No dia 31 de Maio o grande Headhunter D.C. comemorou 31 anos de carreira, e nós da Roadie Crew não podíamos deixar passar esse marco importantíssimo para o Underground mundial, afinal estamos falando de um dos maiores nomes do Death Metal brasileiro que com muita honestidade e paixão vem travando completas batalhas em prol de nossa cena. Para celebrar esses ininterruptos 31 anos, trazemos aqui uma entrevista comemorativa como jamais tínhamos feito até agora. Convidamos o seu frontman Sérgio “Baloff” Borges para nos presentear com informações exclusivas em uma entrevista histórica em ordem cronológica. Isso mesmo, um completo resumo de toda a longa vida do Headhunter D.C.. Dadas as premissas acima, vamos à entrevista… “Long Live the Death Cult”!!!
A banda surgiu com a dissolução de outra banda, “Túmulo”, fundada pelo guitarrista Paulo Lisboa. Você que acompanhou de perto este início, nos conte mais a respeito, como tudo surgiu na visão do Sérgio Baloff…
Sérgio “Baloff” Borges: Sem querer ser nostálgico demais (mas já sendo, inevitavelmente…), estávamos numa era mágica, realmente. Uma época de descobertas, fosse de novas bandas, novos materiais ou novos amigos, todo mundo crescendo e aprendendo junto e sendo testemunhas de uma nova revolução musical e ideológica que estava acontecendo no mundo. 1986, quando o Túmulo foi fundado, foi o ano de lançamento de alguns álbuns primordiais e revolucionários, como “Pleasure to Kill”, “Obsessed by Cruelty”, “Darkness Descends”, “Eternal Devastation”, “Beyond the Gates”, “Reign in Blood”, “Morbid Visions” entre outros, e temos orgulho em termos visto esses clássicos sendo lançados e ser influenciados por eles em tempo real. morava bem distante dos outros caras, pro lado do Subúrbio de Salvador, e ainda não os conhecia – eles que, por sua vez, moravam em sua maioria no bairro da Pituba. Certa vez fui à loja Cor & Som pra comprar discos (a primeira loja de Salvador a vender material de Metal mais extremo e underground), e ao entrar vi na porta de vidro da loja um cartaz com os dizeres: “Vem aí Túmulo, aguardem!”. Aquilo me chamou atenção de uma forma especial: primeiro porque o super mal desenhado logotipo da banda me remetia ao primeiro logo do Sepultura, com o “T” em formato de cruz de cemitério, e segundo porque se aquilo remetia ao Sepultura, banda da qual eu já era fã na época (comprei o “Século XX/Bestial Devastation” antes
do mesmo chegar às lojas, via fã-clube do Overdose do qual eu fazia parte), então iria me agradar em cheio. Numa outra vez que fui na mesma loja, encontrei pela primeira vez o Zé Paulo e o Iaçanã, e nem sabia que aqueles dois caras eram os fundadores daquela aberração fúnebre do tal cartaz. O primeiro show do Túmulo eu, por algum motivo, não estava presente, mas me sinto como se houvesse estado lá. Conheço as fotos daquele show como conheço a minha carteira de identidade, acredite. Na frente do “palco” – que na verdade eram mesas que separavam a banda do público – estavam figuras emblemáticas de nossa cena, como Eduardo Falsão, Kléber e Eclésio do ThrashMassacre (então ainda sob o nome de “Massacre”), Estevam “Malária” (que um par de anos mais tarde fundaria a loja/selo Maniac) entre outros. No início do ano seguinte conheci o Falsão no show do Vulcano em Itabuna/BA na tour do “Bloody Vengeance” (um dos shows mais brutais e bestiais que já presenciei), com abertura do Krânio Metálico, e pouco tempo depois ele estaria fazendo parte da nova banda do Paulo, o Headhunter. Convidado por um amigo em comum, fui num dos primeiros ensaios da banda (provavelmente o segundo ou terceiro), que acontecia em parceria com o ThrashMassacre no quarto do baterista Iaçanã, que tocava em ambas as bandas. Pro meu azar não rolou ensaio naquele dia devido a um problema no pedal Heavy Metal da Boss do Eclésio, que também era compartilhado por Zé Paulo. A sessão de headbanging ficaria pro próximo ensaio, infelizmente, mas aquela tarde de sábado foi realmente especial pra mim, pois começava uma relação com uma banda que duraria até os dias de hoje. O resto é história…
A banda fez seu primeiro registro, “Rehearsal”, ainda sem você como membro, mas claro, você esteve sempre acompanhando tudo de perto. A receptividade desse material na época você considera um marco na história do Headhunter D.C.?
Sérgio “Baloff” Borges: Esse ensaio de 88 na verdade é o segundo registro da banda a ser espalhado na cena, um registro feito, obviamente, de forma bem precária, underground ao pé da letra, o que era bastante comum entre as bandas da época. Existe um ensaio ainda mais antigo, datado de 87, onde a banda inclusive toca um cover de “Blasphemer” do Sodom, mais “Evil Followers” e “Miserable Priests”, duas das primeiríssimas composições do Headhunter. Parte de ambos os ensaios estão compilados no CD duplo comemorativo dos 20 anos da banda intitulado “The Darkest Archives… From the Death Cult (1987-2007)” lançado pelo selo peruano Crypts of Eternity. Esses materiais eram espalhados na cena via tapetrading, e causou uma ótima repercussão entre os bangers mais radicais da época. É claro que houveram críticas negativas, talvez até pela precariedade dessas gravações, o que é normal e que faz parte do processo de desenvolvimento de uma banda de verdade, com todos aprendendo a tocar juntos e lutando juntos pelo mesmo ideal.
No final do ano de 1989 você se torna membro efetivo da banda, sendo que no início você era o roadie e já tinha um contato muito especial com todos os membros da época. Como foi que aconteceu tudo para que você se integrasse à banda?
Sérgio “Baloff” Borges: A partir de meu primeiro contato com a banda eu não parei mais de freqüentar os ensaios, reuniões, shows dentro e fora de Salvador e demais atividades, era como se eu fosse o quinto membro do grupo, saca? Eu era um misto de roadie e fotógrafo, além do que também dava uma força nas correspondências da banda, mas nesse ínterim eu cheguei a tentar tocar bateria com os caras – cheguei, inclusive, a fazer uma sessão de fotos e figurar em um dos releases da banda como baterista…
rsrsrsrs… Sim, você havia mencionado comigo que foi quase baterista. Por quanto tempo assumiu essa função na banda antes de se tornar vocalista?
Sérgio “Baloff” Borges: Exato! Acontece que o Iaçanã era baterista oficial do ThrashMassacre e tocava com o Headhunter como baterista de suporte, então a banda precisava de um baterista efetivo, e como eu sempre no final dos ensaios costumava dar umas porradas na bateria, o Falsão teve a idéia de fazer uns testes comigo enquanto Iaçanã me dava uns toques de como tocar o instrumento. Acabou que no final de 89 o Falsão saiu da banda e eu, que já conhecia todas as músicas e praticamente todas as letras da banda, automaticamente fui convocado para ser o novo vocalista. “Estava escrito”! hahaha… Com isso, Iaçanã se tornou baterista efetivo da banda, então ficou tudo em casa mesmo… hahahahaaa!!!
