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Dez anos sem PETER STEELE do Type o Negative (1962-2010)

Se você acompanhou com muita atenção o cenário underground do heavy metal na década de 1980, é bem possível que já conhecesse o nome Peter Steele. Se acompanhou com interesse a música pesada a partir da década de 1990, é absolutamente impossível que desconheça esse nome. Afinal, estamos falando de ninguém menos do que o lendário e saudoso líder do TYPE O NEGATIVE.

Peter Steele, nascido Petrus Thomas Ratajczyk em 4 de janeiro de 1962 era um sujeito um tanto quanto intimidador. Do alto dos seus mais de dois metros de altura, ele não era nem um pouco ‘franzino’, tinha uma cara quase que permanentemente amarrada, e, para este que vos escreve pelo menos, se tornou conhecido por tocar em uma banda chamada CARNIVORE, um dos atos crossover/thrash mais violentos dos anos 80, e que tocava músicas com títulos singelos, como God Is Dead, Male Supremacy e Jesus Hitler, apenas três exemplos do humor negro e afiado que ele desfilaria ao longo de sua carreira.

Carnivore

Embora tenha começado na música muito antes, com a banda hard/heavy FALLOUT (que lançou apenas um single no início dos anos 80), foi realmente com o CARNIVORE que Steele começou a se tornar conhecido, primeiramente no cenário da música pesada de seu Estado natal, Nova York. A banda, que tocava tanto em porões lotados de fãs de hardcore quanto em espaços mais frequentados por fãs de metal, lançou seu primeiro álbum, autointitulado, em 1985 via Roadrunner Records. A capa simples, fundo preto com a logo da banda como que riscada à faca e vertendo sangue, não escondia a exuberância musical do grupo, que em seus shows se apresentava trajada com vestes de guerreiros antigos, adornados com ossos e dentes de outras criaturas. Junte isso ao anteriormente citado ‘grandalhão mal-encarado’, e você já poderá ter o tipo de sensação que os fãs tinham em um show do CARNIVORE, que em 1987 lançou o sensacional Retaliation, infelizmente o segundo é último álbum de sua jornada.

Type O Negative

Foi apenas depois disso que Steele encontrou sua expressão cultural e musical máxima, e apareceu de vez para o mundo com o TYPE O NEGATIVE. Deixando para trás o arrombo thrash do Carnivore, e partindo de vez para uma sonoridade mais ligada ao gothic rock (com doses homeopáticas de hardcore), Steele pode explorar ao máximo os seus vocais característicos, como já indicava o debut Slow, Deep And Hard, de 1991. Alegadamente composto ao longo de algumas horas, durante as quais Steele estaria estupidamente bêbado e lamentando o fim de um relacionamento, o álbum trazia uma história pouco profunda de amor, traição e vingança, mas ganhava o ouvinte por seu tom extremamente pessoal e melancólico, algo que imediatamente se conectou com a nova geração de fãs de música pesada dos anos 90. Dali em diante, o ‘gigante’ não parou mais, e cada vez incorporou mais elementos em sua performance.

Das capas nada convencionais e intencionalmente ofensivas (você sabe que a capa original do EP The Origin of the Feces – Not Live at Brighton Beach é uma foto de Steele, mais precisamente daquele orifício onde o sol não bate, certo?) e músicas intencionalmente pouco apelativas, o grupo partiu para o estrelato com o álbum Bloody Kisses (1993), um dos registros mais influentes da década, e que trazia entre outros sucessos a incrível Black No. 1 (Little Miss Scare-All), que você certamente ouviu em algum Madame Satã da vida. Era simplesmente impossível uma balada gótica sem essa música (e Copycat, do LACRIMOSA, não?). Em 1996 eles lançaram um álbum ainda melhor, October Rust, que contém a minha música favorita da banda, a depressiva, calma e linda Die With Me, além de sucessos como Be My Druidess e My Girlfriend’s Girlfriend.

Líder de toda a cena gótica, Steele ainda lançaria outros três álbuns completos com o TYPE O NEGATIVE. Antes do fim, o mundo já havia se assustado com um boato da morte do baixista/vocalista, algo que depois foi afirmado como parte da estratégia de divulgação de um novo álbum de estúdio. Em 14 de abril de 2010 o mundo desejou que fosse novamente um boato. Não era.

Exatos dez anos atrás, o mundo perdeu uma das personalidades mais provocativas, fortes e intensas do rock nas últimas décadas . Mais do que qualquer coisa, Steele era um provocador. Ele talvez até quisesse ser admirado, mas não queria ser posto em um pedestal e adorado, e todas as vezes em que a indústria da música forçou essa imagem, ele se esforçou pessoalmente em jogar tudo por terra. O ‘sex symbol’ que posou de ‘barraca armada’ em revista na década de 90, era o mesmo sujeito que dizia que tinha passado aqueles anos todos absorvendo cocaína e álcool, e no fim, o autor de My Girlfriend’s Girlfriend era o mesmo autor de I Like Goils, e estes são apenas alguns exemplos onde você pode ver o quanto ele apreciava a provocação disfarçada de incoerência. Mais que qualquer coisa, Peter era um verdadeiro artista e uma mente inquieta. E não é por menos que a sua influência pode ser sentida em tantos músicos desde então.

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