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INFERNO METAL FESTIVAL: uma jornada inesquecível

Por Victor Hugo Piiroja

Tive a chance de participar do festival mais importante de metal extremo do mundo, o Inferno Metal Festival, realizado anualmente em Oslo, na Noruega. Este evento existe desde 2001 e sempre tive a curiosidade de participar, pois conta com um congresso de Music Business, com conteúdo diversificado e relevante, e é um dos raros eventos internacionais com esta característica, gerando conhecimento e fomentando o networking. Foram quatro dias de festival, entre 28 e 31 de março, contando com dois palcos no Rockefeller Music Hall e agrega outros shows em casas menores de Oslo.

Na parte musical foram 50 bandas muito bem selecionadas. Dimmu Borgir era o mais esperado por todos, pois estava comemorando 30 anos de carreira. Shagrath comandou a noite com maestria em um show espetacular, que trouxe três ex-membros – o baixista/vocalista ICS Vortex, o tecladista Mustis e o baterista Tjodalv – para uma performance impecável de “The Insight and the Catharsis”, momento emocionante e inesquecível para os presentes. Destaque para todo o setlist, especialmente “Progenies of the Great Apocalypse” e “Mourning Palace”, fazendo com que mais uma vez se constate que Dimmu Borgir é uma aula de black metal sinfônico.

Foram muitos shows excelentes, como o do Me and That Man, projeto paralelo de Adam Darski, o Nergal do consagrado Behemoth, que me surpreendeu. O Me and That Man tem características de banda americana, misturando folk, country e blues, com excelente performance. No set, destaques para “Burning Churches” e “Look Away Lucifer”, da banda Madrugada e que contou com a participação especial do vocalista Sivert Høyern.

Destaco também o excelente show da Crypta, que tem conquistado cada vez mais território. O público realmente compareceu para ver Fernanda Lira (baixo e vocal), Luana Dametto (bateria), Tainá Bergamaschi e Jéssica Falchi (guitarras), que entregaram um show impecável e cheio de energia. Abriram com “The Other Side of Anger”, em um set que destacou o último e excelente álbum, “Shades of Sorrow”.

Já os pais do doom metal, Candlemass, hipnotizaram o público com uma performance incrível, pois Johan Länquist (vocal) e o time soltaram grandes clássicos, como “Sorcere’s Pledge” e “Crystal Ball”. Já o Vltimas, de David Vincent, apresentou um set poderoso e excelente performance, bem teatral. Abriram o set com “Epic”, faixa do último álbum, com destaque para “Mephisto Manifesto” e “Everlasting”.

Candlemass

O Sólstafir também apresentou um grande show, com seu estilo único post metal, o carismático vocalista A∂albjörn Tryggvason manteve o público energizado, com destaque para “Ótta” e “Goddess of the Ages”.

Gorgoroth se apresentou com Atterigner nos vocais (Hoest estava em tour com o Taake na Suécia e voltou para fechar a última noite do evento), com um show agressivo e extremo, naquele padrão Gorgoroth de qualidade. Outra atração que eu tinha grande interesse de ver ao vivo eram os suecos do Orbit Culture. E constatei que se trata de uma excelente banda ao vivo, com uma pegada mais moderna em um death metal melódico. É uma banda que ainda vai crescer muito, mas chegou levantando bem o público.

Já o Borknagar é uma banda tradicional na cena, contando com o grande vocalista e baixista ICS Vortex. O foi impactante, com destaque para “Voices” e “Winter Thrice”.

No último dia de evento, destacamos o show do Finnatroll, pois o folk metal do grupo agitou bem o público, que cantava junto praticamente todas as músicas, com destaque para “Trollhammaren”. O festival foi fechado pelo Taake, liderado pelo vocalista e compositor Hoest. Abriram com “Fra Vadested Til Vaandesmed” e mandaram um show forte e com grande presença de palco, com destaques para “Norbundet”e “Nattestid Ser Porten Vid I”.

