Conhecido não apenas por ter sido baterista do Scorpions entre 1977 e 1995, mas também por sua língua afiada, Herman Rarebell lançará na próxima sexta-feira (11) o álbum de covers What About Love, com seu projeto Herman Rarebell & Friends. O músico tem concedido entrevistas para divulgar o disco, mas vem chamado ainda mais atenção pelas declarações contundentes – como aconteceu recentemente, ao falar de seus ex-companheiros de banda ao podcast Talking the Talk with Don: “Depois de 20 anos com aqueles filhos da puta, nem sequer uma resposta. Eu disse: ‘Ok, fodam-se.” (leia mais aqui)
Agora, em entrevista ao Blabbermouth.com, Rarebell também voltou a atrair os holofotes ao relembrar o estilo de vida que levava nos anos 1980, auge de sua trajetória no Scorpions.
“Eu vivi para o sexo, drogas e rock and roll. Só posso falar da minha vida. Não me arrependo de um segundo dos anos 80. Foi maravilhoso estar nos Estados Unidos e conhecer todas aquelas groupies e mulheres lindas. Eu podia fazer o que quisesse todos os dias. Tenho lembranças fantásticas dos anos 80. Quis trazer esse sentimento de volta para o álbum.”
Mais do que um exercício de nostalgia, o disco What About Love tem como objetivo reacender a energia daquela década e manter viva a música que, segundo ele, é a melhor já feita. “Como músico, essa era foi a melhor época para criar canções. As músicas ainda são populares e continuam tocando até hoje. Transmitimos a mensagem de acreditar em um futuro brilhante e no amor. Sinto falta disso hoje, quase não se ouve mais no rádio.”
No álbum, Rarebell apresenta novas versões de clássicos como Love Is a Battlefield, Every Breath You Take, These Dreams e I Love Rock ‘N’ Roll — além de duas faixas que marcaram sua fase no Scorpions: Rock You Like a Hurricane e Passion Rules the Game. “A gravadora exigiu que eu incluísse duas músicas do Scorpions. Escolhi as mais bem-sucedidas. Em Passion…, colocamos o homem e a mulher respondendo um ao outro, e adicionamos guitarras novas. Ficou matadora. Escrevi essa em 1987, e o Klaus (Meine, vocalista) fez a letra junto comigo. É uma honra trazer todos de volta para os anos 80.”
O disco ainda reúne nomes de peso, como Bob Daisley, Howard Leese, Jim Vallance e Neil Carter, todos velhos conhecidos de Rarebell. “Todos toparam participar sem pedir um centavo. Disseram: ‘Amamos a mensagem. Queremos entrar nessa. Vamos ver no que dá’.” Sobre uma possível turnê: “Bob está na Austrália, então fazer um show único seria loucura. Mas uma turnê? Isso seria ótimo.”
O ex-baterista também refletiu sobre sua contribuição musical dentro do Scorpions, especialmente em contraste com o estilo mais romântico de Klaus Meine. “Klaus escrevia as baladas, como Still Loving You e Wind of Change. Eu era o garoto sujo das músicas pesadas. Escrevi He’s a Woman, She’s a Man, Rock You Like a Hurricane… Algumas teriam até selo de conteúdo explícito! Como a capa de Lovedrive, com aquele peito aparecendo. Foi um choque na época — mas foi nosso primeiro disco de ouro.”
Apesar do sucesso, ele não esconde certa mágoa por ter sido deixado de lado no processo criativo da banda após os anos 1980. “Fiquei triste depois de Wind of Change. Eu já não participava mais do processo de composição. Pensei: ‘Que porra estou fazendo aqui?’”
Hoje, aos 75 anos, Rarebell segue firme e ativo. “Ainda toco bateria todo dia por uma hora. Faço caminhadas longas. Não sou fisiculturista, mas mantenho meu corpo ativo. Estou em forma. Se me chamarem, posso fazer um show completo do Scorpions sem problema.”
Com orgulho, ele diz que os anos 1980 foram seus “anos dourados”. “Penso nos anos 80… eu conseguia fazer muito mais. Todo dia era uma festa.”
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