Quanto o Dream Theater transformou sua música desde 2010, quando Mike Portnoy deixou o grupo? Quanto a banda se transformou desde que ele retornou ao posto de baterista? Sejamos sinceros, essa já não é mais a época correta para esperar grandes “transformações musicais” e “ideias revolucionárias” no DT. Eles já fizeram tudo isso lá atrás e por isso conquistaram seu lugar no panteão dos gigantes do prog.
Hoje, com seu lugar no topo consolidado por uma discografia sólida e em constante em crescimento, e do alto da maturidade de uma banda cujos integrantes mais jovens beiram os 60 anos, eles não precisam transformar o mundo a cada novo álbum.
Porém, se Parasomnia deixa claro que eles não tentaram reinventar a roda (o single Night Terror foi uma excelente mostra disso), também evidencia a postura e o compromisso do quinteto em sempre apresentar material de excelência para os seus fãs, em que cada aspecto do produto final é cuidadosamente considerado. Sim, falo da capa, dos vídeos, da direção artística geral e da apresentação das edições físicas, mas, muito mais que isso, falo da música. Parasomnia é muito mais do que um simples ‘checklist’ de tudo o que torna um disco do DT um disco do DT. Não me entenda mal, tudo o que você está acostumado a ouvir continua aqui: o groove inserido em momentos chave, a técnica precisa, as mudanças de andamento, a infusão de peso em canções movidas por belas melodias, tudo correto e no lugar adequado. Dead Asleep é o tipo de música que deveria ser estudada em um conservatório. Porém, quando alguém comentar esse álbum no futuro, irá se referir a ele como “o disco da volta do Portnoy”.
No fim, a diferença foi tão grande assim? O punch, a pegada única de In the Arms of Morpheus, Midnight Messiah e The Shadow Man Incident responderão por mim. Isso aí, DT, não reinventem a roda. Não sejam uma nova versão do DT. Afinal, a sua melhor versão já está de volta.
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