Entre os momentos mais discutidos da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, esteve a apresentação do Gojira. A banda de metal francesa tocou uma versão de “Ah! Ça Ira” com a cantora de ópera Marina Viotti, e viu um nível de fama completamente novo surgir.
Agora, o grupo entrou em detalhes sobre como isso veio a acontecer. Em entrevista ao Heavy Consequence (via Blabbermouth), o baterista Mario Duplantier refletiu sobre a participação e seus efeitos na carreira.
Segundo o músico, o convite veio nove meses antes dos Jogos e ocorreu porque as quatro principais pessoas encarregadas da cerimônia eram fãs de Gojira. Ele contou:
“A gente recebeu o primeiro contato em novembro de 2023 e a cerimônia era em julho de 2024. Então, por alguns meses a gente precisou manter segredo.”
Ele continuou:
“Nós trabalhamos com o compositor da trilha da cerimônia, porque não podíamos tocar nossa música. A princípio, nós achamos isso estranho, porque pensávamos que seria incrível se pudéssemos tocar uma canção. Mas na realidade a gente precisou criar algo que se encaixava no tema da revolução. Isso foi um desafio enorme, mas um desafio bem divertido.
Mario e seu irmão, o vocalista e guitarrista Joe Duplantier, trabalharam com o compositor Victor Le Manse na adaptação de “Ah! Ça Ira”. A canção ganhou fama durante a Revolução Francesa por ser um hino extraoficial do povo contra a monarquia.
Os dois integrantes do Gojira tiveram bastante liberdade criativa. A coerência quanto ao tema foi a única “regra” a ser seguida.
Importância do momento
A reação internacional à apresentação foi extremamente positiva, salvo algumas pessoas acusando a banda de ser “satanista”. Entretanto, Mario Duplantier expressou que a importância do momento vai além do Gojira e do metal.
“Não existem muitas bandas na França. Imagine que se tiver uma cerimônia na Inglaterra, por exemplo, existem milhares de bandas lendárias. Mas na França, não é bem o caso. Existem muitas bandas que tocam fora do país, mas a lista não é tão grande.”
Novo dia a dia para o Gojira
Apesar de tudo isso, a mudança no dia a dia foi mais sutil. O baterista contou que pessoas vem lhe falar sobre o show na abertura — e mesmo não obtendo uma quantidade avassaladora de novos fãs, dá para notar mais respeito do público geral em relação ao Gojira.
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