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As reflexões de GLENN HUGHES sobre complicado tempo no BLACK SABBATH

Glenn Hughes teve uma passagem conturbada pelo Black Sabbath. O músico serviu como vocalista no álbum Seventh Star (1986), quando o guitarrista Tony Iommi se via pela primeira vez como o único integrante original remanescente.

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A sonoridade do trabalho lembrava em nada a identidade do grupo. Isso porque não era para ser deles.

Em entrevista ao canal de YouTube Scars and Guitars (transcrição via Ultimate Guitar), o cantor/baixista explorou os motivos pelos quais decidiu trabalhar com Iommi no que era para ser um disco solo do guitarrista. Os dois eram amigos de longa data, então a colaboração pareceu natural a Hughes.

Tony e eu somos amigos desde 1970 e era inevitável que em algum ponto a gente tocasse junto. Então para mim, no que entrei no projeto, era o álbum solo do Tony Iommi.”

O plano original era para vários vocalistas cantarem no álbum, mas logo Hughes ficou encarregado de todas as faixas. E como a banda de apoio de Iommi nesse disco tinha só integrantes que seriam vinculados ao Black Sabbath, certas pessoas da equipe começaram a pressionar para não ser um trabalho solo.

Hughes contou:

“O empresário dele, Don Arden, o pai da Sharon, insistiu que a gente chamasse de Black Sabbath, o que não deixou Tony Iommi feliz. E eu não estava escrevendo aquele tipo de letra, sabe.”

Black Sabbath featuring Tony Iommi (& Glenn Hughes)

No final, Seventh Star acabou creditado a Black Sabbath featuring Tony Iommi. O álbum foi mal recebido por público e crítica quando saiu, porque não soava nada como a banda lendária — em vez disso, evocava o hard rock em voga na época.

Mesmo assim — e apesar dos problemas com drogas que renderam uma saída traumática durante a turnê —, Hughes revelou ter se divertido durante o processo. O músico, felizmente sóbrio desde os anos 1990, deixou claro que vê os relacionamentos interpessoais como um fator enorme na hora de decidir aceitar fazer parte de um projeto. E, naquele caso, ele pode trabalhar com um grande amigo, em uma parceria que ainda se repetiria em The 1996 DEP Sessions (2004) e Fused (2005).

“Eu particularmente não quero trabalhar com pessoas se elas estão agindo de forma estranha e coisas assim. Não vai funcionar para mim. Eu tenho que ser amigo de alguém para trabalhar com eles. Não posso simplesmente entrar em uma situação fria. Não é assim que eu trabalho. Mas eu sempre consigo descobrir se vai ser uma coisa boa para mim, uma curva de aprendizado, outro desafio ou outro momento para tocar com meus amigos. Então eu escolho muito cuidadosamente com quem vou trabalhar. Acho que esse é o caminho a seguir.”

Em entrevista de 2023 à ROADIE CREW, Glenn se disse feliz por conseguir “acertar o que começou no Black Sabbath ao trabalhar novamente com Tony.

Tony é um dos meus melhores amigos, e estamos sempre nos falando. Existe a possibilidade de mais um disco… Bom, não posso falar muito sobre isso. Ainda não tenho certeza de nada, mas eu e Tony temos falado a respeito, então contarei a você quando acontecer (risos). Eu só desejo coisas boas ao Tony, porque quero que ele viva uma vida boa, feliz, bonita e saudável. Os caras do Sabbath são grandes amigos meus, como você bem sabe, e tudo que eu quero agora é viver uma vida boa, feliz e espiritualizada, vivenciando o presente, fazendo músicas novas e tocando ao vivo enquanto eu puder.”

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