Recentemente, o baixista David Ellefson e os guitarristas Jeff Young e Chris Poland anunciaram que estão reunidos e que cairão na estrada com a turnê “Kings of Thrash – The Mega Years”. Na ocasião, os três ex-integrantes do Megadeth, acompanhados de Chaz Leon (vocal e guitarra) e de Fred Aching (bateria), irão tocar na íntegra os álbuns Killing Is My Business… And Business Is Good (1985) e So Far, So Good… So What! (1988).
Em recente entrevista à Thomas S. Orwat Jr. do Rock Interview Series, Young foi perguntado se ele, Ellefson e Poland tiveram alguma intervenção de Dave Mustaine, seja para abençoar o projeto ou para vetá-lo. O guitarrista afirmou que não obtiveram nenhum tipo de contato e deixou claro que eles não estão preocupados com a opinião do líder e fundador do Megadeth. “Realmente nós não estamos preocupados. Não presto atenção (nisso). Sinceramente eu não prestei atenção ou segui o Megadeth, acho que desde que eu ouvi o álbum Rust in Peace algumas vezes, e também o que você acaba ouvindo no rádio ou pela imprensa”.
Young aproveitou a entrevista para esclarecer o objetivo dessa reunião: “Para nós, isso não é sobre qualquer despeito ou retaliação; é uma celebração da música da qual todos nós fizemos parte, que ajudamos a criar”, explicou. “E é divertido para nós fazermos isso”.
Integrante do Megadeth apenas no terceiro álbum do grupo, o mencionado So Far, So Good… So What!, Young disse que o trio foi incentivado pelos fãs a excursionarem juntos. “As pessoas disseram: ‘Vocês devem fazer isso’. E nós dissemos: ‘Sim, você está certo. Devemos fazer isso. É um troca – uma vitória para nós, e uma vitória para ele (Mustaine), porque quaisquer royalties de desempenho, qualquer coisa… Se incluíssemos faixas ao vivo, ele ganharia dinheiro com isso. É promover álbuns que espero que os fãs voltem e comprem, o que (significa) colocar dinheiro no bolso dele. Especialmente Killing Is My Busines…, acho que muita gente vai voltar e querer redescobrir esse álbum depois dessa turnê. Para nós, tudo é positivo”, acrescentou. “Atualmente estamos todos vivendo este momento, e não estamos olhando além. Não estamos lendo nenhum dos comentários no Blabblermouth ou qualquer coisa, porque sabemos qual é a nossa intenção e a intenção é tudo. Nossa intenção é positiva. Gostamos de tocar juntos. Sabemos que estamos criando música original. Não estamos confiando nisso, não precisamos pegar na cauda do cometa. Isso é apenas algo que os fãs queriam, e você quer dar aos fãs o que eles querem”.
Na entrevista em questão, Young também foi questionado se ele acha que o Megadeth merece estar no Rock and Roll Hall of Fame. Com certo rancor, ele respondeu: “Bem, isso é engraçado. Recebi uma carta de Dave Mustaine há alguns anos. Há um episódio nos meus arquivos (do meu podcast) Music Without Boundaries chamado “I Got A Letter”, e eu li a carta. E eu conto todas as histórias. Então, se as pessoas querem ouvir todos os detalhes sangrentos, elas podem ir atrás desse episódio. Ele (Mustaine) estava pensando que eles (o Megadeth) iam entrar no Rock Hall há alguns anos. Talvez vão. Ele queria que eu estivesse lá. E por melhor que seja estar lá, acho que eu não gostaria de compartilhar o mesmo espaço energético com um indivíduo assim”.