Neste mesmo ano a banda lança a clássica demo “Hell is Here”, demo muito procurada até os dias de hoje pelos fãs. Essa demo realmente é um marco na história do metal extremo brasileiro…
Sérgio “Baloff” Borges: Aquela gravação originalmente consiste de 6 músicas as quais integrariam um 12″ EP intitulado “Noise” que jamais fora lançado por motivos de má fé por parte da empresa/gravadora (ir)responsável pelo seu lançamento. Falsão, inclusive, até hoje cita esse acontecimento como fator primordial para o seu descontentamento e posterior distanciamento da banda, o que é bastante compreensível dada tamanha decepção causada a todos na época. Se me lembro bem, esse seria um split 12″ com o ThrashMassacre, mas como eles não conseguiram gravar seu material a tempo, ficou para ser um lançamento exclusivo do Headhunter D.C. mesmo. Das 6 faixas gravadas, 4 foram extraídas para integrarem a primeira demo da banda, “Hell is Here”, tendo sida a primeira demo de Metal Extremo a ser gravada em estúdio profissional na Bahia (e provavelmente em todo Nordeste) e a primeira a ser distribuída por um selo estrangeiro, no caso a Wild Rags dos EUA.
Logo depois do lançamento da demo um dos fundadores, Eduardo Falsão, decide sair da banda. Foi neste momento que a banda decidiu que você seria o próximo vocalista?
Sérgio “Baloff” Borges: Na verdade, quando “Hell is Here” saiu eu já era o novo vocalista da banda, inclusive no encarte da fita meu nome já está no lineup, mas com os créditos dos vocais gravados para Eduardo Falsão. Como falei anteriormente, a decisão da banda em me chamar para fazer os vocais foi a mais natural possível pela proximidade que eu já tinha com eles. Não havia como ser diferente! Só fico puto por não ter aprendido a tocar bateria direito… hahahahahaaa!!!
A banda foi convidada pelo histórico selo Cogumelo Records para o lançamento do debut, “Born…Suffer…Die”, que na opinião de todos que acompanham a banda, esse LP foi o primeiro material de uma banda do Nordeste a conquistar uma visibilidade extrema no país. Como foi recebida pela banda a notícia que a maior gravadora do Brasil estava interessada em lançar o Headhunter D.C.?
Sérgio “Baloff” Borges: Aquilo foi mesmo um enorme alcance atingido por uma banda nordestina, afinal estávamos falando do maior e mais icônico selo de Metal Extremo da América do Sul, que abrigou nada mais nada menos que bandas como Sepultura e Sarcófago, isso em finais de 1990, quando assinamos o contrato com o selo. Na verdade uma das primeiras cópias da demo “Hell is Here” enviadas pela banda foi para a Cogumelo, que apreciou muito o material, mas nos solicitou uma gravação com algumas músicas mais recentes e com o novo vocalista para uma melhor avaliação e a possibilidade de um contrato com o selo. Foi então que no dia 27/05/1990 entramos em estúdio e gravamos, ao vivo, as então inéditas “Am I Crazy?” e “Why Wars?” e novas versões para “Hell is Here” e “Death Vomit”, e logo enviamos a promo tape para a Cogumelo, que aprovou o material e assim foi assinado o contrato com o selo.
A gravação foi feita na época no JG Estúdio, em Minas Gerais, onde também gravaram os grandes nomes da época e bandas clássicas até os dias de hoje. Nos conte como foi a experiência de gravar o debut no JG estúdio…
Sérgio “Baloff” Borges: Tudo era extremamente novo pra gente no que se dizia respeito a estúdios de gravação, e apesar da experiência adquirida pelos caras na gravação da demo, o JG possuía bem mais recursos que o Orion Studio, onde gravamos “Hell is Here” aqui em Salvador. Apesar disso, trabalhar com alguém já renomado naquela época como o Gauguin, que tinha um ‘know how’ em gravações de bandas de Metal e que assinou grandes clássicos do Death/Thrash Metal brasileiro, de certa forma nos trouxe uma segurança quanto ao que viria a ser o resultado final do álbum, diferente de toda aquela incógnita que é trabalhar com gente que não sabe nem pra que lado Black Sabbath vai, quiçá saber o que é Death Metal. Viajamos para Belo Horizonte para gravar “Born…Suffer…Die” um dia após termos aberto o show do Sepultura aqui em Salvador na turnê do “Arise” diante de 2000 pessoas, o que não era nada mal pra uma banda com apenas 4 anos de estrada e que ainda nem tinha um álbum de estréia, e isso nos serviu como uma grande injeção de ânimo rumo a um universo até então novo para nós. Gravamos o álbum em 6 períodos de 6 horas cada, num total de 36 horas para gravarmos e mixarmos, um verdadeiro feito – sangue de pedra mesmo! Acho que toda a pressão sofrida tanto pela falta de experiência quanto pelo curto tempo disponível em estúdio ajudou a deixar nossas músicas com uma sonoridade ainda mais ríspida e crua. É claro que se tivéssemos tido um investimento maior na produção do disco, teríamos um resultado ainda mais pesado e com uma sonoridade que refletisse melhor nossa proposta, mas pra um álbum de estréia ficamos muito satisfeitos com seu resultado final. Acho que diante de todas as circunstâncias que permeavam nossa história, não tinha como exigirmos mais do que aquilo, então temos muito orgulho de nosso début album. A propósito, lembro do saudoso Osvaldo “Pussy Ripper” do SexTrash (R.I.P.) me dando uns toques na véspera do início das gravações do disco, eles que tinham gravado o “Sexual Carnage” há apenas alguns meses. Grandes memórias!
Em 1992 a Revista Veja, revista de caráter jornalístico muito famosa, fez uma publicação à respeito do Heavy Metal da Bahia onde estampou na página a foto do Headhunter D.C. em uma matéria sensacionalista onde retrataram as bandas da época como vocês, Slavery e etc… como bandas que não sabiam cantar em inglês. Houve alguma espécie de contato da Veja com você? Qual a reação das bandas ao lerem esta publicação?
Sérgio “Baloff” Borges: Aquilo foi um lixo, e saiu em um encarte especial apenas para o estado chamado “Veja Bahia”, que a revista lançava junto a cada nova edição em cada estado do país. Desde quando eles entraram em contato com a banda eu não concordei em fazermos parte daquela matéria, pois sabia que aquele discurso de “apoiar a cena Metal local” tinha na verdade um outro propósito e caráter, mas acabei sendo vencido em uma votação “democrática” entre os membros da banda. Isso ainda foi entre 92 e 93, e a matéria em questão abordava as letras do “Born…Suffer…Die”. Como esperar que pessoas totalmente leigas e indiferentes ao Death Metal e ao Metal em geral pudessem ter o poder de absorver nossas letras? No aspecto gramatical eles criticaram os textos sem qualquer embasamento real ou critério (uma vergonha para jornalistas de tão conceituada revista!), citando um suposto “erro” em “Am I Crazy?” quando a letra diz “I see felicity”, já que, segundo eles, a palavra certa para ser usada deveria ser (e tão somente ser) “happiness”, pois, ainda segundo eles, a palavra “felicity” só poderia ser usada se fosse sob o contexto de “felicitar” (!?), como se, não bastasse o tiro pela culatra deles, fosse proibido um músico usar a palavra cuja métrica dentro da canção lhe seja mais conveniente. Qualquer Google Translator de hoje em dia vai lhe mostrar que “felicity” significa “felicidade, alegria”, uma visão às avessas do mundo atual em primeira pessoa, para quem não está familiarizado com o contexto lírico de “Am I Crazy?” – e olha que nem internet e muito menos Google tínhamos naquela época… hahaha!!! Nós poderíamos não ter o conhecimento em Inglês que temos hoje, afinal tínhamos menos de 20 anos naquela época e o acesso à língua inglesa ainda era bem escasso, mas desde então eu já possuía uma razoável noção de inglês, além do que a Cogumelo tinha um rígido controle de qualidade nesse sentido já naquela época, então jamais deixaria algo assim passar. Posteriormente ao lançamento dessa matéria infeliz, mandei uma carta com todos os nossos argumentos à redação da revista para que fosse publicada uma retratação na edição seguinte, o que jamais aconteceu – e nem mesmo uma resposta recebemos, nada mais óbvio. De qualquer modo, foda-se a Veja!!!
