fbpx
Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

IRON MAIDEN

Há sete anos, o Iron Maiden quase chegava à Fortaleza, mas, por desventura do destino, a rota da “Somewhere Back In Time World Tour” foi desviada para Recife (PE). Então, aquele ano de 2009 marcou o início de uma campanha nascida do desejo cearense em ver a banda britânica tocar em sua capital. Em 2011, mais uma vez o sexteto se apresentava no estado vizinho pela sua “The Final Frontier World Tour”. Sua próxima excursão pelo Brasil, “Maiden England World Tour – 2013”, sequer passou pelo Nordeste, mas os fãs alencarinos jamais perderam a esperança e até intensificaram a campanha “Iron Maiden Em Fortaleza”. Deu certo. Na véspera de feriado da sexta-feira santa, 24 de março de 2016, cerca de 20 mil fãs puderam ver esse sonho concretizado por intermédio de uma das maiores produtoras de eventos do estado do Ceará, a Arte Produções.

Quem esperou tanto segurou um pouco mais a sua ansiedade até o The Raven Age terminar sua apresentação. O quinteto que tem como guitarrista George Harris, filho de Steve Harris, executou as cinco músicas de seu autointitulado EP de 2014 e outras canções. A banda parecia bem acostumada com públicos grandes, apesar de estar em atividade a pouco tempo. Seu vocalista, Michael Burrough, em “The Death March”, até pulou do palco e foi cantar junto à galera na grade de proteção, demonstrando muita simplicidade e simpatia para com o público. O melhor momento ficou para o final, quando George e Dan Wright (o outro guitarrista) solaram juntos em “Angel In Disgrace”, lembrando uma característica típica do Heavy Metal Tradicional, que é o efeito das guitarras gêmeas.

Depois foi a vez do Anthrax entrar em cena para mostrar sua relevância de 35 anos dedicados ao Thrash Metal. Em Fortaleza, enquanto seu ‘backdrop’ subia atrás da bateria do substituto provisório de Charlie Benante, Jon Dette (Impellitteri, ex-Testament, Slayer, Iced Earth e outros), o público já se alvoroçava com gritaria antecipada, mas foi com “Caught In A Mosh” do clássico “Among The Living” (1987), que a coisa se tornou bem mais séria.

Até que algumas pessoas do público tentaram arriscar alguns “circle pits”, mas o formato da pista dividido em quatro partes não proporcionava um espaço confortável para isso. Por outro lado, os “thrashers” viram os nova-iorquinos simplesmente arrebentarem em um ‘set’ de apenas oito canções – o líder e guitarrista Scott Ian prometeu um show completo no ano que vem. Cabeças também “rolaram” com canções como “Fight ‘Em ‘Til You Can’t” de “Worship Music (2011)”, “Medusa” de “Spreading The Disease” (1985) e algumas do novo álbum, For All Kings (2016) como “Evil Twin” e “Breathing Lightning”.

Ainda fizeram parte do ‘set list’, “Got The Time” (Joe Jackson), presente em “Persistence Of Time (1990)” e “Antisocial” do Trust – banda em que tocou Nicko McBrain –, coverizada em “State Of Euphoria” (1988). Em “Indians”, os músicos fizeram uma palinha de Refuse/Resist (Sepultura) para maior instigação dos fãs. O show foi incendiário com direito a bandeira do Ceará Sporting Club, erguida por Joe Belladonna.

Na sequência, os primeiros acordes de “Doctor Doctor” do UFO fizeram a Arena Castelão se tornar um “vulcão” a ponto de eclosão. Quando a belíssima animação dos telões abrindo o grande espetáculo emendou com “If Eternity Should Fail”, Bruce Dickinson surgiu cantando tão bem que parecia nunca ter tido problemas com câncer. A emoção se completou com a entrada de Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain que, claro, já ocupava seu lugar, “escondido” atrás de seu kit de bateria característico. Pronto, era realidade, o Iron Maiden estava em ação no Ceará. Durante “Speed Of Light”, o vocalista falou pela primeira vez o seu famoso “Scream for me Fortaleza!” – para muitos, o fato de ter ouvido isso do próprio cantor foi outro sonho realizado. Interessante perceber como as novas músicas atingiram boa aceitação do público, mas quando Dickinson falou “Senhoras e senhores, moças e rapazes, esta é ‘Children Of The Damned'”, o sentimento foi intenso e mostrou que o ‘set list’ talvez seria um passeio de “estrelas” entre “coadjuvantes”, dúvida aumentada em “Tears Of A Clown”, oferecida ao saudoso ator de Hollywood, Robin Williams, que deixou a plateia bem morna.

