A relação entre artistas e plataformas de streaming não é das melhores quando o assunto são os proventos repassados aos artistas. Os embates contra o Spotify, por exemplo, são corriqueiros. Há dez anos, o vocalista do Radiohead, Thom Yorke, retirou suas músicas como artista solo e de sua outra banda, o Atoms for Peace, em defesa dos artistas novatos que não recebiam nada da maior das plataformas de streaming pelas execuções de suas composições. Na ocasião, ele exigiu uma divisão de lucros mais justa e transparente. O Spotify rebateu as acusações de Yorke, alegando que trabalhava junto com os artistas par impulsionar suas carreiras. Os próprios empresários do cantor não concordaram com sua posição e afirmaram que a empresa cedia 70% dos lucros das músicas aos seus autores. Nesse fogo cruzado, há vários outros exemplos de artistas que bateram de frente com plataformas de streaming. O caso mais recente foi o vocalista do Cradle of Filth, Dani Filth, que em entrevista ao Rock Hard Greece soltou os cachorros para cima dos responsáveis pelo Spotify.
“O Spotify são os maiores criminosos do mundo!” – DANI FILTH
Filth começou falando sobre como anda a situação atual da indústria musical e a relação com os artistas:
“Vem se deteriorando”, afirmou. “Acho que 2006 foi o ano em que tudo deixou de ser confortável para os músicos – bem, não necessariamente confortável; nunca foi confortável. Mas (foi) muito mais difícil com o início da era digital, o surgimento de plataformas de streaming de música que não pagam ninguém. Assim como o Spotify são os maiores criminosos do mundo. Acho que tivemos 25, 26 milhões de plays no ano passado, e acho que pessoalmente ganhei cerca de 20 libras, o que é menos de uma taxa de trabalho por hora”.
Após refutar os achismos das pessoas que acham que os artistas ainda estão nadando em dinheiro, Dani explicou que hoje em dia um músico enfrenta uma situação totalmente complicada, com muitos gastos e sem respaldo de gravadoras, como acontecia em outros tempos. “Hoje em dia, a razão pela qual as pessoas lançam vinis de edição limitada e outras coisas, é (exclusivamente) para colecionadores – eles são as únicas pessoas que compram; outras pessoas simplesmente usam o streaming. É por isso que muitas bandas, desde a pandemia, não estão em turnê. A gasolina subiu. O aluguel de tourbus subiu. O custo de vida subiu”, detalhou.

“Está muito difícil para as bandas no momento. Mas não ajuda quando as pessoas têm essa ideia embutida de que não é um privilégio ter música, que a música é algo que deve ser dado de graça. Quero dizer, eu não entro na loja de alguém e simplesmente pego, sei lá, um pacote de bananas e digo: ‘Bem, elas crescem em árvores. Deveria ser grátis. Vou levá-las’. Eu seria preso por furto. Mas tudo bem que as pessoas baixem… Mesmo antes dos álbuns serem lançados, você encontra fãs do tipo, ‘Oh, eu tenho um link para isso’, e eles colocam no ar e instantaneamente qualquer venda que você iria conseguir das pessoas comprando um lançamento é perdida e elas passam para a próxima novidade”, concluiu.
Para assistir a entrevista completa com Dani Filth, acesse:
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