Neste ano a banda lança seu segundo álbum, “Punishment At Dawn”, e já apresenta o Headhunter D.C. com 2 novos membros, o Túlio Constantin assumindo a bateria e o Simon Matos assumindo as guitarras junto ao Paulo Lisboa. Qual foi o motivo do afastamento do excelente baterista Iaçanã Lima?
Sérgio “Baloff” Borges: O afastamento do Iaçanã se deu por razões pessoais que não mais permitiram sua continuidade na banda.
Nos fale como aconteceu a entrada destes 2 novos membros…
Sérgio “Baloff” Borges: O Simon (ex-Putrefaction) entrou na banda ainda no final de 91, quando percebemos que necessitávamos de uma segunda guitarra para dar mais peso à banda nas situações ao vivo. Sua estréia na banda em palcos, se me recordo bem, foi em Aracaju/SE. Seu estilo e postura se encaixaram como uma luva na proposta da banda, além do que ele também já freqüentava ensaios e shows do Headhunter D.C. desde praticamente o início, então tratou-se de outra escolha bem natural – sem falar que não existiam tantas opções assim àquela época, então quando surgia uma necessidade de recrutar alguém para a banda, meio que já sabíamos quem iríamos chamar. Já o Túlio foi chamado pra banda ainda em meados/final de 92, mas só estreou mesmo em 93, não me lembro exatamente onde nem em qual mês. Ele é mineiro, tocava no Calvary Death antes de se unir ao Culto e se mudou pra Salvador na época pra se dedicar de perto à banda.
O segundo álbum também foi lançado pela Cogumelo Records e foi o álbum que mostrou ao mundo o Headhunter D.C. com distribuição em muitos países. Na sua visão, como foi a receptividade deste segundo álbum? Este álbum foi o trabalho que levou o Headhunter D.C. a conquistar novos horizontes?
Sérgio “Baloff” Borges: Acho que posso dizer que sim. Nos mudamos pra BH no início de 93, ficando assim mais próximos de nosso selo, gravamos o “Punishment…” e foi a partir daí que as coisas começaram a acontecer em maior escala. Finalmente estávamos tocando nos grandes centros de Metal do país (Rio/São Paulo/Belo Horizonte) e saindo em cada vez mais fanzines e revistas, enquanto que no exterior o álbum estava sendo distribuído na Europa pela Black Water da Holanda e nos EUA via Relapse, o que também rendeu excelentes resenhas em zines e revistas lá fora. Algumas dessas resenhas colocaram o álbum como um dos melhores lançamentos já vindos da America do Sul naquela época, o que foi de extrema importância para uma maior projeção do Headhunter D.C. em outros países, além, é claro, de nosso próprio esquema de divulgação do álbum mundo a fora, isso numa época sem internet, sem download, e-mail, mp3, Facebook, Myspace, Whatsapp, Spotity, globalização…, tudo na base do correio e muita, muita paixão pelo Underground.
Foi neste mesmo ano que a banda decide se mudar para Belo Horizonte… Quais foram os reais motivos que motivaram essa mudança de estado?
Sérgio “Baloff” Borges: As principais razões para termos nos mudado para Belo Horizonte naquela época foram mesmo para estarmos mais perto da gravadora e conseqüentemente conquistarmos novos horizontes com a banda, e foi exatamente o que aconteceu. Somos provavelmente a primeira banda de Metal Extremo do Norte/Nordeste a fazermos uma turnê que atingiria as principais cidades do Sudeste do país, numa época em que uma turnê, mesmo em menores escalas do que como acontece hoje, ainda era um sonho distante para as bandas dessas regiões. Se tivéssemos permanecido em Salvador naquele período provavelmente nada teria acontecido. Tivemos a sorte de termos pego a cena mineira ainda fervilhando àquela época, e todas as alianças que fizemos na cena de BH nos ajudaram para que nos sentíssemos em casa àquele período, e bandas como Witchhammer (nossos brothers desde 89), SexTrash (que já havíamos conhecido na ocasião da gravação do “Born…” e que também dividiu o palco conosco em Salvador no mesmo ano de 91), Atack Epiléptico, Maitreya, Pathologic Noise, Aberration, Overdose, Impurity (irmãos desde 1990), Lustful, Chakal, LouCyfer, The Mist, Sinners entre outras estavam entre nossos aliados.
A banda passa por longos anos sem lançamentos, sendo que em 1996 tiveram outra grande mudança em sua formação, começaram a fazer parte da banda o Alberto Alpire no baixo e mais uma vez houve mudança nas baquetas, entrou o André Moysés, e lançaram uma promo tape contendo músicas que viriam a fazer parte da tracklist do próximo trabalho lançado em 2000. Visto que essa formação não perdurou muito tempo…
Sérgio “Baloff” Borges: Na verdade não foi tanto tempo assim, mas naquela época 3 anos realmente significavam muito mais do que hoje em dia. Além da Promo Tape ’96, que foi lançada com o intuito de mostrar à cena algo de nosso novo material (e acabou servindo como uma pré-produção do “…And the Sky Turns to Black…”), também houve a participação da banda no CD Tributo ao Dorsal Atlântica intitulado “Omnisciens”, quando abrimos a compilação com “Álcool”, e em ambos os lançamentos já contávamos com Alberto Alpire (ex-Kaddish, ex-Obliteration) substituindo Ualson Martins no baixo (um dos principais compositores da banda até final de 93 e que estava à frente do Headhunter D.C. como seu principal contato) e André Moysés (ex-Sepulchral, ex-Mercy Killing, ex-Zona Abissal) no lugar de Tulio Constantin. Fora isso, a banda manteve-se ativa na cena fazendo shows brutais pelo país e mantendo contato com o UG mundial, sempre de forma séria e ininterrupta, inclusive seguindo compondo material para o que viria a ser o próximo álbum.
Quais foram os principais motivos para a banda ter passado por esse hiato de tanto tempo sem lançar um novo álbum?