A movimentação dos integrantes é uma das forças do Maiden e em “The Red And The Black”, os malabarismos cênicos de Janick Gers com sua guitarra foram intensos. Bruce fazia seu papel de maestro puxando o coro meloso “ôh, ôh, ôh!” Em seguida, a dobradinha “The Trooper” (com a costumeira performance de Bruce hasteando a bandeira britânica) e “Powerslave” (com direito a canhões de fogo no palco) segurou o clima e fez os fãs mais antigos soltarem a voz. Estes também cantaram “Death Or Glory”, uma das músicas mais embaladas do álbum atual. Falando às divisões do estádio, Dickinson agradeceu e comentou sobre o carinho recebido desde a chegada da banda. Na execução de “The Book Of Souls”, Eddie entrou em cena afrontando o público, e depois de levar alguns “olés” de Janick, lutou com Bruce, que lhe arrancou o coração e o jogou aos fãs

Não se imaginava que depois da trinca “Hallowed Be Thy Name” (onde o suor já lavava o semblante de todos os membros), “Fear Of The Dark” e “Iron Maiden” (com o surgimento de um enorme Eddie inflável atrás da bateria), ainda restasse “pedra sobre pedra” no ambiente. Mas tinha mais! Depois de terminarem a primeira parte, os músicos retornaram ao palco para o ‘encore’ e mandaram “The Number Of The Beast”, trazendo a figura de uma besta inflável gigante fitando a plateia. Logo após, Dickinson informou o número total de presentes que, segundo ele, foi de 26 mil. Assim, ele ofereceu sua homenagem com “Blood Brothers”: “Foram vocês que tornaram tudo tão quente”, disse ao se referir tanto ao calor humano quanto ao clima cearense.

O “sonho” se finalizou com “Wasted Years”, tendo como destaque os ‘backing vocals’ de Adrian Smith. Infelizmente, clássicos de álbuns como “Killers” (1981), “Seventh Son Of A Seventh Son” (1988) e “No Prayer For The Dying” (1990) não constaram no repertório. Fica difícil para uma banda como o Iron Maiden, em turnê promocional de um disco novo, fazer uma seleção que agrade as muitas legiões de fãs de uma só vez. Sua discografia com dezesseis álbuns traz vários “hinos”, mas quem sabe eles retorne à Fortaleza em um futuro próximo, trazendo em sua bagagem alguns clássicos que os cearenses não viram de perto. Não custa sonhar com a próxima turnê.

Setlist The Raven Age:
Uprising
Promised Land
The Death March
Eye Among the Blind
The Merciful One
Salem’s Fate
Angel In Disgrace

Setlist Anthrax:
Caught In a Mosh
Got The Time (cover Joe Jackson)
Antisocial (cover Trust)
Fight ‘Em’Til You Can’t
Evil Twin
Medusa
Breathing Lightning
Indians

Setlist Iron Maiden:
If Eternity Should Fail
Speed Of Light
Children OfThe Damned
Tears OfA Clown
The Red AndThe Black
The Trooper
Powerslave
Death Or Glory
The Book Of Souls
Hallowed Be Thy Name
Fear OfThe Dark
Iron Maiden
Bis:
The Number OfThe Beast
Blood Brothers
Wasted Years

Compartilhe:
Follow by Email
Facebook
Twitter
Youtube
Youtube
Instagram
Whatsapp
LinkedIn
Telegram

MATÉRIAS RELACIONADAS

EXCLUSIVAS

ROADIE CREW #282
Setembro/Outubro

SIGA-NOS

47,8k

57k

17,3k

983

23k

Escute todos os PodCats no

PODCAST

Cadastre-se em nossa NewsLetter

Receba nossas novidades e promoções no seu e-mail

Copyright 2024 © All rights Reserved. Design by Diego Lopes

plugins premium WordPress