Músicos com experiência em várias bandas e estilos diferentes são constantemente perguntados qual foi o trabalho mais desafiador. No caso de JAMES LOMENZO, é justamente o atual.
Em entrevista ao site Madness to Creation (via Blabbermouth), o baixista lembrou sua carreira, que teve passagens por, entre outros, WHITE LION, BLACK LABEL SOCIETY, JOHN FOGERTY, SLASH’S SNAKEPIT, DAVID LEE ROTH e MEGADETH. Segundo o músico, o último mencionado era a banda mais complicada de tocar.
Ele disse:
“Ah, com certeza o MEGADETH. Já haviam vários fatores quando eu entrei pra banda. Primeiro, eu nunca botei tanta fé em thrash metal, nunca. Não era fã do MEGADETH desse jeito… Quando o WHITE LION fazia turnês, o MEGADETH era bem grande, e logo depois isso ficaram ainda maiores. Mas eu não escutava muita música durante turnês, curiosamente.”
O instrumentista admitiu que conhecia apenas três ou quatro músicas do MEGADETH. Entretanto, o convite para tocar com os gigantes do thrash, em 2006, motivou uma mudança desse quadro.
“Quando eu recebi um convite pra fazer teste, eu pensei a respeito e falei: ‘Ok, eu faço qualquer coisa. Já toquei todo tipo de música. Isso pode valer meu esforço’. Então conheci o DAVE [MUSTAINE, líder do MEGADETH] e aprendi algumas das canções que achei ser capaz de tocar.”
JAMES LOMENZO impressionando DAVE MUSTAINE
A esse ponto, LOMENZO já era um profissional com quase 30 anos de carreira, passando por vários gêneros diferentes. Entretanto, o trabalho que impressionou DAVE MUSTAINE e talvez o convenceu a contratar o baixista foi uma brincadeira.
Ele explicou:
“DAVE escutou algumas demos que eu tinha feito. Tinha uma canção em particular que eu fiz com uma banda chamada THE HIDEOUS SUN DEMONS, que era RAY LUZIER [baterista atual do KORN], um ótimo guitarrista chamado TOSHI HIKETA e eu. Era um trio de jazz fusion construído a partir da banda ao vivo do DAVID LEE ROTH. Nós três éramos o apoio dele. A gente fez isso de brincadeira, só pra mostrar habilidades, nos juntar e fazer algo interessante. Tinha essa música chamada ‘The Mummy’ que era o mais pesado que eu podia chegar, e dei ela pro DAVE, e ele se impressionou.”
Pouca familiaridade com o MEGADETH
Ao entrar para o MEGADETH, JAMES LOMENZO se viu desafiado pela falta de familiaridade com o repertório. Não só isso: a execução é complexa, já que as canções têm várias mudanças.
“Acho que o truque foi aprender 28 a 30 músicas em três semanas, o que foi pesado. Se elas estivessem na minha cabeça antes, se eu tivesse escutado o material antes, provavelmente teria sido mais fácil. Então eu baixei a cabeça e tentei aprender três ou quatro músicas todo dia, e algumas delas têm cinco minutos, com três ou quatro partes distintas. Não há nada no mundo do blues que é previsível sobre o MEGADETH, com certeza.”
Além disso, ele sentiu a necessidade de honrar o baixista clássico DAVID ELLEFSON o máximo possível — por respeito profissional e por saber que os fãs esperam um som específico do grupo. Ele diz:
“A parte desafiadora foi que eu estava tentando honrar o trabalho do DAVE ELLEFSON, por respeito a ele e aos fãs da banda, porque percebi haver um som bem específico do MEGADETH, por várias razões. Cada elemento era importante. Eu tentei me aproximar o máximo do timbre dele, toquei com uma palheta que nem ele, apesar do DAVE [MUSTAINE] falar: ‘Eu sei que você toca com os dedos. Dá pra tocar com os dedos’. Mas eu não achava que soava certo pra banda, por isso não fiz.”
Saída e retorno
LOMENZO originalmente deixou o MEGADETH em 2010 para a volta de ELLEFSON à formação. Ele retornou à banda como músico ao vivo em 2021 após seu antecessor/sucessor ser demitido após vazamento de registros íntimos online. No ano seguinte, o baixista foi efetivado como integrante novamente.
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