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Festival Abril Pro Rock 2014

“Mostrar a renovação da música e dar visibilidade a grandes clássicos para a nova geração”.  A premissa do Abril Pro Rock (APR) parece simples – principalmente quando explicada por Paulo André, diretor artístico do festival pernambucano, ainda na coletiva do evento. Manter, contudo, a integridade deste pensamento, ao longo dos anos, exige bom senso. E como exige.

Atingindo a sua 22º edição, o APR concentrou, novamente, suas atividades no Chevrolet Hall, em Olinda, e trouxe cerca de 10 mil pessoas nos seus dois dias – sexta-feira (25) e sábado (26) de abril – de apresentações. Além do local, a produção do evento vem mantendo o equilíbrio entre novas bandas (regionais ou não), grupos clássicos (de porte médio, ao máximo) e levando em conta, também, o ineditismo das atrações.

A conhecida divisão dos dias é de fácil entendimento: o primeiro é musicalmente mais acessível – com ares pop e indie. O último, todavia, é voltado a sons mais agressivos (metal e punk) – o que explica a denominação de “noite dos camisas pretas”, como bem apelidada. No entanto, dessa vez, eu prefiro outra definição, outro apelido.

Concentrando 7,5 mil espectadores (mais que 70% do público geral do evento), não fora a toa que até os produtores do evento chamam o dia de a “alma do Abril Pro Rock”. Pois é, o público segue fiel e, mais uma vez, trago um texto com minhas impressões acerca do último dia de performances no Abril Pro Rock 2014.

Em ordem decrescente – do headliner (atração principal) até a banda de abertura –, confira as resenhas/impressões dos shows das bandas que tocaram no sábado (26): Obituary (EUA), Kataklysm(CAN), Havok (EUA), Chakal (MG), Hibria (RS), Mukeka di Rato (ES), Olho Seco (SP), Conquest for Death (VR) Desalma Part. Bongar (PE), Krow (MG), Monster Coyote (RN) e Dune Hill (PE).

OBITUARY (EUA)

Após a maratona de apresentações, a inevitável exaustão surge, toma conta do corpo e, especialmente, dos ouvidos – ‘amaciados’ pelo som alto sem intervalos. Mas a principal atração da noite ainda não surgira e, mesmo com cansaço evidente, muitos corriam buscando lugares próximos ao palco e grade. Era hora dos fãs da música extrema colherem energias – seja nas garrafas d’água ou latas de cervejas – e ansiar os clássicos prometidos pelo Obituary. Pouco a pouco, alguns riffs escapavam por trás da cortina (ainda não removida) denunciando o timbre sujo e pesado de guitarra do Trevor Peres. Finalmente caia a ficha: sim,  as lendas do death metal da Flórida logo iriam subir no palco.

E a cortina removeu-se. Comemorando os 25 anos do clássico “Slowly We Rot” (1989), os norte-americanos abrem o show com a ‘quase’ instrumental ‘Stinkupuss’–  neste ponto, a plateia já estava ganha. Após alguns minutos, John Tardy surge no palco como sempre: com moletom (ignorando o calor infernal que lá fazia), bermuda, a cabeleira loura sobre o rosto e, o principal, sua inconfundível voz. Fundindo a introdução a ‘Intoxicated’ (onde Tardy urra ‘You’ve killed yourself’ várias vezes seguidas) já é incrível perceber como o seu gutural segue  único e, mesmo com o passar dos anos, não perde em potência.  Outro detalhe perceptível era o volume: menos alto que outras apresentações, todavia, com maior definição – como deve ser.

A performance continua com uma sequência de clássicos dos primórdios, como “Bloodsoaked”, “Immortal Visons” – tome riffs arrastados! – e “Gates to Hell”. Nesse ponto, vemos como John Tardy compensa uma, praticamente nula, interação com a plateia em seus vocais. A falta de comunicação era tanta que, em alguns momentos, chegava a ser engraçado. Mas quem se importa? Nas rodas ninguém queria saber de conversas.

Depois de goladas de cerveja, eis que Trevor Peres manda a introdução suja (quase podre!) de “Infected” – que clássico! Lembro-me que esta foi a primeira faixa que ouvi da banda e, presenciar aquela introdução, tocada tão perfeitamente lembrou-me quando conheci o estilo e… opa, Kenny Andrews (guitarra solo) executou aquele clássico solo, do virtuoso James Murphy (ex-Death, ex-Testament, ex-Cancer), com uma fluência e fraseados incríveis. Uma ótima ‘aquisição’ para a banda, sem dúvidas. Muito embora, em alguns momentos, seu timbre de guitarra, no mix, pudesse ter se sobressaído ainda mais em meio à massa sonora. Mas isso é só uma pequeno detalhe em meio a muitos acertos, certo?

