Por Samuel Souza
Fotos: Belmilson Santos | Johnny Z | Patricia Biancalana Rodrigues
No último dia 22 de julho (sábado), São Paulo foi palco do tão aguardado Festival Thrash disCONCERT, um evento dedicado aos amantes do heavy metal, thrash metal e crossover. Realizado no RedStar Studios, o local se destacou pela excelente estrutura e fácil acesso ao metrô (Clínicas), além de contar com uma área externa agradável, que proporciona momentos de interação e descontração entre os presentes. Além disso, a qualidade do equipamento de som e a acústica impecável da casa garantiram uma experiência sonora excepcional durante todo o festival.
Apesar do público relativamente reduzido, a atmosfera íntima do lugar contribuiu para que a energia dos fãs e das bandas se conectasse de forma intensa. Vale mencionar que, na mesma noite e no dia seguinte, a cidade estava repleta de outros eventos do gênero, alguns deles até mesmo gratuitos. Apesar da concorrência – no bom sentido – os entusiastas do metal compareceram, demonstrando o engajamento e a força da cena paulistana.
Três bandas se apresentaram, proporcionando uma notável variação de estilos musicais ao longo da noite. A primeira a subir ao palco foi a Trendkill Inc., apresentando sua fusão única de heavy e thrash metal. A banda mostrou habilidade técnica e influências marcantes de nomes consagrados do gênero, como Metallica e Anthrax.
Com um álbum de estreia previsto para o segundo semestre do ano, músicas como “Silence or Death”, “Metal Man” e “Duality” foram os destaques do set. Apesar das referências citadas, tive a impressão de que eles tentam resgatar elementos pouco explorados, como Paradox e Atrophy, por exemplo.
Em seguida, foi a vez do Faces Of Death, veteranos do thrash/death metal que há décadas vêm conquistando seguidores com sua abordagem old school, mas não deixam de imprimir algo mais contemporâneo do estilo em alguns momentos.
Com Laurence Miranda comandando os vocais e guitarras, a banda mostrou uma performance explosiva e técnica, destacando músicas dos seus excelentes álbuns anteriores, “From Hell” e “Usurper Of Souls”. A energia do Faces Of Death contagiou a todos, deixando claro por que são bem estimados na cena local. “Priest from Hell”, “New World Order”, “Monster Medium” e “When Calls The Death” pegaram a audiência em cheio.
O encerramento da noite ficou por conta da banda Tosco, cuja sonoridade agressiva e letras carregadas de revolta contra as injustiças sociais ecoaram pelos corredores do RedStar Studios. A mistura de crossover de thrash metal com hardcore proporcionou um impacto avassalador, e a energia do quarteto conquistou a todos os presentes. Oriundos de Santos, eles apresentaram faixas de seus dois álbuns e EP, com melhor ênfase para “Psicopatas”, “Dia de Decisão” e “Mercadores da Morte”, além de surpreender a todos com uma versão matadora para o clássico do S.O.D., “United Forces”. Outro destaque dos santistas é a presença energética do baixista Carlos Diaz, que integrou os conterrâneos do Vulcano por muitos anos.
Em síntese, o Festival Thrash disCONCERT no RedStar Studios proporcionou uma noite com uma atmosfera íntima e intensa, embalada pela potência sonora das bandas e pela dedicação dos fãs. Com uma estrutura impecável, o evento mostrou que, mesmo com público razoável, a paixão pela música e a energia dos presentes fizeram da noite uma celebração do metal em toda a sua diversidade e intensidade. Que venham as próximas edições!