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JOHN CORABI sobre voltar a fazer algo com o MÖTLEY CRÜE: “até que NIKKI SIXX se desculpe, sem chance!”

Embora sua passagem pelo Mötley Crüe tenha sido curta e rendido apenas o homônimo álbum de 1994, que ficou à margem do reconhecimento que merecia ter tido, John Corabi ainda hoje é questionado sobre seu passado na banda e também sobre sua relação atual com os ex-companheiros Nikki Sixx, Tommy Lee e Mick Mars. Foi o que aconteceu nesta última quinta-feira (18), por exemplo, no programa “Trunk Nation with Eddie Trunk”, da SiriusXM. Corabi foi perguntado sobre a possibilidade de um dia voltar a trabalhar com a banda caso a mesma tivesse algum problema com Vince Neil e ele recebesse uma ligação, no que ele respondeu (conforme transcrito pelo Blabbermouth): “Não. Posso afirmar com certeza que há zero chance de isso acontecer”, disse Corabi, antes de impor uma condição para que ele pensasse na possibilidade de tocar novamente com a banda: “Até que Nikki e eu pudéssemos sentar em uma mesa e tomar uma xícara de café e ter uma longa conversa, isso nunca vai acontecer!”.

Corabi prosseguiu: “Inicialmente, eu estava, tipo, ‘Tanto faz. Isso não importa. Cansei de ir atrás desses caras!’. Tommy me procurou. Agora temos uma comunicação de novo. Mick eu tenho estado com ele. Até o Vince, estou bem com ele. Mas por alguma razão Nikki começou tudo isso sobre eu não contribuir para o disco de ’94, que foi doloroso e que eu (enquanto isso) estava, tipo, pouco ligando. Mas é só esse lance irritante que continua. E até fizemos um show nesse lance (festival) chamado “Loud Park”, em Tóquio, quando eu estava com o (The Dead) Daisies e Nikki sentou na lateral do palco e simplesmente fez alguns comentários negativos sobre a banda. E eu o disse, “Cara, qual é o seu problema? Mas eu não me importo. Quer saber? Se é isso que o faz feliz, divirta-se. Não importa para mim”. Mas agora está em um ponto em que a única maneira que eu poderia remotamente pensar em fazer qualquer coisa o Mötley é se Nikki me ligasse e dissesse, ‘Sinto muito. Quero encerrar essa rincha’. E eu diria, ‘Bem, também sinto muito por qualquer coisa que eu disse e tenha te ofendido’. Mas até que isso aconteça, não há chance. Isso nunca vai acontecer”, disse Corabi, evidenciando seu ressentimento.

Se por um lado Mick Mars considera Mötley Crüe o melhor álbum da carreira da banda, por outro Sixx não o vê com bons olhos. Há alguns anos, o baixista criticou o disco em entrevista à revista Sweden Rock. “Foi doloroso para mim, porque John Corabi não sabe escrever letras e eu tive que fazer todo esse trabalho”, afirmou. “Foi a primeira vez que tive que trabalhar com alguém que queria participar da letra e meu padrão é tão alto que foi muito difícil, levou meses. Normalmente escrevo um monte de letras em uma hora”, gabou-se. “Foi difícil, porque ele era um cara legal, mas não tinha aquele fogo (referindo-se à atitude que considera ideal para alguém escrever uma boa letra), e foi difícil para mim”.

Perguntando há alguns anos pela Rock Interview Series o motivo de Sixx fazer comentários desse nível, mesmo tendo passado mais de duas décadas do lançamento do disco homônimo, Corabi disse não saber e mencionou uma entrevista que concedeu à produtora Gasolina Filmes, no extinto Blackmore Rock Bar, em São Paulo, em sua primeira visita solo-acústica ao Brasil, em março de 2010. “Não faço ideia. Eu não sei. A única treta que eu tive com Nikki foi provavelmente há 10 anos, e era algo em relação à sua… Eu tinha dado uma entrevista, eu estava no Brasil e o entrevistador me fez uma pergunta, ‘Você leu o livro “The Heroin Diaries”, do Nikki?’, referindo-se ao livro de Sixx, de 2007, que supostamente foi tirado de diários reais que Sixx mantinha no final dos anos 80, enquanto estava nas garras de um vício quase fatal em heroína.

“E eu disse, ‘Sim. Eu possuo o livro. Eu comprei o livro.’ E ele (o repórter) perguntou: ‘O que você acha?’. Eu disse: ‘É uma ótima leitura.’ Agora, eu não sei se o cara estava fazendo isso para me fazer de isca ou o quê, mas ele disse, ‘Bem, você acredita em tudo isso?’. E eu: ‘Tanto faz, cara. Não importa. É uma ótima leitura’. E ele: ‘Bem, você acha que foi fantasiosa?’ E eu disse: ‘Claro. Claro que foi.’ — Bem, por que você diz isso? “Porque (a biografia oficial da banda) “The Dirt” era”. “Eu sei de fato que “The Dirt” era exagerada”… Então, eu disse, ‘Além disso, todos os viciados em heroína que eu conhecia não tiveram a visão de trazer um diário com eles e escrever merdas como estava acontecendo ou não conseguiam se lembrar do que eles fizeram na noite anterior’. Então continuei, dizendo, ‘Talvez Nikki seja diferente, mas as que eu conhecia… Então eu acho que foi um pouco… Pode ter sido um pouco fantasioso’. E deixamos por isso mesmo. Dois meses depois, Nikki me mandou um e-mail, chateado. Ele disse, ‘Cara, eu não gosto que você tenha criticado meu livro.’ E eu disse, ‘Eu não desprezei isso.’ E respondi a ele: ‘Ok. Antes de tudo, algumas coisas. Você viu a entrevista inteira? Porque na entrevista eu disse, no início e no final, que era um ótima leitura e comprei o livro’. E também: ‘Por que você se importa com qualquer coisa que eu tenha a dizer?’. E cliquei em ‘enviar’. Aí ele retornou, dizendo, ‘Ah, cara, tudo bem. Desculpe. Eu não vi tudo… Ok. Ótimo. Incrível’. E foi legal, foi colocado pra dormir”.

Confira a entrevista a qual Corabi se refere, realizada em 2010.

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