Sérgio “Baloff” Borges: Estamos falando de meados dos anos 90, um período tenebroso para o Metal Extremo no Brasil e no mundo, quando as bandas e gravadoras estavam abrindo as pernas pro Grunge e todo mundo estava abandonando suas jaquetas pretas e crucifixos invertidos para ostentar suas camisas de flanela quadriculadas… um horror, na pior concepção da palavra! Daí você pode imaginar o que enfrentamos para manter nosso som e nossa postura intacta perante esse cenário terrível: selos fechando as portas para o Death Metal e chamando o gênero de “morto e enterrado”, bandas abandonando o Metal e rendendo-se ao pula-pula e à batucada e produtores de shows seguindo a onda como abutres na carniça… Pouquíssimas são as bandas que resistiram a esse “furacão trendy” e não sucumbiram à todo esse lixo, e mais uma vez temos orgulho de fazer parte desse seleto grupo de guerreiros que se mantiveram de pé e continuaram acreditando no que faziam. Outro ponto relevante que nos levou a ficar tanto tempo sem lançar um novo álbum foi o fato da Cogumelo não ter investido no terceiro álbum de nosso contrato com o selo, então acabamos por levar cerca de 5 anos até gravarmos o terceiro full length e mais dois até conseguirmos lançá-lo por um novo selo que estivesse disposto a nos dar o suporte que precisávamos e merecíamos.
A banda vem com força total no 3º álbum, “…And The Skys Turns To Black… (The Dark Age Has Come)”, novamente apresentando mudanças radicais na formação, agora com três novos membros, Alex Mendonça assumindo o baixo, Fábio Nosferatus na guitarra e o renomado baterista Thiago Nogueira na bateria…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, foi mesmo uma reformulação radical no lineup, mas acho que não poderia ser diferente depois de tanto tempo e de tanta coisa que se passou nesse ínterim – sem mencionar que, pela nossa “tradição” em mudanças de formação, se houvesse sido diferente não seria o Headhunter D.C…. haha! A entrada dos novos membros trouxe o sangue que a banda estava precisando naquele período, e foram essenciais para dar ao álbum a pegada, sonoridade e atmosfera únicos que ele tem, sejam os solos macabros e sentimentais do Nosferatus, as profundas e pesadas linhas de baixo do Alex e a bateria bomB(L)ÁSTica (desculpa pelo trocadilho infame, mas não pude evitar… hahahahaaaa!!!) de Thiago.
Para esta retomada do Headhunter D.C. aos lançamentos, vocês assinaram com a Mutilation Records, selo reconhecidíssimo por apoiar a cena extrema. Como nasceu a parceria entre a banda e o selo?
Sérgio “Baloff” Borges: A Mutilation (então ainda sob o nome de Millennium Records) foi o único selo brasileiro entre os quais enviamos material naquela época que manteve a fé no Death Metal. Depois deles, um monte de selos nacionais passaram a lançar (alguns novamente) bandas do gênero, o que é de se esperar de quem segue cegamente as modas e tendências que vez por outra infectam a cena. Foi a Mutilation que nos fez acreditar, de uma forma mais abrangente, que nem tudo estava perdido aqui no Brasil em termos de Death Metal, e ao irmão e parceiro Sérgio Tullula somos eternamente agradecidos por isso. Já são 18 anos de uma parceria a qual eu espero que ainda dure muito tempo! Quando gravamos o “ATSTTB” em 98 fizemos um promo single com duas faixas do álbum a ser destinado apenas aos selos, e foi através desse material que surgiu nosso primeiro contato com a Mutilation.
Na minha humilde opinião este trabalho foi de tirar o fôlego. Um trabalho excepcional e me mostrou o Headhunter D.C. como jamais tinha visto. Uma evolução musical extrema… A repercussão deste trabalho foi muito positiva, eu mesmo me lembro de enviar esse CD para o Aad Kloosterwaard (Sinister) que ficou enlouquecido ao ouvir e pediu que eu enviasse para ele, assim o fiz. A distribuição fora do Brasil foi satisfatória? Houve relançamentos fora do país?
Sérgio “Baloff” Borges: Interessante essa estória sobre o Aad do Sinister, que é uma banda que acompanho desde a sua fase de demos, inclusive o Ualson costumava manter contato com eles, creio que através do próprio Aad. Eu sou um fã incondicional do “…And the Sky…”, e acho que o Paulo Lisboa se superou em termos de talento e criatividade nesse álbum, uma verdadeira máquina de rifferamas deathmetálicos, sem falar nos climas grotescos e decadentes, peso abissal e textos que sintetizam perfeitamente a identidade ideológica da banda. Creio que foi a evolução perfeita do “Punishment At Dawn”, um irretocável sucessor da oferenda de 93. Eu diria ainda que “ATSTTB” é a perfeita criação demoníaca de todas as agruras acumuladas durante a fase negra do Death Metal entre 93 e 98. Esse conjunto de fatores unidos a uma banda 100% compromissada com a verdadeira essência do Metal da Morte criada pelos mestres Possessed faz do álbum o que ele é! A distribuição do álbum no exterior foi bem satisfatória, e mais uma vez a banda alcançou excelentes resenhas mundo a fora. Esse alcance em maior escala intensificou-se ainda mais após o lançamento oficial do disco no território norte-americano via Mercenary Musik/WW3 Records. O álbum foi lançado por lá com nossas versões de “Twisted Minds” do Possessed e “Morbid Visions” do Sepultura como bonus tracks, duas grandes influências nossas.
A Mutilation Records investiu pesado neste lançamento, houve prensagens em Picture LP e CD com slipcase, além de camisetas oficiais. A saída da Cogumelo Records e a entrada para a Mutilation Records nos mostra ter sido melhor para banda. Como você vê tudo isso?
Sérgio “Baloff” Borges: Ambos os selos tiveram grande impacto e importância na história da banda em seus respectivos períodos.
Este trabalho, na sua opinião, marca um reinício? Uma nova fase do Headhunter D.C.?
Sérgio “Baloff” Borges: Eu não diria um reinício, afinal de contas nunca paramos. “Uma nova fase” representaria melhor tudo o que aconteceu, ou melhor, uma nova era negra para o Culto da Morte do Caçador de Cabeças!
No auge da divulgação do 3º álbum a banda lança um limitadíssimo live tape, “Brazilian Deathkult Live Violence…”. Este lançamento foi idealizado pelo Eternal Fire Zine/Tape Series, distribuindo assim um registro histórico da passagem da banda na cidade de Itabuna/BA em junho de 1995 que posteriormente foi relançado em CD. A ideia de lançar este material em plena divulgação do até então atual álbum “…And The Sky Turns To Black…” já vinha de antes do mesmo ser concebido?
Sérgio “Baloff” Borges: Na verdade não, esse live tape acabou saindo mesmo meio que por acaso. Esse lançamento surgiu de um convite do nosso eterno amigo e parceiro (apesar de sumido já há alguns anos) Hugues “Karnage” Vallot do lendário Eternal Fire zine da França em lançar algo da banda em sua ‘live tape series’. Naquele momento o Karnage estava fazendo uma entrevista conosco que sairia em uma das futuras edições do zine (uma das maiores que já respondi), e como tínhamos essa gravação do show de Itabuna em 95 ainda inédita (apesar de fazer parte de minha lista de tapetrading da época), resolvemos lançá-la de forma oficial. Hoje trata-se de um item raríssimo, principalmente por ter sido lançado em apenas 100 cópias limitadas.
