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EDU FALASCHI – SÃO PAULO (SP)

3 de Agosto de 2024 - Tokio Marine Hall

Por Daniel Agapito

Fotos: Denis Svet (Edu Falaschi) e Caike Scheffer (Noturnall)

Poucos registros ao vivo são tão importantes e icônicos – tanto para a banda em si, quanto para o metal nacional como um todo – quanto Rebirth World Tour: Live in São Paulo. Lançado no final de 2003, este DVD não só marcou a renascença do Angra com Edu Falaschi nos vocais, mas também provou a eficácia da então nova formação ao vivo. Agora, mais de 20 anos após o lançamento e com o retorno triunfante de Falaschi aos palcos, ele decidiu celebrar este show com uma turnê apresentando o mesmo repertório. Não é apenas uma celebração de um DVD histórico, mas também, segundo Falaschi, provavelmente a última vez em que ele cantará as músicas de Andre Matos. Diante disso, seria chover no molhado dizer que as expectativas dos fãs de metal melódico estavam altas para a apresentação do vocalista na terra da garoa.

Para iniciar os serviços daquele sábado, a banda de metal progressivo Aventhur tocava no saguão da casa desde a abertura das portas, apresentando um repertório que mesclava músicas autorais e covers.

Pontualmente às 21h, os mineiros da Storia subiam ao palco. Apesar de sua breve trajetória até então – a banda foi formada em 2023 -, demonstraram uma boa presença de palco e ótima qualidade musical. Desde a entrada de seu vocalista, Pedro Cavazana, em The Grey Twilight conseguiram captar a atenção dos fãs, que já ocupavam cerca de 50% do Tokio Marine. Vale destacar também o ânimo da banda, que corria pelo palco e, no geral, parecia estar bastante feliz com a oportunidade de tocar para um público daquele porte.

Diferenciado-se do resto do repertório, It’s Treason Then tinha uma clima mais soturno e sinistro, contrastando com a felicidade inerente do power metal. Já Revenant trouxe o foco de volta ao bom e velho metal melódico, encerrando o show de forma animada. Apesar de sua extensão curta de 20 minutos, a apresentação foi um ótimo aquecimento para as outras bandas que viriam.

Introduzidos ao público pelo sempre carismatico Sérgio Sacani, apresentador do podcast Ciência Sem Fim e metaleiro ávido, Thiago Bianchi (vocal), Victor Franco (guitarra, substituindo o americano Mike Orlando), Saulo Xakol (baixo) e Henrique Pucci (bateria) assumiram o palco. O Noturnall iniciou a noite ao som da animada Try Harder, faixa de abertura de seu novo álbum, Cosmic Redemption. O grito de Bianchi no final de No Turn at All, um clássico da banda e segunda música do setlist, foi tão potente que o microfone não conseguiu captá-lo completamente. Em um momento absolutamente lindo durante a execução de Fairy Tale, faixa icônica do Shaman – banda da qual Thiago Bianchi fez parte de 2007 a 2013, substituindo André Matos -, grande parte do público acendeu a lanterna de seu celular, iluminando o Tokio Marine Hall. Como já era de se esperar, a cantoria do público foi ensurdecedora, com milhares de fãs cantando em uníssono. Honrando o legado do Maestro André Matos, seu nome foi ovacionado pelos espectadores ao final da música (que foi encurtada).

Quando os integrantes foram introduzidos pelo vocalista, gritos de “Kikinho” dominaram a casa ao chamarem Victor Franco – que realmente tem uma grande semelhança física com o ex-Megadeth. Conhecido por sua presença de palco um tanto caótica, o vocalista deu um stage diving sobre o público não uma, mas duas vezes durante Scream! For!! Me!!!, onde os fãs realmente fizeram jus ao nome da música. As brincadeiras de Bianchi não se limitaram ao público; ele também colocou o “Kiko Loureiro: só para baixinhos” em seus ombros para realizar o solo da última música, Nocturnal Human Side. Como sempre, apresentaram uma performance divertida e interessante, recheada de milhares de notas e solos vertiginosos.
Às 23h, Sacani retornou ao palco para anunciar a atração da noite, mas Edu Falaschi e sua banda, formada pelos guitarristas Roberto Barros e Diogo Mafra, mais Raphael Dafras (baixo), Fábio Laguna (teclado) e Jean Gardinalli (bateria), só apareceriam quinze minutos depois. Quando as cortinas se abriram ao som de In Excelsis, os fãs foram apresentados pela primeira vez à produção de palco elaborada do show, que incluía dois cavaleiros infláveis em ambos os cantos do palco e, no estilo de Angels Cry, duas esculturas de anjo, que eram, na verdade, estátuas vivas que se moviam durante as músicas. Com a entrada do vocalista e a explosiva Nova Era dominando o sistema de PA, não haviam mais problemas e a audiência era transportada para o extinto Via Funchal na noite de 15 de dezembro de 2001. Pirotecnias, gritos, celulares erguidos, palmas e pulos criaram uma energia realmente indescritível. O púlico estava completamente imerso na nostalgia. Seguindo o repertório do DVD, Acid Rain manteve a energia lá em cima, com mais pirotecnias no início e todos cantando juntos. O apreço dos fãs por Edu é algo realmente especial; independente das circunstâncias, eles sempre estão lá para apoiar e cantar junto. Angels Cry, então, nem se fala, foi um ponto alto do show, e apesar da necessidade de adaptar as linhas vocais de Andre Matos para seu alcance vocal atual, Edu conseguiu entregar uma experiência única aos fãs.