Young falou mais a respeito da turnê “Kings of Thrash“: “O legal é que Ellefson, Poland e eu iremos fazer isso sem toxicidade na sala. Quero dizer, quem poderia ter sonhado que teria dado certo assim? É só uma daquelas coisas que não podemos dizer não, é tão legal de fazer… E soa tão bem. Toda vez que saímos do ensaio, ficamos tontos… Nós não tínhamos essa musicalidade naquela época, então poder ter o luxo e a oportunidade de tocar essas músicas depois de todos esses anos, quando temos todo esse crescimento como músicos e como pessoas, é a coisa mais legal de todas. Não acredito que isso esteja acontecendo. Eu beijo o chão todos os dias. Chris e eu, juntamente com nossos sons do mesmo lado do palco… Eles se complementam muito bem”.
Recentemente, Ellefson concedeu entrevista ao Yes! You CAN Play Guitar! e também falou sobre esse reencontro entre ex-membros do Megadeth: “Jeff e eu nos dávamos bem. Nós moramos muito juntos, porque, de volta à turnê de So Far, So Good… So What!, banda e equipe estavam sempre se divertindo, dividindo quartos juntos. Então, ele e eu passamos muito tempo juntos. Eu toquei muita guitarra com ele; aprendi muitas coisas com ele, o que foi divertido. Então, nos conectar agora, após todos esses anos… Nós nos conectamos através do (making of do) filme do Nick Menza (documentário sobre o saudoso baterista) muito honestamente. E eu mantive contato com ele. Nós até tocamos juntos uma vez em um tributo à Ronnie Montrose na NAMM há alguns anos. Assim sendo, não estamos completamente afastados um do outro”.
A ideia da turnê “Kings of Thrash – The Mega Years” começou quando Ellefson e Young dividiram palco no Ultimate Jam Night, em 10 de maio último, no Whisky A Go Go, em West Hollywood, Califórnia, evento esse que foi parte de um tributo especial ao “Big Four” do thrash metal dos anos 80 (Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax). Foi a primeira vez que os dois tocaram músicas do Megadeth juntos desde o lendário festival “Monsters of Rock”, realizado no Reino Unido no dia 20 de agosto de 1988.
Ellefson explicou como teve o ‘start’ para tocar músicas do Megadeth junto de seus ex-parceiros. “Essa ideia veio até mim – e foi no outono passado”, revelou. “Eu estava em uma tarde de autógrafos na Costa Oeste, e as pessoas estavam me trazendo discos do Killing is My Business… And Business Is Good! pela esquerda e pela direita. E isso me lembrou, ‘esse disco precisa ser tocado’; ‘isso precisa ser realizado’. O mesmo para So Far, So Good… So What!. Para mim, esses são dois discos realmente especiais que nunca passaram despercebidos, porém não conseguiram a grande exposição de Peace Sells… e Rust in Peace e todas essas coisas. Então, para mim, fiz disso a minha missão. Eu estava, tipo, ‘Quer saber? Vamos desenterrar essas coisas e vamos trazê-las ao palco e tocá-las. Jeff me disse que depois do Megadeth ele intencionalmente esqueceu como tocar músicas do Megadeth, ele só queria seguir em frente. Porque quando você entra na banda, é um mergulho profundo e uma compressão pesada. Você realmente tem que viver essa música dentro e fora, dia após dia, o tempo todo, a fim de realmente entender o que é. E ele fez isso. E quando o show acabou para ele, ele seguiu em frente. Ele tem feito uma tonelada de trabalho pesado sobre (o “Kings of Thrash”). Ele realmente está trabalhando com o nosso vocalista Chaz e com o baterista Fred para passar por isso. Até ele e Chris Poland estão trabalhando nisso”.
Ellefson revelou que o trio não permanecerá junto após os shows aos quais se propuseram: “Isso é uma celebração, não uma retaliação. Esse é um bom momento. Este é um momento feliz, para celebrar essas músicas e esses discos. Então, vamos sair para nos divertir… É para ser uma celebração e unir as pessoas. Honestamente, esse sempre foi o meu papel no Megadeth. Dave sempre me chamava de “O Embaixador” e eu sempre fui esse cara, e eu sou esse cara. Então, tipo, deixe-me continuar esse papel em nossa comunidade e ter tempos legais”.
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