A “Frets Of Fury Tour”, turnê encabeçada pelo Firewind e que também contou com Nightrage, Arsis e White Wizzard, teve o seu início num domingo (09/10) chuvoso e cheio de expectativas. O evento foi realizado no State Theater, um velho teatro covertido em casa de show que acomoda muito bem bandas de médio-grande porte. O local tem uma boa acústica, um palco grande, bastante espaço para se ver o show de qualquer ângulo e uma área própria para o merchandising. Tive a oportunidade de chegar na casa logo no início da tarde e pude conferir todo o movimento, desde a chegada das bandas até o início dos shows. Enquanto a equipe ia montando o palco, o representante oficial dos captadores Seymour Ducan gravou uma entrevista (veja o vídeo abaixo) com o Gus G. (Firewind, Ozzy Osbourne), Marios Iliopoulos (Nightrage) e Bill Hudson (ex-Circle II Circle, Cellador) que, na ocasião, estava tocando com o Nightrage substituindo o guitarrista Olof Mörck.
Com tudo em ordem as portas foram abertas e conforme o público ia se acomodando em frente ao palco duas bandas locais se preparavam para abrir a noite. O Psyaxis saiu na frente tocando um Prog Metal bem técnico e melódico, com destaque para Black Dawn Rising. Apesar do ‘debut’, Black Dawn Rising, contar com o baterista Marco Minnemann (aquele mesmo que fez o teste para o Dream Theater e se apresentou com o Kreator no Brasil em outubro de 2009), o show teve James Farrell, que não ficou devendo nada. Destaque ainda para o guitarrista Matt Roberts, que literalmente fritou em seus solos.
Na sequência veio o From The Embrace e, sinceramente, as coisas não funcionaram muito bem para este grupo de Tampa/Flórida. A performance foi um tanto tortuosa e a ausência de um baixista no palco fez uma diferença enorme. Acabado o show e com mais pessoas chegando ao local, a abertura oficial da turnê aconteceu quando o Nightrage subio ao palco para fazer um dos sets mais energéticos da noite. Confesso que fiquei impressionado com as palhetadas de Marios Iliopoulos, com bases sólidas, rápidas e técnicas. Apesar de estar participando apenas desta turnê, o guitarrista brasileiro Bill Hudson mostrou-se muito a vontade e bem integrado ao grupo, tanto que suas performances técnica e de palco renderam elogios. Vale destacar ainda a performance do baterista Johan Nunez. Com um rápido e eficiente repertório, não foi difícil para que os presentes se rendessem ao ‘Gothenburg Death Metal’, especialmente com as novas Insidious e Delirium Of The Fallen, que funcionaram muito bem ao vivo.
Trazendo o seu som na linha da NWOBHM, o White Wizzard fez uma ótima apresentação e conseguiu aquecer ainda mais a noite. Com dois álbuns lançados, a banda fez um show direto e energético, com destaques para Over The Top, Fight To The Death e 40 Deuces. O recém efetivado vocalista Michael Gremio (ex-Cellador) adicionou ainda mais personalidade e o baixo de Jon Leon estava com um timbre perfeito.
Trazendo um aspecto mais técnico e pesado para a noite, o Arsis, desfalcado do vocalista e guitarrista James Malone, fez um show intenso e musicalmente complexo. Os músicos contratados para substituir James executaram bem suas partes, mas no decorrer da apresentação alguns deslizes aconteceram. Ainda assim, a banda se saiu bem e foi impossível não balançar a cabeça ao som de Forced To Rock, por exemplo.
Para encerrar a noite foi a vez do Firewind literalmente quase derrubar o local. Pode parecer clichê escrever isso, mas foi literalmente o que aconteceu. Começando pelo baterista Johan Nunez, que foi cedido pelo Nightrage para esta turnê e levou o show nas costas. Felizmente o vocalista Appolo Papathanasio está nessa turnê, pois seu carisma e desempenho ao vivo adicionam muito ao set. O baixista Petros Christo segurou muito bem, movimentando-se bastante no palco e interagindo com os fãs. Ao lado dele estava o guitarrista e tecladista Bob Katsionis se desdobrando em dois com muita competência! A essa altura você de estar se pergunto sobre Gus G. Pois bem, Gus G. simplesmente arrebentou. É impressionante como ele toca, e não me refiro apenas as partes rápidas, mas sua atenção com tudo – do timbre aos pequenos detalhes –, que realmente valorizam o trabalho e deixam o show muito mais completo. O set foi aberto com Arks Of Fire, seguidi por Head Up High, além de músicas como Destination Forever, Kill To Live, Angels Forgive Me, World On Fire, Fire & Fury, Till The End Of Time, I Am Anger e Falling To Pieces, entre outras que tiraram o fôlego dos fçãs. Ao final, só restou a certeza de que os dezoito shows programados para essa turnê estavam fadados ao sucesso.