Domingão, dia de Rock, em mais uma edição do festival “Domingo Ao Extremo”, realizado no Cidadão do Mundo em São Caetano do Sul, ABC paulista. O evento é organizado por Eduardo Vieira, conhecido pelo trabalho em divulgar a cena extrema na região e por ter feito parte do Abside, que voltou à ativa. Desde então, o evento trouxe bandas como Descerebration, Arthanus, TerminalIlusion, Nervochaos, Insanity Force, entre outros e o cast dessa noite fria foi composto pelos grupos Oligarquia, Chemical, Immolated e Infector Cell.
Às 18h50, com o céu ainda claro devido ao horário de verão, o Oligarquia deu início à festa. Desfalcada do guitarrista Pancho, a banda se apresentou como um trio, com Guilherme Sordello (guitarra/voz), Artur Fontenelle (baixo) e Panda Reis (bateria). Para quem não conhece as apresentações da banda, as mesmas são uma festa, pois tocam de maneira descontraída, o que de certa forma contradiz com o Death Metal ‘old school’ que praticam, estilo caracterizado por pessoas sisudas e com pose de mal. Com mais de 20 anos de estrada, os caras fizeram seu set baseado no seu mais recente lançamento, “Distilling Hatred” (2011). Deste trabalho mandaram “World in Convulsion”, “When the Hate Dominate” e “Consumed by Greed”. Só que os caras não esqueceram das antigas, com destaque para “Crucial Moment”, do debut “Humanavirus”, som que possui uma levada de bateria punk/hc e depois descamba para a desgraçaria. O set de meia hora encerrou com “Abyss of Hatred”, cuja introdução possui uma pegada bem Motörhead e um trecho de “Troops of Doom”, que nem precisa dizer de quem é.
A segunda banda da noite foi o Chemical. Formada por músicos experientes como Alex Spike Freitas (voz e guitarra, ex-Zero Vision), Tiago Visceral (guitarra, ex-Calibre 12), Daniel Corvo (baixo) e Ricardo Nutzman (bateria, Desalmado) surpreendeu com um thrashtrampado que une os riffs oitentistas com os grooves atuais. As vocalizações são poderosas e o instrumental é rápido, pesado e brutal e agradou em cheio os presentes. Dentre as dez músicas apresentadas, destaque para “Doi-Codi”, “Worms” (não confundir com a do Zero Vision), “Mentally Insane” e a saideira, “Chemical Disease”. Para os fãs de Thrash, ao lado do Woslom, são um dos maiores nomes do estilo do país, sem exageros.
Saindo do Thrash e indo para uma praia mais Grind/Death, o Immolated iniciou sua apresentação. Retornando a ativa após uma pausa,Rodolfo (baixo e voz), Ivan (guitarra e voz), Marcelo (guitarra) e Lucas (bateria), apesar de fazerem um som extremo, possuem cuidado com os arranjos. Outro ponto positivo do show ficou para o jogo de vocais, pois se alternam entre um grunhido e agonizante (que soa como um porco) e outro mais brutal e que alterna berros e guturais mostrou músicas do seu EP (pegar nome) com outras novas como “Indulgence”, “Self Amputation” e “Exctinted by the Creed”, que encerrou o show do quarteto.
Já eram 21h30 quando o Infector Cell fez o último show da noite. Fagner (guitarra), Allan (voz), Guilherme (baixo) e Fernando (bateria) mistura Thrash/Death e Grind com alguns andamentos lentos. O curto set de 25 minutos trouxe canções como “Prontos pro Arrebento”, Frontal Attack” (que possui andamentos mais Hardcore), “Syndrome of Panic”, “Crack”, uma versão mais visceral para “Sofrer” (R.D.P).
Enfim, uma bela noite que agradou aos fãs de Metal que buscam pelas pérolas da nossa cena. O único ponto negativo ficou pela baixa presença de público, mesmo tendo outros eventos acontecendo pela região, não se justifica a falta de pessoas no espaço. É chato encerrar uma resenha dessa forma, mas nós, fãs de música pesada temos de valorizar nossa cena, conhecendo novas bandas e principalmente, indo aos shows, pois se as casas ficarem as moscas, quem vai investir em trazer novos grupos?