Participei também do Black Metal Bus Sightseeing Tour, passeio que recomendo para todos os fãs da música extrema. Estivemos muito bem acompanhados pelo guia Anders Odden (Cadaver, Celtic Frost) e amigo pessoal de Euronymous – ele ouviu o nome real do Euronymous em uma entrevista de rádio, descobriu o telefone na lista telefônica pelo sobrenome da família, ligou para ele e conversaram por 2 horas. Euronymous o convidou para um ensaio do Mayhem (Anders tinha 14 anos na época).; A partir dali ficaram amigos e ninguém melhor do que alguém que viveu e cresceu dentro deste universo de maneira ativa e pessoal para nos contar os bastidores e a história real. Anders contou muitas delas e durante a tour nos mostrou muitas gravações originais e raras do Mayhem e de várias bandas icônicas do black metal.

Anders Odden

Visitamos a Neseblod Records, famosa loja onde foi a Helvete, que era propriedade de Euronymous, onde fica o black metal circle no apertado porão, o acervo antigo desta loja era bem restrito, por volta de 60 álbuns apenas, porque Euronymous se recusava a vender algo que não seja, black metal, thrash ou death, em uma época em que o acervo era restrito. Infelizmente, a Neseblod enfrentou uma tragédia devastadora no começo do mês de abril, quando um incêndio tomou conta do local. A loja tinha um acervo com milhares de álbuns, coisas raras, coleções completas, em fita k7, vinil, CD, blu ray, box sets de tudo – desde material limitado do Mayhem, até demo tapes, box sets japoneses… Dava para se perder por dias ali sem nenhum problema. O incêndio na loja foi uma lástima, pois tinha um acervo irrecuperável, mas ela já está aberta para o público novamente.

Neseblod Records

Também visitamos a Langhus station para recriar a foto famosa do Mayhem e finalizamos a tour na igreja Holmenkollen Kappell, que foi incendiada em 1992 foi reconstruída exatamente como era antes. Anders nos explicou sobre o tema religião e metal, a questão dos vikings x igreja católica e como um país secular como a Noruega lida com estes temas.

Igreja Holmenkollen Kappell

Na parte de congresso de music business, destaco algumas palestras bem interessantes, tivemos uma com a presença de Arthur Brown, artista que está atualmente com 80 anos de idade, realizou um dos shows mais energéticos do festival, e mostra que o metal não tem barreiras de idade. Ele destacou a sua relação com Bruce Dickinson, nos contou que foi visitado por ele após um de seus shows – Bruce lhe confidenciou que ele foi uma de suas grandes inspirações e que graças a ele ganhou muitos de seus milhões em sua carreira. O convidou a participar da gravação de “Chemical Wedding”, e que depois disso o indicou para entrar no casting da gravadora que estava com ele, a Sanctuary Records. Brown disse que Bruce o ajudou na revitalização de sua carreira e está na ativa até hoje – ele participou da trilha sonora do filme “Duna, entre muitas participações incríveis, como Tina turner, e outros. Seu show no Inferno Festival teve momentos memoráveis, como na clássica “Fire”, onde o próprio coloca fogo em uma espécie de capacete. Um grande show.

Arthur Brown

Uma sessão de destaque abordou o tema, “o Podcast matou o Rádio”, a moderadora Katy Irizarry, afirmou que neste momento existe apenas uma revista na ativa especializada em heavy metal nos Estados Unidos, e que nas rádios americanas tem pouco espaço para o metal. Porém, os podcasters e influencers do tema têm crescido em importância e alcance, apesar da força da mídia especializada pelo mundo, os produtores de conteúdo digital estão evoluindo e a mídia tradicional tem o desafio de precisar sempre se renovar para conquistar novos leitores, mais patrocinadores e manter a audiência cativa. Nisto a Roadie Crew tem um bom foco no cenário digital, com seus canais crescendo cada vez mais.

Outra seção abordou o tema: Diversificando a receita do streaming, além da venda de música. A discussão abordava outras possibilidades de receita para os artistas, através de venda de merchandisign, shows e licenciamento de música para a indústria de games, filmes e séries.

Em suma, o Inferno Metal Festival é uma experiência completa para os amantes do metal extremo, um dos melhores festivais que participei na Europa e estaremos lá novamente em 2025!

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