Agora tendo ao seu lado em definitivo no Deep Purple o guitarrista Simon McBride para o lugar de Steve Morse, que em 2022, após 28 anos no posto, decidiu deixar o Deep Purple para cuidar de sua esposa Janine, que está em tratamento de câncer, Ian Gillan concedeu entrevista à RockFM, da Espanha, e respondeu sobre a possibilidade de um retorno do lendário Ritchie Blackmore. Gillan cortou qualquer expectativa que pudesse haver dos fãs, com uma resposta bem extensa. Confira a íntegra do que ele disse:
“O Deep Purple é uma família que esteve junta antes de eu me juntar. Em ’68, era Ritchie Blackmore, Jon Lord, Ian Paice, Nick Simper e Rod Evans. Roger Glover e eu nos juntamos em ’69. E nos períodos intermediários, houve David Coverdale e Glenn Hughes e alguns outros caras. Então, quando crescemos, quando nos estabelecemos e a química humana estava bem, estávamos nos dando bem. Tivemos o reencontro com Perfect Strangers, porém tudo foi um pouco diferente. Ritchie estava diferente, e acho que todos nós estávamos. Ritchie costumava ser meu colega de quarto (em turnês) no Deep Purple; costumávamos festejar juntos. E eu não gosto de pensar nos (pontos) negativos. Só tenho muitas lembranças fantásticas de Ritchie como um grande guitarrista com um senso de humor perverso – e quero dizer perverso – e um profissional, um cara realmente bom nesse sentido. Mas algo mudou em Ritchie quando voltamos a estar juntos, e todos nós mudamos e a química humana não era exatamente a mesma”, admitiu.
“Então, ficou difícil. No final, houve esse antagonismo. E eu fui demitido da banda porque eu queria fazer mais turnês, e Ritchie queria fazer menos turnês. Tivemos uma reunião um dia e eu disse: ‘Por que não vamos para a América do Sul? Por que não vamos para a Rússia? Por que não vamos para o mundo todo? Somos uma banda ao vivo’. E no dia seguinte Ritchie foi até a gerência e disse: ‘Bem, é ele ou eu’. Então eles o escolheram. E tudo bem. Assim eles fizeram um disco com outro cantor; Não me lembro o nome dele… E a gravadora disse: ‘Ou você tem Ian de volta na banda ou estamos rasgando o contrato’. Então voltei para o Deep Purple e Ritchie ficou louco. Ele não gostou. Eventualmente, ele saiu. Em termos normais, em uma família ou algo assim – porque somos uma família -, você pensaria que era como um divórcio – algo assim. Ele saiu; ele se foi. Mas ele queria manter o controle da banda depois de ter saído. E ele tem sido um chute no saco desde então (risos). Mas estamos nos dando muito melhor nos dias de hoje. Acho que o empresário dele tem muito a ver com isso, com o problema que existe. (Essa) É uma daquelas coisas com as quais você lida”.
Ian acrescentou: “Acho que a ideia de uma convocação para uma grande reunião ou algo assim, seria totalmente desrespeito com o Deep Purple vivo e respirando. Seria horrível. A atmosfera seria terrível. Seria artificial, seria apenas por dinheiro – nada mais. Porque não há amor lá. Não há afinidade. Vinte e cinco por cento da essência do Deep Purple é a improvisação, e agora temos um músico que é simplesmente inacreditável. E eu não sei o quanto Ritchie tem praticado ou algo assim. Eu poderia continuar por muito tempo, mas a resposta simples é não”.
O cantor de 77 anos encerrou fazendo uma comparação: “É (como) a ex-mulher. Não queremos voltar a ficar juntos”.
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