2007 foi um ano de muitas realizações para a banda. Vamos começar falando do split “…In Deathmetallic Brotherhood”, onde vocês dividiram um raríssimo vinil de 10” com o Sanctifier. Onde também as bandas registraram covers, Headhunter D.C. tocando uma música do Sanctifier e o mesmo tocando uma música do Headhunter D.C.. Um registro histórico. Essa proposta partiu do selo Legion of Death Records ou das bandas? Como foi participar deste registro até então inédito no Brasil?
Sérgio “Baloff” Borges: A idéia partiu de mim mesmo, influenciado pelo split 10″ “Desaster In League With Pentacle” e posteriormente passada ao Karnage, que fazia parte da Legion of Death Rekordz e que prontamente comprou a idéia do split, lançando-o em seguida. Trata-se mesmo de um registro histórico e inédito à época aqui no Brasil, e que sintetizou de uma forma pra lá de fudida o elo que temos com o Sanctifier desde eles abriram nosso show em Natal em 93. Foi um prazer e uma honra para nós gravarmos uma música de uma das melhores demos de Death Metal brasileiro da história, “Ad Perpetuam Rei Memoriam”, e honra idem por ter tido uma de nossas músicas gravadas por esses cutulistas dos mares abissais de Natal. Hail Alexandre Emerson & Sanctifier shoggoths!!!
Neste mesmo ano chega nas mãos dos Headbangers o tão esperado “God’s Spreading Cancer…”, o quarto álbum da banda. Que também foi lançado pelo selo alemão Evil Spell Records em um belissimo LP e junto vem um 7” “Long Live The Hunter” como bônus. Como a banda recebeu essa proposta inovadora do selo alemão?
Sérgio “Baloff” Borges: O Alex Tiebel da Undercover/Evil Spell Records já era nosso amigo e admirador de nosso trabalho, então nos fez a proposta para o lançamento da versão em vinil do álbum. As faixas que integram o 7″ de bonus são os covers do ThrashMassacre, “Angelkiller” (que faz parte do tracklist oficial do álbum original), e Necrovore “Slaughtered Remains”, essa, por sinal, com a bateria gravada pelo nosso atual baterista Daniel Brandão, que também gravou as faixas do split com o Sanctifier. O resultado final do LP ficou fudido, um excelente trabalho da Evil Spell Recs.
Neste álbum a banda nos traz mais uma nova formação, agora com Zulbert Buery no baixo, persona muito conhecida na cena por ter passado por bandas importantíssimas no underground nordestino como Inoculation, Eternal Sacrifice, Wintermoon… além de ser um velho amigo que sempre acompanhou o Headhunter D.C. muito de perto…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, a convocação de Zulbert foi outro fato natural dentro da história da banda por todo o elo de amizade que ele já tinha comigo e o Zé Paulo desde praticamente quando retornamos de Belo Horizonte, além do que era um cara que, como nós, também respirava o Death Metal Underground e o tinha como estilo de vida mesmo. Sua entrada na banda trouxe uma notória evolução em nossas linhas de baixo, e creio que isso percebe-se em sua performance em “God’s Spreading Cancer…”
Este álbum contou com importantes relançamentos fora do Brasil, na europa pela Obscure Domain Productions e nos Estados Unidos pelo selo Ibex Moon Records do renomado Jonh McEntee (Incantation)…
Sérgio “Baloff” Borges: Exato! Inclua nessa lista também a versão em vinil via Evil Spell Records (Alemanha) e a versão peruana em CD pela Death Cult Records.
A banda neste ano realizou sua primeira turnê sul-americana, vocês tocaram em muitas cidades do Brasil e cruzaram as fronteiras, passaram pelo Peru, Chile e Bolívia. Como foi essa experiência de estar com os nossos hermanos?
Sérgio “Baloff” Borges: Essa foi uma turnê realizada sob booking da Morte Pacífica Prods., sendo nossa primeiríssima vez tocando fora do país. Foram cerca de 15 datas em torno de 21 dias entre Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, Chile, Peru e Bolívia, com alguns shows realmente brutais. Por termos feito todo o roteiro por terra, foi uma tour bem cansativa com alguns “perrengues” típicos de um giro nesses moldes, mas que no final realmente valeu a pena e nos serviu como uma grande experiência para o que ainda teríamos pela frente. Destaques para os shows em Maringá/PR com o Holder, Santiago e Iquique no Chile, Santa Cruz de La Sierra na Bolívia com o Bemdesar e outras bandas e em Cuiabá/MT.
Este ano foi marcado por um lançamento de fato importantíssimo que imortalizou gravações raras de todo conteúdo do passado da banda, foi lançado pela Crypts Of Eternity Productions o CD duplo “The Darkest Archives… From The Death Cult (1987-2007)”. Este selo peruano fez um excelente trabalho… Por ser um material que traz a oportunidade para os fãs terem esse maravilhoso registro em suas coleções, houve algum momento que vocês cogitaram em fazer um relançamento do mesmo aqui no Brasil? Digo isso pela dificuldade em adquiri-lo, já que trata-se de um material importado…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, realmente cheguei a cogitar fazer esse lançamento no Brasil, tanto pelo cunho histórico quanto por ter sido lançado numa quantidade limitada de 500 cópias que esgotaram-se rapidamente, mas acabou que, talvez por ter saído com um certo atraso (levando em conta que trata-se de um lançamento comemorativo dos 20 anos da banda e só foi lançado em 2010), resolvemos mantê-lo em tiragem e versão únicas. Recentemente tivemos uma proposta de lançar algo parecido em comemoração aos 30 anos, então existe a possibilidade de colocarmos todos aqueles materiais disponíveis novamente em uma nova compilação com algumas adições dos anos posteriores. Vamos aguardar e ver o que acontece…
Também entraram na banda o excelente guitarrista George Lessa que também tocava no Keter e o virtuoso baterista Daniel Brandão, que dispensa comentários. Como aconteceu a entrada desses músicos na banda? Qual foi o ganho evolutivo que a banda teve com a entrada deles na sua visão?
Sérgio “Baloff” Borges: Na verdade, Daniel Brandão entrou na banda junto com Zulbert, em 2003, realizou diversos shows conosco naquele período, incluindo a tour pelo Nordeste em 2004, mas acabou saindo da banda às vésperas das gravações do “God’s Spreading Cancer…” (daí o motivo do Thiago Nogueira ter gravado o álbum como ‘session drummer’), retornando oficialmente à banda logo após o lançamento do álbum e já participando da tour sulamericana de 2007. A entrada do George Lessa foi um adicional bastante significativo à banda. Entre suas características está uma inteligente e ímpar união de agressividade e técnica, tanto em seus solos quanto em sua forma de tocar riffs e bases. O conheci durante uma apresentação de sua ex-banda, o Keter, e seu talento me chamou tanto a atenção que logo o convidei para substituir Fábio Nosferatus, que havia deixado a banda na época. Obviamente sua postura ideológica e atitude perante a cena também se encaixaram dentro do nosso contexto geral, e por esses aspectos é que ele já está há quase 10 anos conosco. Vale mencionar que recentemente George montou uma nova banda de Death Metal chamada God Funeral, que inclusive acaba de lançar seu début EP. Vale a pena conferir!
Com essa nova formação estabilizada vocês lançaram através da Mutilation Records mais um álbum, ”…In Unholy Mourning…” Esse lançamento também teve sua prensagem em vários formatos… como foi a distribuição e a repercussão?