Após “Infected”, Tardy avisa que a banda tocará algumas faixas novas – cujos títulos não são anunciados – e, no geral, a recepção segue ótima: as rodas e as sessões de bate cabeça correspondem. Entretanto, a coisa só vai esquentar mais a frente; afinal, o Obituary emendaria, da forma mais ‘covarde’ possível, três clássicos do disco ‘Cause of Death’ (1990): “Chopped in Half” – de forma bem reduzida, mas OK -, “Turned Inside Out” – que riffs! – e, finalizando a trinca, “Body Bag”. Ou seja, jogo ganho.

O FIM COMPLETO – “Vamos voltar agora para o ano de 1992”, afirma John Tardy. Continuando a apresentação, o Obituary executa ‘Back to One’ e ‘The End Complete’ do álbum homônimo. Ogroove da sessão final impressiona: a interação de Donald Tardy (bateria) com Trevor Peres é impressionante. Se algum pescoço sobreviveu aos riffs anteriores, esse foi o tiro de misericórdia.

Para encerrar a noite, os norte-americanos ainda tocariam a soturna “I’m in Pain” – para deleite dos fãs da fase mais cadenciada do grupo. Depois de alguns minutos, o quinteto regressaria ao palco para executar, como bis, a violenta “Slowly We Rot” e, assim, concluir um excelente show. Pois é, os clássicos foram tocados – faltaram alguns, como sempre – e só resta a certeza de uma coisa: o Obituary é uma daquelas poucas bandas que soa ao vivo, às vezes, até melhor que em seus discos de estúdio. Levando em conta o estilo dos caras e o passar dos anos… É, não é algo para muitos.

KATAKLYSM (CAN)

E chegou a hora do death metal. Das confirmadas no festival, os canadenses despertaram minha curiosidade: afinal, como seria sua performance? Infelizmente, a banda já começou o show com algumas desvantagens, pois pegou um momento de cansaço – boa parte da audiência reservava, acredito, energias para a última atração da noite, o Obituary.
Some isso ao fato de que, infelizmente, parecia que uma parcela significativa do público desconhecia o material do grupo. Mas não, a performance foi longe de ser fraca. Investindo em músicas mais conhecidas, o repertório começaria com singles como “Prevail” e “Push the Venom – o peso e a velocidade eram evidentes.

Sem muita enrolação, a banda seguiria executando faixas como “Like Angels Weeping (The Dark)” – com sua conclusão ‘inspirada’ em “Davidian”, do Machine Head – e a mais recente “Just Like Animals”. As coisas ficariam mais interessantes com a antiga “As I Slither” – uma das melhores composições do grupo.

Com riffs instigantes e um refrão pegajoso, a música foi tocada de forma bem energética, destacando-se o excelente desempenho de Maurizio Iacono nos vocais. Infelizmente, o público não contribuiu cantando o seu refrão como foi pedido pelo músico.

No geral, o som da banda centra-se no equilíbrio de um death metal brutal (e moderno) com as melodias perpetuadas pelo melodeath sueco. Essa característica, aliada aos refrãos fáceis, me remetem aos escandinavos do Hypocrisy (eles estavam cotados para tocar no festival, aliás).

Ainda houve espaço para “Taking The World by the Storm” e composições mais recentes – como a ótima “Fire” e a brutal “Kill the Elite”. Finalizando o show, os canadenses resgataram uma de suas melhores e mais agressivas: “Crippled and Broken”. A resposta do público foi boa, mas o wall of death sugerido por Iacono acabou ficando só na sugestão mesmo.

HAVOK (EUA)

Depois das passagens do Hibria e Chakal, os ares mudariam um pouco. Os norte-americanos do Havok fazem parte da onda chamada retro-thrash que busca resgatar as raízes do estilo – há quem ame essa safra, há quem ache pouco original. Melhor tomar conclusões após a apresentação, certo?

Logo no inicio – com as músicas “Covering Fire” e “Point of No Return” –, deu pra ver que se tratava de uma banda tipicamente thrash. Explico: o poder de suas músicas surge, principalmente, em situações de palco. Contando com uma boa interação com a plateia, os músicos seguiriam com “Give Me Liberty… Or Give Me Death” – do mais recente trabalho, o Unnatural Selection (2013). Nos solos, o desempenho do guitarrista Reece Scruggs foi um dos melhores da noite: o músico mostrou ótima precisão e ideias bem construídas.

