Por Marcelo Gomes
Fotos: Roberto Sant’Anna
Com a recepção calorosa que o Dogma recebeu em sua primeira turnê latino-americana e com três shows agendados no Brasil ao lado do grupo italiano Wind Rose, as freiras do apocalipse ganharam um show extra em São Paulo como headliners. O local escolhido foi a Casa Aurea, localizado no tradicional bairro do Bixiga, um reduto boêmio e de muito rock na região. O evento contou ainda com a participação do The Heathen Scÿthe.
O The Heathen Scÿthe teve a missão de abrir os trabalhos e aquecer a noite para um público ansioso. Formada por Tato Deluca (vocal), Paulo Roveri (guitarra), Bruno Luiz (guitarra), Fernando Giovanetti (baixo), Flavio Sallin (teclado) e Marcus Dotta (bateria), a banda paulistana não apenas apresentou boas músicas, mas também ofereceu uma performance incrível, repleta de teatralidade e figurinos que caracterizam os músicos dentro da temática da banda, que aborda ocultismo e paganismo de diversas localidades. Destaque para Tato, que interpreta um xamã, vestindo um traje peculiar e adornado de adereços, incluindo longos chifres e uma foice. Seu pedestal exibia o crânio de um bode.
O som dos The Heathen Scÿthe varia do metal clássico ao industrial, passando pelo doom e pelo power metal. Bons exemplos dessa diversidade foram as músicas Into The Fire, Welcome (To the Dead), Acolytes of Heka e a homônima The Heathen Scÿthe. Eles fecharam com Runes & Blood. A banda entregou uma performance arrebatadora, criando uma experiência inesquecível para os presentes. Após o show, o consenso entre o público foi de que a apresentação da banda surpreendeu e de que havia sido uma grata surpresa.
Finalmente chegou a hora do Dogma mostrar a que veio. A banda, que está se tornando uma sensação no meio metal, vem ganhando adeptos por onde passa, e aqui no Brasil não foi diferente. Os “pecadores de São Paulo”, como elas próprias denominam seus fãs, puderam testemunhar uma apresentação intimista e poderosa. Lilith (voz), Lamia (guitarra), Rusalka (guitarra), Nixe (baixo) e Abrahel (bateria) subiram ao palco trajadas como freiras com corpse paints, transformando a Casa Aurea em um verdadeiro culto ao profano.
Forbidden Zone abriu a noite com a doce voz de Lilith, que acompanhava as melodias iniciais da canção, mas isso durou pouco. Um poderoso hard rock rapidamente ganhou espaço, mudando completamente a dinâmica da música e engajando o público de imeditado. Um belo riff de guitarra deu sequência com Feel the Zeal, enquanto a bela balada Be Free destacou as ótimas melodias vocais de Lilith.
Sem conversa, a banda mandou My First Peak e, logo depois, sob a trilha de Carmina Burana, uma freira endiabrada fez uma performance cheia de contorcionismo que foi de tirar o fôlego! Atônitos, os fãs receberam o ótimo power metal de Made Her Mine, que destacou a habilidade técnica da banda, e que destoa do repertório. A recepção acalorada deu lugar a uma performance ainda mais provocante da vocalista em Banned. A música, que possui elementos de tango, viu Lilith incitar os fiéis ao pecado, arrancando suspiros da galera.
O breve solo de bateria de Abrahel surgiu em um momento propício, permitindo os presentes um breve respiro diante da apresentação fascinante que estavam vivenciando. A baterista arrancou aplausos e, em seguida, a banda executou Carnal Liberation e Free Yourself, que foram recebidas com euforia, com os fãs cantando junto e demonstrando um verdadeiro sentimento de apreço pela banda. Bare to the Bones manteve a intensidade, enquanto Make Us Proud trouxe uma um lado mais sombrio, lembrando um pouco o Black Sabbath em sua viagem ao obscuro.
A homenagem aos clássicos do metal com “The Tribute” foi um ponto alto do show. A banda fez um medley com trechos de Walk (Pantera), The Trooper (Iron Maiden), Master of Puppets (Metallica), Symphony of Destruction (Megadeth), South of Heaven (Slayer) e Laid to Rest (Lamb of God), o que fez a plateia explodir. Com a energia lá em cima, tocaram ainda Pleasure From Pain, Father I Have Sinned e The Dark Messiah, fechando a noite memorável com chave de ouro.
A banda manteve a energia até o final, entregando uma performance emocional e poderosa que deixou o público hipnotizado e pedindo por mais. O Dogma conseguiu superar as expectativas e subverter imagens tradicionais com teatralidade e um hard rock poderoso. A recepção do público foi sensacional, com os fãs cantando, agitando e cultuando as freiras como se estivessem vivendo um carpe diem. Com pouca informação de quem são e de onde vêm, elas exploram muito bem essa aura de mistério, despertando a curiosidade e fascínio. Não há dúvidas que o Dogma tem um futuro promissor e é uma das grandes revelações do metal atual.
The Heathen Scÿthe – setlist:
01) The Offering
02) Into The Fire
03) The Magus
04) Welcome (To The Dead)
05) Carmina Pagani
06) S.O.L.O.M.O.N.
07) Siras, Etar, Besanar
08) Acolytes Of Heka
09) The Heathen Scÿthe
10) Runes & Blood
Dogma – setlist:
01) Forbidden Zone
02) Feel The Zeal
03) Be Free
04) My First Peak
05) Made Her Mine
06) Banned
07) Dying Breed
08) Carnal Liberation
09) Free Yourself
10) Bare To The Bones
11) Make Us Proud
12) The Tribute
13) Pleasure From Pain
14) Father I Have Sinned
15) The Dark Messiah
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