Sérgio “Baloff” Borges: “…In Unholy Mourning…” é nosso álbum que mais conta com diferentes formatos e relançamentos –entre eles um excelente double tape box set via Raw Blackult Prods. da Bolívia –, além do que trabalhamos em cima dele por longos 5 anos entre shows e promoção na cena. A repercussão do mesmo foi ótima, e mais uma vez algumas publicações, daqui e de fora, o colocaram entre os melhores álbuns de Death Metal daquele ano. Mais sobre o que penso acerca desse disco pode ser conferido em um texto que escrevi e que figura o seu booklet nas versões em CD e no encarte da versão em vinil.
Assim como em “God’s Spreading Cancer…” vocês gravaram para esse álbum mais um cover do antigo ThrashMassacre, pra quem não sabe essa foi uma das primeiras bandas de Metal do estado da Bahia…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim! Foi mais uma forma de ajudar a perpetuar a excelente música dessa que foi a grande pioneira de Metal Extremo na Bahia e uma das pioneiras do Nordeste, junto com Krânio Metálico e Túmulo/Headhunter D.C., da qual eu, inclusive, fiz parte antes de encerrar suas atividades no final de 89/início de 90. Atualmente canto numa banda tributo ao “Bonded by Blood” do Exodus que conta com ex-membros do ThrashMassacre, e com a mesma formação iniciamos os trabalhos de ensaios das músicas originais da banda para o futuro registro desse material em CD e assim eternizar de uma vez o nome e o magistral Raging Thrash Metal Mayhem dessa banda única. Aguardem!
Em 2013 a banda passou por terras européias, passando por vários países como Portugal, Bélgica, Alemanha, Polônia, Espanha, Itália, França, Holanda entre outros. Nos conte como foi essa visita ao velho continente…
Sérgio “Baloff” Borges: Foi uma experiência inesquecível, cara, e nos fez crescer tanto como banda quanto como indivíduos mesmo. Tivemos alguns shows memoráveis, conhecemos lugares incríveis, grandes encontros com novos e antigos amigos e irmãos de cartas, boas (e não tão boas também…) cervejas e comidas, enfim… espalhamos a palavra do Culto por onde passamos com muito Death fucking Metal e atitude Underground! Vale lembrar também do grande suporte dos irmãos do Nervo Chaos (hails Edu!), que compartilharam essa tour conosco, e do pessoal da Roadmaster Agency, Daniel Duracell (Mortificy/Incarceration) e Vlad e Dario, que tocam no War-Head. Muito grato por tudo, brothers! A idéia é retornarmos ao Velho Mundo quando estivermos com o novo álbum em mãos, dessa vez passando por países pelos quais não passamos em 2013.
A turnê realmente foi muito bem sucedida, tanto que por causa dessa passagem por lá a banda fez o seu segundo álbum ao vivo “Death Kurwa! – Live In Warsaw”, lançado em 2016 pela Bestial Invasion Records da Suécia…
Sérgio “Baloff” Borges: Na verdade “Death Kurwa! – Live in Warsaw 2013” não foi nem de longe um álbum programado. Como pode perceber, não é um disco gravado profissionalmente e nem possui uma grande qualidade de gravação, mas que de alguma forma merecia ser lançado e disponibilizado aos fãs por se tratar de algo histórico na carreira da banda. O CD foi lançado principalmente para acompanhar a edição de jubileu do legendário Necroscope Zine da Polônia a convite de nosso grande amigo e velho apoiador da banda na Europa, seu editor Adam Stasiak, mas acabou sendo lançado oficialmente pelo selo escocês Bestial Invasion Records e também pode ser adquirido de forma avulsa. Logicamente que ainda não é o álbum ao vivo definitivo do Headhunter D.C., digamos que se trata de um “bootleg oficial” (se é que podemos assim chamar… haha!), mas é algo que fiquei muito satisfeito pelo seu contexto e importância histórica, principalmente por ser um registro de nossa primeiríssima turnê européia, então ele tinha que ser lançado. Esse live foi captado de forma caseira através de uma camera de vídeo (infelizmente não foi possível gravar o show em sua íntegra devido a problemas com a câmera, daí o porquê de várias músicas terem ficado de fora), e ficou na gaveta por algum tempo até surgir a ideia e o convite do Adam de lançar o CD junto com o zine – e nesse caso contamos com a coincidência de termos a gravação de um show na Polônia a ser lançado junto a um zine polonês. O resultado é um CD 666% ao vivo, pesado, grotesco, rude, sujo, alto, cru, com a verdadeira atmosfera underground e sujeito a todas as possíveis falhas e imperfeições técnicas de um verdadeiro show de Death Metal Underground, orgânico e feito com sangue nos olhos. Definitely no fucking overdubs here!
Em 2015 a banda recebe uma grandiosa e merecida homenagem de bandas do mundo inteiro em um tributo dividido em dois volumes chamado “Born To Punish The Skies… A Deathmetallic Brotherhood in Darkest Mourning for God – Tribute to Headhunter D.C.”, e além dessa homenagem ser prestada com suas músicas tocadas por todas estas bandas, as mesmas ainda descrevem a importância que o Headhunter D.C. tem em suas influências e em suas carreiras… Este é um registro realmente emocionante… o que você tem a dizer para todas as bandas que realizaram esta homenagem?
Sérgio “Baloff” Borges: A emoção em ver/ouvir isso se transformando em realidade foi grande, cara, e a honra, maior ainda. É quase indescritível a sensação de ter dois CDs lançados em homenagem e reconhecimento à sua banda, e o que é ainda mais fudido, com tantas versões de suas músicas com uma imensa qualidade, e não estou falando apenas em qualidade de gravação, mas de criatividade e performance também, de versões que nos fazem sentir que foram feitas a partir do mesmo princípio do qual as músicas originais foram criadas: da paixão pela música negra da morte, sem a qual nada do que se é feito soa 100% real. Acho que conseguimos expressar esse sentimento com exatidão através dos textos escritos por mim (no volume 1) e pelo Paulo Lisboa (no volume 2), através dos quais também contamos um pouco da nossa história sob uma ótica não encontrada nas conhecidas biografias da banda. Cada uma das bandas contidas em ambos os volumes nos passaram muita verdade com suas versões, até porque são bandas que possuem um vínculo muito próximo de nós, são bandas irmãs, que possuem ideias e ideais basicamente iguais aos nossos, e isso também pesou bastante na escolha de cada uma delas, independente de serem fãs ‘diehard’
do Headhunter D.C. ou de serem diretamente influenciadas por nossa música. Eu mesmo coordenei e produzi o tributo a convite do Sérgio Tullula da Mutilation Records, idealizador do projeto e responsável pelo seu lançamento, e achei bastante natural que eu tenha sido convidado para esse processo, pois apesar de não se tratar de um lançamento nosso, mas sim uma compilação com outras bandas, cada um dos CDs estaria emanando puro Headhunter D.C. quando estivesse sendo colocado no player ou tendo seu booklet folheado, então nada mais natural que fosse um de nós que estivesse diretamente envolvido nisso. A todos só posso dizer que confiram ambos os volumes e não se arrependerão. Cópias ainda disponíveis através da banda. Morte total 666% garantida!
Vocês fazem sua segunda turnê sul-americana ao lado da renomada Mortem. Quais foram os países visitados desta vez?
