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ICED EARTH

Vira e mexe o mentor da banda norte-americana Iced Earth, Jon Schaffer, tem que explicar aos seus fãs os motivos das constantes trocas de vocalistas. E, agora, com Dystopia, lançado recentemente no Brasil em versão digipack pela gravadora Shinigami Records, o guitarrista mais uma vez precisou comentar a respeito das mudanças de formação. O entra e sai de Matt Barlow, os discos com Tim “Ripper” Owens e agora, com o canadense Stu Block (Into Eternity), entrevistado com exclusividade pela ROADIE CREW na edição #155 (dezembro, 2011). E agora, vamos saber o que pensa Schaffer sobre a nova fase e o novo integrante.

O vocalista Matt Barlow deixou o Iced earth em 2003, voltou em 2007 e saiu novamente em março último. Quais as circunstâncias dessa última saída dele?
Jon Schaffer: 
Quando ele voltou, deixou claro que seria algo temporário. Ele tem uma carreira profissional (N.T.: ele é policial), tem família e eu aceitei isso tranquilamente. Nós fizemos mais um disco juntos (N.R.: The Crucible Of Man: Something Wicked Part 2, de 2008) e fizemos uma tour. Só que a indústria musical mudou muito e hoje as bandas têm que se manter na estrada para continuar na ativa. Matt não podia assumir esse compromisso e eu entendi perfeitamente. Eu adoro esse cara e desejo tudo de melhor a ele, mas nós viramos essa página e agora estamos num novo capítulo na história do Iced Earth.

Você escolheu Stu Block, do Into Eternity, para substituir Matt. O que o convenceu de que ele era a pessoa certa para o posto?
Jon: 
Eu assisti aos vídeos do Into Eternity e gostei do que vi nos olhos dele. Ele mostrava intensidade e paixão, que são coisas que seu sempre busquei num ‘frontman’. E a pergunta seguinte foi: ‘Será que a voz dele vai se adaptar à banda?’ Tínhamos que checar isso, porque eu nunca tinha ouvido Stu cantar naquele registro antes. A primeira coisa que pedi a Stu quando a gente marcou de se encontrar foi para ele preparar algumas de nossas músicas antigas. Em seguida, começamos a trabalhar no material novo. Não dei a ele muito tempo, mas o resultado foi ótimo. Quando ouvi o que ele trouxe para End Of Innocence e para a faixa que viria a ser Dark City eu o chamei de lado e disse: ‘Cara, o trabalho é seu.’ Percebi na hora que poderíamos criar uma ótima parceria. Stu é um cara inteligente e é comprometido – e fazia tempo que eu não tinha um vocalista que se comprometesse de fato com a banda, o que era um problema sério. E meu instinto me disse que Stu era o cara certo. Lembrava da sua energia nos tempos em que o Into Eternity excursionou com a gente e tinha certeza de que ele casaria perfeitamente com a banda. Lógico que no Iced Earth a dinâmica é outra, mas ele mostrou ter tudo o que precisávamos.

O material de Dystopia foi escrito já com a certeza de que Stu iria cantar ou quando ele entrou já estava tudo pronto?
Jon: 
Havia algumas poucas faixas prontas quando ele entrou na banda e nós fomos descobrindo e aprendendo a explorar a voz dele durante o processo. Fizemos algumas coisas bem fora do que estávamos habituados por causa da voz dele. Funcionou muito e Stu se envolveu bastante no processo todo, mais do que qualquer outro vocalista que já tivemos no passado. Ele fez várias letras e melodias vocais, outras nós fizemos juntos, e outras ainda eu fiz sozinho. Temos um ótimo time de compositores e isso me anima muito. É mais divertido e tira a pressão de cima de mim.

Você é o cérebro que comanda o Iced Earth. É difícil incluir uma nova pessoa no processo criativo – principalmente no caso de alguém que você ainda não conhece tão bem –, levando em conta que a banda é a sua paixão?
Jon: 
Na verdade, o processo criativo nunca foi fechado. Isso é uma coisa que as pessoas têm dificuldade para entender. Os vocais e as letras de Matt eram realmente ótimos, mas a criação das melodias era um problema exclusivo meu. Algumas pessoas não têm o dom de compor e a gente tem que aceitar isso. Por isso é ótimo quando surge alguém como Stu, que é capaz não apenas de cantar, mas de criar melodias realmente boas. Com gente assim não há o menor problema em dividir o trabalho de composição. E nossa parceria está apenas começando!

O Iced Earth é conhecido pelos discos conceituais, mas Dystopia segue uma linha diferente. Desde o início vocês já tinham definido que ele não seria um disco conceitual ou isso foi resolvido durante o processo de composição?
Jon: 
Desde o princípio ficou totalmente claro que não seria um álbum conceitual. Nós estávamos buscando um tema para a arte da capa, algo que representasse o disco como um todo e vimos que seis das letras falavam de distopia (N.T.: distopia é a antítese da utopia e geralmente se caracteriza pelo autoritarismo e pela opressão).

Essa decisão foi tomada para facilitar o processo, para deixá-los mais livres para escrever as músicas sem ter a obrigação de ter que criar uma história também?
Jon: 
Esse disco foi feito sob considerável pressão. A sorte é que, em relação aos discos anteriores, eu me encontro num momento pessoal muito bom. Durante o processo de composição de Framing Armageddon (2007) e The Crucible Of Man(2008), perdi vários membros de minha família – meu pai, um irmão e uma irmã. Tudo isso no período de um ano. Foi simplesmente brutal e eu não conseguia me concentrar como normalmente fazia. Depois desse período que eu chamo de ‘despertar para as vicissitudes da vida’, comecei a me senti bem melhor e feliz novamente. Mais feliz do que jamais havia sido, para falar a verdade. E a união de todos esses fatores deram um direcionamento natural para o novo disco. Por isso ele é centrado, pesado, intenso, melódico e até mesmo épico, apesar de não haver nenhuma música grandiosa nele.

A despeito da forma como Dystopia tenha sido recebido, a grande questão é: Stu vai conseguir desempenhar a contento as antigas canções de vocês? Há uma grande expectativa em torno disso, já que as pessoas esperam ouvir esse material cantado de uma determinada forma mas há uma nova voz conduzindo-as. Como foi o processo de adaptar Stu ao repertório antigo da banda? Pergunto por que algumas músicas precisam ser apresentadas de uma forma bem específica.
Jon: 
A percepção das pessoas passa por isso, mas para mim pé diferente. Eu sou o compositor dessas músicas e não as ouço da mesma forma que os fãs. Minha perspectiva é completamente diferente. Não quero que Stu soe como Matt ou Tim (‘Ripper’ Owens, vocalista da banda entre 2003 e 2008). Quero que ele soe como Stu. Não quero um clone de quem quer que seja na banda, quero alguém que faça seu próprio trabalho, que caminhe com suas próprias pernas. Claro que ele vai cantar o material antigo e eu tenho certeza que vai ficar ótimo. Vai ter gente que vai reclamar? Claro que vai, mas eu nunca tomei as decisões na carreira do Iced Earth baseado no que as pessoas de fora pensam e dizem.

Sites relacionados:
www.icedearth.com
www.icedearth.com.br

 

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