Soa meio hipócrita da parte do vocalista Stephen Pearcy, que toca atualmente com um Ratt todo desmantelado, dizer que Mötley Crüe com John 5 não é Mötley Crüe. Mas, acredite, ele disse essa pérola em entrevista ao podcast Hook Rocks.
“Mötley trazendo o John 5 – sem desrespeito -, isso não é Mötley Crüe“, reclamou o frontman. A justificativa de Pearcy para seu descontentamento com o atual line-up de seus contemporâneos do hard rock é que uma formação do Mötley Crüe sem Mick Mars não tem “os elementos adequados”.
Stephen Pearcy comparou a situação do Mötley com o que o próprio Ratt passou em 1991, quando o guitarrista Robbin Crosby deixou a banda, desfazendo a formação clássica. “Ratt sem Robbin – eu disse isso quando ele não estava tocando: ‘Isso não vai funcionar. Podemos fazer o que quisermos, podemos tentar o quanto quisermos. Não vai ser igual. E nunca foi, e nunca será”, esbravejou.
Mick Mars anunciou sua aposentadoria das turnês do Mötley Crüe no final de 2022, devido ao agravamento de sua condição física. O guitarrista sofre de espondilite anquilosante, doença crônica e inflamatória de artrite que progride principalmente na coluna vertebral e na pelve. Mars, de 72 anos, foi diagnosticado com a doença aos 27. No ano seguinte, Mick Mars foi substituído em definitivo por John 5 (Marilyn Manson, David Lee Roth, Rob Zombie, solo), após ter processado sua ex-banda alegando que após seu anuncio de aposentadoria seus ex-parceiros, Vince Neil, Nikki Sixx e Tommy Lee, tentaram removê-lo como acionista nas participações comerciais do grupo por meio de uma assembleia de acionistas. Posteriormente, o advogado da banda respondeu à ação de Mars como sendo “infeliz e completamente fora da base”. Segundo afirma o advogado, Mars teria votado e assinado um acordo em 2008 no qual ele e todos os outros membros da banda concordaram que “em nenhum caso, qualquer acionista renunciante terá direito a receber qualquer dinheiro atribuível a apresentações ao vivo”.
Quanto a Stephen Pearcy, convenhamos, o seu Ratt atual também não é Ratt, visto que nenhum de seus ex-companheiros estão com ele atualmente. Perdão pelo trocadilho, mas é o “rato falando do gato”.
Em 2024, o cantor já tem datas agendadas para celebrar o 40º aniversário do ótimo álbum Out of the Cellar. Sua intenção era contar com a presença dos membros vivos da formação clássica – Warren De Martini, Juan Croucier e Bobby “Blotz” Blotzer -, no entanto eles não demostraram a mesma disposição. “Se você não curte isso, não gosta disso”, simplificou na entrevista. “Só posso ter respeito pelo Warren, ele não precisa (se reunir). Nenhum desses caras precisam. Eu não preciso. É apenas uma questão de onde está sua unidade, eu acho. Eu tenho uma movimentação diferente dos meus caras. E é aí que o dinheiro para. Não posso forçá-los”. Apesar de sua fala, ele não escondeu o desapontamento: “Quarenta anos depois, você deve ter muita sorte. Não importa o quão fundo sejam seus bolsos, é a integridade que você tem pelo que você criou, do que você faz parte. É isso que me irrita. Out of the Cellar é a coisa mais importante que fizemos. Deve ser respeitado. Mas é assim que as coisas são”, concluiu.
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