“Houve apenas um álbum que eu fiz com Tony Martin“, ressaltou. “Foi – Deus, eu nem consigo me lembrar – é chamado Cross Purposes. Tony Martin é um ótimo vocalista, e foi bom trabalhar com ele”.
Butler falou do comportamento de Martin durante o processo de criação de Cross Purposes, e revelou que muito do que se ouve no álbum foi originalmente composto por ele para o que seria um álbum solo seu.
“Não havia grandes egos ou algo assim. Ele se dedicava quando necessário. E esse foi um bom álbum para mim porque metade dele foi provavelmente escrita por mim – a parte musical. Fui até a casa do Tony (Iommi, guitarrista) um dia e toquei todas essas músicas para ele, porque eu estava fazendo um projeto solo na época. E eu tinha toneladas de material. Fui até a casa do Tony e toquei algumas das coisas que eu estava compondo e ele gostou muito de várias delas. Então, acho que metade acabou no álbum”.
No último dia 31 de maio, a gravadora Rhino lançou o box set Anno Domini 1989-1995, contendo as gravações do Black Sabbath da era Tony Martin. Originalmente, Cross Purposes foi lançado no dia 31 de janeiro de 1994, através da I.R.S. Records. Décimo sétimo álbum de estúdio da banda, Cross Purposes marcou o retorno de Martin (para o lugar de Ronnie James Dio), que já havia gravado os álbuns The Eternal Idol (1987), Headless Cross (1989) e Tyr (1990).
Para divulgação de Cross Purposes, o Black Sabbath retornou ao Brasil em agosto de 1994, para uma apresentação única e histórica na edição de estreia do festival Monsters of Rock. Dois anos após sua estreia no país, quando da divulgação do álbum Dehumanizer, o Sabbath voltou reformulado ao Brasil, sem Ronnie James Dio e Vinny Appice, agora com Geezer Butler e Tony Iommi acompanhados por Tony Martin, Geoff Nicholls (teclado) e sem Bobby Rondinelli, que foi quem gravou Cross Purposes, mas sim pelo baterista original, Bill Ward, que estava de volta à banda dez anos após deixá-la. Essa reunião do Sabbath com Bill Ward pegou o público brasileiro de surpresa, que naquela edição assistiu também shows de KISS, Slayer, Suicidal Tendencies, Viper, Dr. Sin, Angra e Raimundos.
Depois de Cross Purposes, Tony Martin ainda gravaria mais um álbum com o Black Sabbath, Forbidden, de 1995.