Sérgio “Baloff” Borges: Mais uma vez a tour passou por Chile e Peru, mas dessa vez tivemos a honra de tocarmos na terra do Mortem, Lima, e atingimos outras cidades chilenas além de Santiago. Apesar de menor que a tour de 2007, esse giro nos trouxe excelentes frutos, entre eles a oportunidade de finalmente dividirmos o palco por duas fudidas vezes com as bestas andinas, um desejo que era compartilhado já há algum tempo entre ambas as bandas. Posso dizer que as jams que fizemos juntos em ambos os shows de Lima e Santiago, com o Nebiros tocando guitarra conosco no cover do Death “Zombie Ritual” e eu cantando com eles seu clássico “Summoned to Hell” (com o qual participamos do CD tributo ao Mortem há alguns anos via Heavier Recs.) foram absolutamente e definitivamente antológicas. Hail The True Mortem!!! Meu muito obrigado aos irmãos Ricardo Lucas do Crypts of Eternity Zine/Prods., Leo Thrash, baterista da banda chilena Ejecutor, e Armin Obando da Veins Full of Wrath Prods. por terem sido os grandes responsáveis por essa mini tour. Salve!!!
E neste mesmo ano a banda tem uma grande baixa em sua formação, a saída do membro fundador da banda, o Paulo Lisboa, por motivos claramente pessoais… Me lembro que foi uma surpresa, eu como fã da banda nunca imaginaria acontecer esse desligamento…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, infelizmente o Paulo saiu oficialmente da banda em julho de 2017, logo após a mini turnê no Chile e Peru com o Mortem e logo após a banda ter completado 30 anos de existência. Esta notícia caiu como uma bomba em nosso Culto e atingiu todos nós em cheio, especialmente falando sobre mim mesmo, já que eu e o Zé Paulo temos uma amizade/parceria muito forte desde o começo do Headhunter D.C., então tem sido muito difícil para mim ter que lidar com sua ausência na banda; você sabe, subir em um palco e tocar sem ele depois de tantos anos juntos se apresentando ao vivo, viajando mundo a fora, ou mesmo compor sem suas opiniões ou não podermos mais contar com seu enorme talento e genialidade dentro da banda… isso é muito triste para mim e para todos os outros caras da banda, e mesmo que já estivéssemos de alguma forma preparados para a sua partida, as coisas não foram e não têm sido fáceis para nós desde então. Na verdade Paulo já estava basicamente afastado das atividades da banda desde algum tempo, tendo inclusive se ausentado em 3 shows antes de deixar a banda, sendo substituído por Yury Duplat (Old Chaos, ex-Keter) em um show no Brasil, enquanto nos dois últimos shows no Chile tivemos que tocar com apenas uma guitarra porque ele teve que voltar ao Brasil logo após o show de Lima devido ao seu emprego – sem mencionar que ele também não participou do processo de criação do próximo álbum. A razão para isso, segundo ele, estava relacionada à logística, já que ele mora em uma cidade a 350 km de Salvador, e fazer viagens entre as duas cidades mais as turnês estava se tornando cada vez mais difícil para ele com o passar dos anos, então nós não poderíamos fazer nada além de respeitar sua decisão e continuar sem ele. Apesar de tudo, nossa amizade permanece intocável como nos velhos tempos, afinal de contas temos uma amizade/irmandade que transcende o Metal e o Underground. Desejo-o o melhor em sua vida, sempre!
O Paulo Lisboa está tocando em alguma banda que não exija muito de seu tempo?
Sérgio “Baloff” Borges: Ainda antes de sair do Headhunter D.C. ele já tocava em uma banda da cidade onde vive que toca covers de clássicos do Heavy Metal, o Steel Fist. Em uma das últimas vezes em que nos falamos ele comentou comigo que estava para entrar em uma banda de Heavy Metal tradicional da cidade de Irecê, mas não tive mais notícias quanto a isso.
O que você tem a dizer para o Paulo Lisboa por todos estes anos que vocês estiveram lado a lado lutando pelo Headhunter D.C.?
Sérgio “Baloff” Borges: Um grande e sincero MUITO OBRIGADO POR TUDO! E que foi uma honra estar a seu lado por tanto tempo tocando, criando e desenvolvendo o mais genuíno Metal da Morte que pôde sair do fundo de nossos corações negros e de nossas almas obscuras! A huge THANK YOU, master!!!
A banda tem previsão de quando nos brindará com mais um álbum?
Sérgio “Baloff” Borges: Estamos trabalhando duro em cima do material que dará vida em forma de morte total ao nosso próximo álbum. Em primeira mão, digo aqui que o provável título do album será “In Death Metal We Trust”, mas ainda estamos estudando isso. O álbum contará com 9 músicas inéditas e uma intro, num total de 10 ataques profanos de Culto da Morte e extinção à cristandade. Alguns novos títulos são: “Unblessed by the Unsacred” (a qual inclusive temos incluído em nosso atual repertório de shows), “One Thousand Apocalypses”, “Rise of the Damned” e a (possível) faixa-título, uma parceria entre eu e George Lessa. A previsão de gravação é entre outubro e novembro de 2018 e lançamento no primeiro trimestre de 2019. Aguardem!
E para substituição do Paulo Lisboa a banda hoje conta com o renomado guitarrista Tony Assis, integrante de bandas como Insaintification e Ungodly, ex-Carnified e ex-Mystifier. Como está sendo a experiência de tê-lo no line-up atual? Pois a responsabilidade dele é grande, afinal substituir Paulo Lisboa não é tarefa fácil…
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, felizmente pudemos contar com o apoio de Tony Assis, que prontamente atendeu ao nosso chamado e substituiu oficialmente o Paulo, já tendo feito três apresentações ao vivo conosco em Dezembro passado e Março desse ano. Tony é um velho amigo e fã da banda desde o começo dos anos 90, tendo inclusive feito uma turnê conosco em 2004 substituindo nosso então guitarrista Fábio Nosferatus – sem mencionar que ele é um músico muito talentoso e que se encaixa muito bem em nosso contexto geral, então acho que fizemos a escolha certa. De alguma forma o novo guitarrista possui muita influência e inspiração no Paulo, pois o Tony sempre foi fã e acompanhou o desenvolvimento da banda muito de perto – posso até dizer que Zé Paulo foi um dos grandes responsáveis por ele ser um guitarrista de Metal Extremo, então de alguma forma o estilo e essência do Paulo permanecerão bem vivos dentro do Headhunter D.C..
No site Whiplash! o Bem Ami Scopinho se refere ao “…In Unholy Mourning…” como o melhor álbum da banda até então. Este também é o melhor para você?
Sérgio “Baloff” Borges: Sim, concordo, mas não será assim por muito tempo, pois uma nova era de blasfêmia e profanação deathmetálica está se aproximando com níveis de brutalidade ainda mais assombrosos que da última vez!
Nestes 31 anos ininterruptos quais foram as maiores realizações do Headhunter D.C.?
Sérgio “Baloff” Borges: Eu acho que cada passo dado ao longo de todos esses anos, por menores que possam parecer, foram e continuam sendo como grandes conquistas para nós, seja um show, uma tour, um novo material composto ou gravado ou um novo deathmetalhead de um longínquo país atingido por nosso som… tudo é muito valorizado por nós, pois somos nós quem sabemos, em primeiro lugar, o que passamos para estarmos aqui após 3 longas décadas sendo honestos com nós mesmos e com o nosso público. Fazer Death Metal no Nordeste e se manter vivo e ativo por um período tão longo é uma prova de resistência, e desde 1987 que nós sabemos, com autoridade e muito conhecimento de causa, o que é resistência total!