Pouco a pouco, o grupo parecia empolgar mais ainda os presentes: foi o que se viu em “Under the Gun” e, principalmente, em “Afterburn”. Nessa última, o vocalista (também guitarrista) David Sanchéz fez uma dedicatória para o público – em especial ao pessoal no mosh – que seguiu intenso durante o show dos thrashers norte-americanos. Encerrando a apresentação, Sanchéz ainda incentivou a plateia a sempre apoiar e dar suporte a música. Misturando simpatia e uma performance digna, o Havok, com certeza, conseguiu ganhar uma boa parte do público.

CHAKAL (MG)

O Abril Pro Rock já havia conferido o Krow horas antes, agora era o momento da velha guarda dodeath/thrash mineiro dar as caras. A banda, cuja origem e sonoridade remontam ao fim da década de 80, passou por mudanças significativas e períodos sem atividades.

Para quem conhecia o material antigo, o repertório, mais voltado a lançamentos recentes, podia causar estranhamento – “Jason Lives” foi uma das poucas representantes da fase inicial. Vladimir Korg, vocalista e guitarrista, ainda brincaria perguntando se o público estava cansado – que respondera monstrando o contrário. O material mais recente do grupo – com ênfase em “Demon King” (2004) e o novo “Destroy, Destroy, Destroy” (2013) – foi privilegiado tendo faixas como “Christ In Hell” , “Exorcise Me” e “Anubis, the Lord of Necropolis” sendo executadas. Mas o trunfo da apresentação veio mesmo sob a forma de um belo tema de tapping: “Evil Dead”, clássico do Death, pegou muitos de surpresa e garantiu uma ótima finalização.

HIBRIA (RS)

Vencedora de enquete promovida pelos organizadores do festival, os gaúchos do Hibria traziam, pela primeira vez, seu power metal cheio de melodia para Pernambuco. Confesso que fui assistir a apresentação com desconfiança: as composições, no geral, não me agradam. Mas e se eu me surpreendesse?

Em poucos minutos de apresentação, o alto desempenho técnico  ficava evidente: os músicos do Hibria, sem excetuar, são ótimos. Mas, para mim, ainda faltava algo. Posso afirmar que as composições, ao vivo, ganhavam mais força pela ótima execução – ponto positivo para os gaúchos.

No repertório, faixas como “Shoot Me Down” (com grande participação da plateia), “Blinded by Faith” – onde Sansom pediu para todos se abaixarem para, depois, pularem sob seu comando – e a clássica “Tiger Punch”, fizeram parte da apresentação dos gaúchos. Pra arrebatar de vez, o Hibria ainda tocaria o clássico “Rock n’ Roll”, do Led Zeppelin, para fechar o show.

Além da performance, a experiência em dividir palcos com gigantes (como Black Sabbath e Metallica) e turnês internacionais, por exemplo, conta. E muito. Os músicos são muito profissionais e Iuri Sansom é um grande e simpático frontman – se comunicou com a platéia, ao longo da apresentação, obtendo respostas positivas. A julgar pela reação dos presentes, o Hibria se saíra muito bem como único representante do power metal desta edição.

MUKEKA DI RATO (ES)

Mantendo o clima de empolgação punk da performance anterior, os capixabas do Mukeka di Rato, em pouco tempo, transformaram-na em pura loucura hardcore – quaisquer deficiências que a banda podia ter era compensada em energia.
Não houve nem tempo pra pensar: desde a primeira música a pancada descia e as rodas se formavam. Composições como “Maconha” e “Escolinha” encabeçaram a trilha sonora  para o clima tanto dosstage divings quanto de moshes. No geral, a apresentação pareceu convencer mais aos fãs específicos do estilo.

OLHO SECO (SP)

Com mais de 20 anos em atividade, os paulistas do Olho Seco prometiam mostrar por que são um dos maiores representantes do punk brasileiro. Depois de uma curta introdução, o show começou de forma incisiva com “Me Tirem deste Inferno” e “Olho de Gato”.

Sem muitas amarras, as faixas são diretas e breves – ou seja, bem punk  – instigando o público com refrães fáceis. Cantando de maneira desleixada – e, por vezes, cansada – , Fábio Sampaio (único membro original da banda) não precisa fazer muito para empolgar o público. Naturalmente, as rodas eclodiam e notava-se a emoção de muitos ao conferirem, finalmente, o ícone punk de perto.

Uma reflexão sobre a sociedade serviria de anúncio para mais uma antiga: “Haverá Futuro?”. Impressionado com a reação da plateia, Sampaio ainda pede para o público “balançar ainda mais o esqueleto” antes de iniciar “Caminho Suicida”.

De forma emocionada, o vocalista ainda declararia: “se não fosse vocês, acho que essa banda nem existiria mais”. O encerramento começou com “Isto é Olho Seco” – tendo ótima participação do público. Fechando de vez a performance, “Viva Eu” manteve o clima punk em alta.

