A transição de baterista para frontman nem sempre é fácil. Existem pelo menos dois casos famosíssimos de artistas que foram muito bem-sucedidos na tarefa – PHIL COLLINS e DAVE GROHL –, enquanto outros podem ficar relegados à obscuridade. DEEN CASTRONOVO não queria ser mais um desses.
Em entrevista a Daniel Dutra para a edição 280 da revista ROADIE CREW (clique aqui para comprar), o integrante do JOURNEY discutiu como, após uma carreira ilustre na bateria, assumiu função dupla no grupo REVOLUTION SAINTS, também ficando encarregado dos vocais principais. Era preciso estar mais confortável como frontman — e PAUL STANLEY, ídolo do KISS, lhe auxiliou na tarefa.
DEEN conta:
“Vou lhe contar um segredo: pedi conselhos ao meu bom amigo PAUL STANLEY, que é um grande apoiador dos meus vocais. Perguntei a ele: ‘Cara, me fala aí alguma dica, por favor! O que eu faço?’, porque ele é o maior frontman de todos os tempos, na minha opinião. O cara que comanda a plateia, canta o tempo todo e toca guitarra disse para mim: ‘Você precisa de um pedestal! Assim como eu tenho a minha guitarra, você precisa de algo para segurar!’”
Após uma vida inteira atrás de um kit de bateria, CASTRONOVO reconheceu que tinha dificuldade em usar as mãos quando não podia bater em algo. Por isso, colocou o conselho à prova, arrumou um pedestal e gostou do resultado.
“PAUL tinha razão, porque eu parecia um macaco balançando os braços enquanto cantava, sem saber o que fazer com eles! (risos) Tratei de arrumar um pedestal, afinal, o deus dos frontmen disse que eu preciso de um! E PAUL sabe exatamente do que está falando, porque ele é uma influência para mim nos vocais. Obrigado, PAUL! Você salvou a minha bunda nessa! (risos) Deus lhe abençoe, irmão!”
Mudanças no REVOLUTION SAINTS de DEEN CASTRONOVO
Em 2022, o REVOLUTION SAINTS passou por uma mudança drástica. DOUG ALDRICH e JACK BLADES, que participavam desde o início do projeto, saíram e deram lugar a JOEL HOEKSTRA e JEFF PILSON.
Desde então, dois álbuns foram lançados com os novos integrantes: Eagle Flight (2023) e Against the Winds (2024). O músico reconheceu que a mudança de formação contribuiu para uma nova abordagem.
Ele explicou:
“Quando DOUG e JACK estavam na banda e o ALESSANDRO (DEL VECCHIO, tecladista) estava compondo as músicas, a ideia era que os discos fossem um trabalho solo meu, então era algo mais pop rock e mainstream, tipo NIGHT RANGER, e as músicas eram feitas para a minha voz. Com JOEL e JEFF, a coisa ficou meio WHITESNAKE, meio DEEP PURPLE.”
DEEN também explicou sobre sua evolução vocal. Especificamente, o músico falou sobre o processo de desenvolver seu próprio estilo além de seu trabalho no JOURNEY, onde também assume vocais ocasionalmente, além de backing vocals de modo massivo.
“Eu já não canto mais como STEVE PERRY, o que é ótimo para mim, porque não sou vocalista. Eu canto no JOURNEY e estou acostumado com isso, além de o PERRY ser o meu vocalista favorito de todos os tempos, então é inevitável eu cantar um pouco parecido com ele, que é como um deus para mim! Mas nos últimos dois discos eu já estou cantando do meu jeito pra ser o meu próprio vocalista.”
CASTRONOVO reconheceu que não soa como alguns vocalistas com quem trabalhou ao longo da carreira, mas ele está em paz com isso. Afinal, é um baterista de ofício.
“Sei que não tenho a envergadura de JOHNNY GIOELI, JEFF SCOTT SOTO, ARNEL PINEDA, STEVEN TYLER, de nenhum desses grandes cantores, mas tenho a minha própria voz e acredito que estou entrando na onda dela. Ainda tenho um reflexos do PERRY, não consigo evitar, e às vezes aparece um PAUL STANLEY, que também é um deus para mim, assim como RONNIE JAMES DIO, que era o mestre no heavy metal, então estou cantando um pouco mais pesado. Mas continuo sendo baterista e, graças a Deus, ainda tenho o meu emprego! (risos)”
A entrevista completa de DEEN CASTRONOVO (JOURNEY) pode ser lida na edição #280 da ROADIE CREW. Para adquirir a revista e recebê-la em casa, acesse nossa loja oficial ou entre em contato pelo fone (11) 96380-2917 (WhatsApp).
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