Provavelmente por conta de suas complicações vocais (apesar de estar razoavelmente bem naquele sábado), não era raro ver Edu Falaschi passar o microfone para o público em certos refrãos, como em Heroes of Sand, que foi recebida por um coro de “all the heroes go down, shed their blood on the land”. Como no registro original, após perguntar se os fãs se recordavam, o vocalista trocou “uô uôs” com eles em Metal Icarus. E assim como Angels Cry anteriormente, Make Believe também não precisa de muita explicação. Houve muita cantoria, luzes de celular e as famigeradas “mãos de limpar janela”, como era de se esperar. Como de praxe, o refrão foi cantado mais pelo público do que por Falaschi.

Seguindo com o repertório do show original, Gardinalli, baterista que tem substituído Aquiles Priester nesta turnê e que foi apresentado como “uma das maiores sensações da bateria mundial”, impressionou com seu solo. Rebirth foi anunciada pelo vocalista como “um momento incrível por vários motivos”, relembrando a campanha beneficente que fez em prol do Rio Grande do Sul, arrecadando mais de 20 mil reais, que seriam doados a uma instituição não-governamental. Antes de começar a música, ele disse que um fã chamado Marco Túlio, que havia contribuído para a campanha, havia sido sorteado para ficar com o violão pessoal de Falaschi, que seria usado para tocar a próxima música. Quando começou a cantar, a casa inteira cantou junto.

Em um momento em que o filho chora, a mãe vê e chora junto, era ouvido aquele icônico riff que todo fã de metal brasileiro conhece. O “tan tã rã ran” ecoou pelo Tokio Marine Hall e foi recebido por gritos de uma multidão enlouquecida. Naquele momento, uma das grandes dúvidas na cabeça dos fãs era: “Será que o Edu ainda tem voz pra cantar o refrão?” Bom, se ele tinha ou não, não precisou usar, pois quem estava lá gritou “So carry on” a plenos pulmões, com Falaschi nem precisando executar o refrão. Foi mais um momento lindo, em que não estávamos mais em 2024; mentalmente, estávamos no Via Funchal há mais de 20 anos atrás.

Bem como no DVD original, também foi tocado a clássica The Number of the Beast do Iron Maiden. Quando os fãs achavam que a noite já havia acabado, Edu disse que não tinha preparado isso para a turnê. Mas, além de o DVD de Rebirth estar completando 20 anos, o icônico Cavaleiros do Zodíaco estava completando 30 anos de exibição no Brasil. Então, Edu tocou Pegasus Fantasy, música tema que ele gravou – e regravou esse ano. Por conta de um erro com o metrônomo, teve que recomeçar a música, até brincando que teve um “momento Axl Rose”, remetendo aos notórios erros do vocalista do Guns. Novamente, quando os fãs achavam que o show ia terminar, Deus Le Volt! dominou o sistema de PA, abrindo a porta para a mais que clássica Spread Your Fire, destaque do brilhante Temple Of Shadows.

No geral, foi um show com pouquíssimas surpresas em relação ao setlist, intencionalmente seguindo o repertório do DVD à risca. No entanto, ofereceu uma grande injeção de nostalgia para os fãs do Angra. Mesmo com a voz do Edu não sendo a mesma de há 20 anos, considerando tudo que ele passou, estava ótimo, apresentando uma postura de palco e disposição ímpares. Se realmente for a última turnê em que ele canta as músicas de Andre Matos, será o fim de uma era – realmente o “último renascimento”.

Como trilha sonora não só da entrada, mas também da saída, a Aventhur se encontrava novamente no saguão, tocando covers e músicas autorais.

Setlist Storia

Memories Of

The Grey Twilight

The Rise of the Silver Knights

It’s Treason Then

Revenant

 

Setlist Noturnall

Try Harder

No Turn At All

Fight the System

Fairy Tale

Cosmic Redemption

Shallow Grave

Reset the Game

Scream! For!! Me!!!

Nocturnal Human Side

Setist Edu Falaschi

In Excelsis*

Nova Era

Acid Rain

Angels Cry

Heroes of Sand

Metal Icarus

Millennium Sun

Make Believe

Solo de bateria

Unholy Wars

Rebirth

Time

Running Alone

Crossing*

Nothing to Say

Unfinished Allegro*

Carry On

The Number of the Beast

Pegasus Fantasy

Deus Le Volt!*

Spread Your Fire

*Pelo sistema de PA

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