Toda banda em algum ponto da carreira se arrisca a fazer um álbum talvez fora de compasso com sua plateia. No caso do Dream Theater, trata-se do conceitual e longo — até para os padrões deles — The Astonishing (2016).
Em entrevista à Prog, concedida em 2019 e recuperada recentemente, Jordan Rudess explorou toda sua trajetória musical, desde seus estudos em conservatório até a entrada para o Dream Theater, no fim do século 20. Quando perguntado se havia algum cenário onde consideraria deixar a banda, o tecladista comentou:
“Tenho um monte de outros interesses e nunca sabemos para onde a vida irá nos levar, mas tiro muita força do fato que o Dream Theater é algo sólido.”
Em seguida, veio um comentário mencionando The Astonishing, que na época já era passado: o grupo havia lançado o sucessor Distance Over Time, melhor recebido em comparação ao antecessor. A tranquilidade de poder fazer um disco relativamente experimental também preserva Rudess na formação.
“A gente sabia que nem todo mundo iria gostar de The Astonishing – não somos cegos ou estúpidos –, mas fizemos de qualquer jeito. Depois de uma carreira longa temos o direito de fazer isso.”
Apesar da fala de Rudess e das críticas de parte do público, The Astonishing teve boa resposta comercial. Nos Estados Unidos, o álbum atingiu o topo da parada de hard rock da Billboard, o primeiro lançamento do Dream Theater a fazer isso. Além disso, chegou ao top 10 em mais de dez países, incluindo o Brasil.
Outros objetivos de Jordan Rudess
Ainda durante a entrevista, Jordan Rudess foi convidado a compartilhar seus outros objetivos na música. Ele disse ter sido atraído pelo mundo das orquestras — suas raízes na música, mas abandonadas por um tempo devido ao trabalho ostensivo com o Dream Theater.
“Escrevi uma peça chamada Explorations for Keyboard and Orchestra que tive a sorte de apresentar com algumas orquestras. Essa é uma área maravilhosa para mim. Gosto do aspecto composicional e da apresentação, então adoraria trabalhar com mais orquestras ao redor do mundo e talvez até fazer uma turnê que me permitisse tocar meu concerto e talvez um concerto de Mozart. Ao longo dos anos, fiquei muito confortável retornando às minhas raízes clássicas.”
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