Para quem não sabe, no dia 31 de Maio a banda comemorou 31 anos de existência, sem se vender a modismos, fazendo sempre a sua proposta musical e ideológica desde o início… Essa pergunta sempre faço às bandas que entrevisto aqui. Como você vê a cena atual no Brasil e no Mundo?
Sérgio “Baloff” Borges: A velha pergunta sobre nossa visão da cena… rsrsrsss! Essa é uma questão cuja resposta pode variar em questão de meses, conforme o desenvolvimento da própria cena e de nossas próprias experiências dentro da mesma. Mas há muitos anos que preciso enxergar essa questão da atual cena numa inevitável comparação com os anos 80 e 90 tanto sob a ótica do headbanger fã diehard de Metal quanto também a do “músico” de Metal, ainda que um seja exatamente a extensão do outro. Digo isso (e tão somente por mim apenas, numa ótica totalmente pessoal) porque a visão do deathbanger Sérgio Baloff é intrinsecamente voltada pro lado ideológico da cena, do lado radical e primordial do Underground, no qual quantidade jamais foi sinônimo de qualidade, porém hoje vivemos numa época em que a globalização deu uma visibilidade e acessibilidade ao Metal nunca antes imaginadas, e essa nova realidade sempre terá os dois lados da moeda. Hoje em dia o público de Metal é inevitavelmente maior que o de 25, 30 anos atrás, e com ele veio um leque maior de fontes de informação e acessibilidade – ainda que nem todos consigam absorver essa que, a princípio, seria uma vantagem em relação às gerações anteriores –, porém, em contrapartida e desproporcionalmente a essa equação, o que vemos atualmente são os shows cada vez mais vazios (pelo menos essa é uma reclamação geral que tenho visto aqui no país), o que significa que trata-se de uma questão mais complicada do que se imagina. Essa questão do público também se correlaciona com a questão da estrutura física da cena, pois com um bom público comparecendo aos shows os produtores se estruturarão mais e mais para eventos de maior qualidade, e assim bandas e público saem ganhando. Como vê, não trata-se de um assunto tão simples de se abordar conforme a cena vai crescendo de forma desenfreada com suas conseqüências positivas e negativas, no qual até mesmo a tese sobre uma questão cultural poderia ser inserida, mas o mais importante nisso tudo é que cada um que se diz fazer (e que faça realmente) parte da cena cumpra o seu papel de forma honesta e real para que um dia possamos ter uma cena realmente digna para todos os envolvidos. E àqueles do tipo “não faço parte de nenhuma cena” ou “não existe nenhuma cena atualmente”, é melhor mesmo que fiquem em casa dando continuidade às suas vidinhas virtuais!
Falando um pouco da parte lírica e ideológica da banda… Quando penso em inimigos reais do nazareno, vem um nome na minha cabeça – Headhunter D.C. –, pois o conteúdo lírico são reais profanações. Você como principal compositor, quais as suas principais influências?
Sérgio “Baloff” Borges: Nada mudou, e a nossa campanha de repúdio à cristandade só cresce e se fortalece a cada ano e a cada lançamento. O atual mundo decadente e hipócrita que vivemos, gerado pela podridão das religiões, só alimenta cada vez mais nossa repulsa contra esse câncer que merece e deve ser extirpado. Minhas influências e fontes de inspiração vêm basicamente de minhas próprias vivências, experiências e de tudo aquilo que eu vejo, sinto e que me rodeia em meu dia-a-dia – e muitas vezes essa atmosfera quase irrespirável pode estar mais próxima de você do que qualquer um possa imaginar. Tenho bebido muito da fonte nietzscheana e de bandas como Immolation (godz!) em seus primeiros álbuns, mas para esse próximo álbum tenho absorvido e exposto muito de meus próprios conhecimentos, posicionamentos ideológicos e experiências vividas ao longo de minha vida, e tenho estado muito satisfeito com o que tem sido gerado aqui em termos líricos. Spreading the Cult like a plague!!!
Está previsto para este ano se não me engano outro relançamento histórico na carreira da banda, virá uma edição especial do álbum “Punishment At Dawn” que ainda trará um DVD para a comemoração dos 25 anos deste trabalho. Você tem a data correta de quando este material estará disponível? Terão shows para celebrar mais este marco na bem sucedida carreira do Headhunter D.C.?
Sim, a idéia da Cogumelo é fazer uma edição comemorativa dos 25 anos do álbum (completados esse ano de 2018) nos mesmos moldes da reedição de 25 anos do “Born…”, com áudio remasterizado, os mesmos bônus da primeira edição em CD e mais um DVD com algum show da época, o que já estamos providenciando desde já. Não existe uma previsão de data de lançamento, mas é certo de que saia esse ano.
“Chifres para Cima… Cruzes para Baixo”… Meu velho amigo Sérgio “Baloff” Borges, saiba que foi um imenso prazer poder realizar esta entrevista comemorativa e poder prestar a minha homenagem a esta que pra mim é uma das maiores bandas do mundo, o grande Headhunter D.C.. “Hail aos 31 anos de puro massacre e resistência”…
Sérgio “Baloff” Borges: Foi um prazer, Mr. Éden, e agradeço aqui a você e mais uma vez à Roadie Crew pelo espaço, oportunidade de expormos nossas idéias e real suporte ao longo dos anos. “United we stand, together we are strong”, já dizia o Destruction em “Eternal Ban”! Espero que eu tenha sido bastante claro em minhas respostas para aqueles a quem nossa longa história possa interessar. De últimas novidades, participaremos de um tributo em CD duplo ao Black Sabbath apenas com bandas brasileiras via Secret Service Records, para o qual gravamos uma versão para a clássica “Electric Funeral”, numa sincera homenagem aos verdadeiros pais do Heavy Metal. Lançamento previsto para Junho/Julho. Confiram! Também planejamos lançar ainda esse ano, e possivelmente antes do próximo full length, um 7″ EP com uma faixa inédita e provavelmente um cover e uma regravação, ainda em comemoração aos 30 anos da banda. Enfim, aguardem nosso próximo álbum e serão testemunhas de um novo capítulo de trevas na história do Culto da Morte! Grande abraço a todos e morte aos posers! Death Metal eternal!!! In Death Metal We Trust!!!!!!!!!!…
Abaixo trouxemos exclusivamente para esta entrevista comemorativa uma galeria com fotos que contam toda história da banda em imagens escolhidos pelo próprio Sérgio “Baloff” Borges:
Também para celebrar estes 31 anos de existência, trazemos aqui um show completíssimo, divididos em 3 partes, que apresenta a nova formação da banda e já nos mostra o que virá em mais um grande álbum em breve!!! Show gravado em 16/12/2017 no Groove Bar, Salvador/BA:
https://youtu.be/FogAQG_CXZo
https://youtu.be/dhkeYZmE__Y
https://youtu.be/3xi-2SFs5mg
Confira também uma belíssima entrevista com o Headhunter D.C. feito pelo Leonardo M. Brauna na Edição 217. Para adquirir esta edição e ler a entrevista Clique Aqui.