CONQUEST FOR DEATH (VR)

Trazendo a primeira mudança significativa de sonoridade – pois, até então, apenas o metal havia marcado presença no festival –, a próxima apresentação mostraria a energia do hardcore/punk.
Com integrantes de múltiplas etnias, o Conquest for Death iniciou a performance exibindo um hardcorebastante agressivo desde a abertura – com “Yellow Tape” – e faixas tipicamente rápidas como “The Unbridled Disgust of Being Human”.

A empolgação dos membros era latente, o que, por consequência, inflamou ainda mais a plateia. Mas, no geral. foi um show que não me encheu muito os olhos (e ouvidos). E, pouco a pouco, cada vez mais pessoas preenchiam o Chevrolet Hall.

DESALMA (PE)

A quarta apresentação ficou por conta dos pernambucanos do Desalma. É verdade que a banda tocou a pouco tempo no festival (em 2011, pra ser exato), mas ainda na coletiva foi comentado que a participação do grupo Bongar justificaria isso. Independente aos fatos, sabia que viria destruição pela frente.

Bem, o momento atual do grupo é diferente: agora os caras possuem um vocalista fixo nessa função, o Erick Dartelli. Isso sem contar na segurança em palco. Logo lembrei dos integrantes, em suas primeiras passagens no APR, quando a banda surgira despejando os riffs iniciais de “Fragmentos” – uma de suas primeiras composições. Difícil não impressionar com o peso que Mathias Severien (guitarra) tira de sua SG. E as rodas abriam…

O show seguiria com músicas do disco “Foda-se” (2014), como ‘Mais Um Templo’ e ‘Corpo Seco’. A participação do Bongar adicionou uma nova atmosfera ao caos do Desalma que, além dos instrumentos percussivos, ainda colocou um teremim no palco (!).

KROW (MG)

Vindos de uma bem sucedida turnê europeia, os mineiros do Krow subiram no palco como o primeiro medalhão do metal extremo da noite. Logo de início, notava-se uma banda técnica e coesa.
Os vocais guturais soturnos e secos de Guilherme Miranda – responsável por, também, comandar uma das guitarras  –, logo chamaram atenção em meio a brutalidade do grupo cujo som transita entre o deathe thrash metal moderno. Verdade que, vez ou outra, os caras apostam em ares puramente death metal – vide a pedrada “Whoreborn”. E o público respondeu bem: as rodas começaram a surgir – sempre um bom sinal.

Em faixas como “Relentless Disease” e “Before the Ashes” que a “cara” do Krow surge. Notei prováveis influências de bandas como Decapitated, Gojira (sabe aqueles riffs cheios de pick scrape?) e, inclusive, os gaúchos do Krisiun. Uma apresentação excelente, todavia, como ponto negativo, posso mencionar a equalização falha em determinados momentos – alguns solos ficaram inaudíveis, por exemplo.

MONSTER COYOTE (RN)

Antes do próximo show, uma característica do APR já me chamava atenção: a rápida troca  de palcos – dispostos paralelamente. Louvável a competência da produção. O resultado? Economia de tempo e paciência.
Em poucos minutos, os potiguares do Monster Coyote começariam uma apresentação pesada. E tome peso! Incrível como apenas três caras conseguiam extrair todo aquele, no bom sentindo, barulho – ora em riffs cadenciados (sludge – doom), ora pra algo mais orgânico e puramente stoner. No repertório, faixas como “Dead Bravery” e “Wolfslayer” foram tocadas. Posso dizer que me surpreendi tanto pela agressividade do trio – que me lembrou bandas como Baroness e Kyuss, em alguns momentos. Fora isso, tenho de mencionar a pegada pesadíssima de Daniel Araújo nas baquetas.

DUNE HILL (PE)

Abrindo a segunda noite do festival, os pernambucanos do Dune Hill mostraram seu hard rock/heavy metal para um público que, pouco a pouco, preenchia as imediações do Chevrolet Hall. Tive chance de conferir alguns shows do grupo, e foi interessante vê-los numa condição melhor – melhor que, para os recifenses, num Burburinho, por exemplo – e com uma performance  ainda mais intensa que as de outrora – principalmente por parte de Leonardo Trevas (vocal).

Desde músicas mais antigas, como “Big Bang”, à novas – vide “Miracles”, do recém lançado álbum “White Sand” (2014) – deixaram uma boa impressão. Além disso, pude notar uma dose extra de peso nas composições. Para finalizar a apresentação, o quinteto ainda executaria um cover para a clássica “Ace of Spades” (com direito a dedicatória), do Motörhead. No geral, acho o som da banda mais empolgante ao vivo… e é sempre bom ver como uma performance, no palco, ainda pode mudar opiniões.

 

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