Finalmente, vinte anos depois Gilby Clarke ataca com um novo álbum solo: The Gospel Truth. O atual Kings of Chaos e ex-Candy, Kill For Thrills, Slash’s Snakepit, Supernova, MC5 e Guns N’ Roses nunca foi um guitarrista de habilidades como Slash, por exemplo; sempre discreto, os atos de Clarke nas seis cordas sempre foram mais de encontro ao estilo de seu antecessor no Guns, Izzy Stradlin, ou seja, técnica simples, postura setentista e exalando referências de “Keef”, Johnny Thunders e B.B. King. O mesmo pode ser dito em relação aos seus dotes como vocalista. Clarke continua cantando de maneira simplória, funcional e cheia de atitude. Atitude essa que está enraizada desde que ele era um adolescente punk nas ruas de Cleveland (EUA).
Em The Gospel Truth, quinto de sua carreira solo, Gilby Clarke mostra em pouco mais de meia hora muito de suas influências provenientes de bandas como Rolling Stones, MC5, New York Dolls e similares, como pode ser observado em ‘rockões’ como Tightwad – música com participação de Nikki Sixx (baixista do Mötley Crüe) -, Rock and Roll is Getting Louder (lançada com videoclipe – confira abaixo), Violation, The Ending e She Won’t Fight Fair.
Outra música bem legal é Wise Old Timer, que remete aos primeiros álbuns do Kiss, inclusive porque nessa Clarke lembra muito o jeito descompromissado de Ace Frehley cantar. A própria The Gospel Truth – música que assim como Tightwad e Rock and Roll Is Getting Louder já está disponível desde 2020 – não fica atrás. Trata-se de um rock and roll despojado, com inserções de vocais femininos e metais. Como temática, a faixa título fala sobre o conceito de verdade de hoje em dia. Wayfarer também está entre os destaques do álbum, ressaltando o lado blues de Clarke.
Além do mencionado Nikki Sixx, estão também entre os convidados os experientes bateristas Kenny Aronoff (Chickenfoot, Jon Bon Jovi, Cinderella, John Mellencamp) e Stephen Perkins (Jane’s Addiction, Porno For Pyros, Infectious Grooves).
Ainda que o sucessor de Swag (2001) não tenha a visceralidade do debut Pawnshop Guitars (1994) – que em minha opinião é o melhor da carreira solo -, The Gospel Truth atende ao que os fãs do guitarrista e cantor esperam: músicas diretas e honestas, que ressaltam as principais influências de Gilby Clarke, priorizando o seu lado mais rock and roll.
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