022, a banda divulgou uma imagem em suas redes sociais (retirada em seguida), deixando claro que sua aposentadoria estava decretada. Em recente entrevista ao That Metal Interview, o lendário baixista e fundador Dan Lilker confirmou que o show do grupo realizado em setembro no “UK Deathfest”, em Londres (ING), foi provavelmente o último da história do Nuclear Assault.
“Estamos tentando parar há um tempo, mas as pessoas não nos deixam partir. Sei que as pessoas querem ver o Nuclear Assault e tudo mais, mas é que… Estamos ficando um pouco velhos e – não sei – é diferente”, admitiu. “Eu simplesmente não gosto de fazer turnês como antes. Voar não é mais o que costumava ser. Você fica fodido em aeroportos o tempo todo. E eu realmente não tenho paciência. Se meu voo atrasou ou se meu baixo não chegou, por algum motivo, essa merda está ficando ultrapassada”.
Lilker ressaltou que a vida profissional fora da banda também corrobora para que a banda não continue suas atividades: “É difícil explicar, porque algumas dessas coisas são algo que realmente não discutimos fora da banda ou qualquer coisa assim. Mas é difícil agora, porque John (Connelly), nosso vocalista (e guitarrista), é professor do ensino médio. Então é muito difícil para ele escapar. Obviamente, ele poderia tirar férias escolares no verão, mas ele também tem uma família. Só porque é verão e ele não tem que lecionar não significa que ele vai fugir por um mês e não ser capaz de simplesmente ir curtir férias normais com sua família e tudo mais. Então, fica complicado assim. Ele vem fazendo isso há algum tempo. Obviamente, ele tem um horário de professor e não pode decolar escapar; eles têm um lance de férias muito rigoroso com o sistema educacional de Nova Iorque. E aí então, isso por si só é uma grande razão pela qual é realmente difícil fazer (os trabalhos da banda)”.
Mas para a esperança dos fãs, Lilker disse que, de sua parte, as portas estão abertas para uma possível reunião futura. “Acho que praticamente dissemos que acabamos de fazer o último show. A questão é que, se eu continuar dizendo, ‘Vamos fazer isso e aquilo’ em doses dispersas e esporádicas… Realmente, teremos que traçar a linha. Mas, praticamente, dissemos que o temos que começar a dizer: ‘Vai ser assim’. E se no futuro isso mudar, mudou'”.
Formado em 1984, o Nuclear Assault despontou no cenário com álbuns marcantes, tais como Game Over (1986), Survive (1988) e Handle with Care (1990). O grupo de Nova Iorque registrou alguns dos grandes clássicos do thrash metal, como as curtíssimas Hang the Pope e My America e outras como Rise from the Ashes, Survive!, New Song, Critical Mass, Torture Tactics, Trail of Tears e Something Wicked. O último trabalho de estúdio da banda foi o EP Pounder, de 2015.
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