Após dezesseis anos, os Sex Pistols retornaram aos palcos em 2024, desta vez com o vocalista Frank Carter (Gallows, The Rattlesnakes) substituindo o polêmico John Lydon, mais conhecido como Johnny Rotten. Dezesseis anos é exatamente o período que Jones e Rotten não se falam, conforme declarou o guitarrista em recente entrevista ao podcast Rockonteurs. “Não falo com ele há anos”, admitiu Jones. “(Em) 2008 foi a última vez que falei com ele. Fizemos 30 shows pela Europa. Fizemos um monte de festivais e tudo mais, Japão, Austrália… Acabamos no Hammersmith Odeon, Hammersmith Apollo, e depois tivemos mais um show no País Basco e foi isso”. Em recente entrevista ao The I Paper, Lydon comentou os shows da banda feitos com Carter e criticou a performance, inclusive dizendo que soa como Karaokê.
“Quando ouvi pela primeira vez que os Sex Pistols estavam em turnê este ano sem mim, isso me irritou. Isso me incomodou. Eu apenas pensei: ‘Eles vão matar tudo o que era bom com os Pistols, eliminando o ponto e o propósito de tudo isso’. Eu não escrevi essas palavras levianamente. Eles estão tentando banalizar todo o show para se safar com o karaokê, mas a longo prazo, acho que você verá quem tem o valor e quem não tem.”
O vocalista acrescentou:
“Nunca vendi minha alma para ganhar um dólar. É o católico em mim – essa culpa na qual eu não quero tropeçar. Como Nancy Reagan (ex-primeira-dama dos Estados Unidos, esposa do presidente Ronald Reagan (1981–1989), sempre achei fácil simplesmente dizer ‘não’. Se algo desafia seu coração, sua alma, sua mente e seu senso de pureza do que é certo e errado no mundo, então apenas diga não. O que, de acordo com o pensamento corporativo que enigmas do negócio da música, me rende o título de ‘difícil de trabalhar’ – um título do qual tenho muito orgulho.
Lydon e Sex Pistols seguirão afastados
Em entrevista ao podcast Rockonteurs, Steve Jones disse em novembro de 2024 que a banda permanecerá afastada de seu ex-frontman, Johnny Rotten. De acordo com o guitarrista, ele, Paul Cook (bateria) e Glen Matlock (baixo) manterão o Sex Pistols tendo Carter como seu vocalista. O guitarrista falou também do atual momento do grupo, tendo o jovem cantor no microfone: “É diferente. É uma vibração diferente. Noite e dia”, afirmou, ressaltando o bom ambiente.
“Ele não tenta ser John“, continuou Jones, elogiando o cantor. “É simplesmente divertido. Você sabe o que quero dizer? E parece divertido. Além disso, estamos tocando como deve ser tocado. E você tem esse lunático pulando por todo o lugar. Ele traz um grande elemento para a parte divertida disso.”
Steve Jones garantiu que a nova formação dos Pistols seguirá firme em 2025: “Vamos para a estrada no próximo ano!”.
Processo pode ter afastado Lydon da volta dos Pistols
Em 2021, foi aberto um processo envolvendo os integrantes dos Sex Pistols, especificamente entre John Lydon e os demais membros da banda, devido a divergências sobre o uso das músicas em produções audiovisuais, particularmente no contexto da série Pistol, dirigida por Danny Boyle e lançada em 2022. Lydon se opôs à utilização das músicas dos Sex Pistols na série, que é baseada na autobiografia do guitarrista Steve Jones, intitulada Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol.
Os outros membros, Jones e Paul Cook, junto com o espólio do falecido baixista Sid Vicious, queriam que as canções fossem incluídas na série para capturar a essência da banda. Lydon, no entanto, alegou que essa decisão violava seus direitos, já que ele não concordava com o retrato da banda e da sua própria imagem na série.
A disputa foi levada a tribunal, onde a decisão final foi favorável aos demais membros da banda. O juiz concluiu que a licença para o uso das músicas poderia ser decidida por um voto majoritário, com base em um acordo feito em 1998 que determinava que as decisões de licenciamento poderiam ser decididas dessa forma. Isso permitiu que as músicas dos Sex Pistols fossem usadas na série, mesmo sem a aprovação de Lydon.
O caso destacou as tensões internas entre os membros da banda e as dificuldades que músicos muitas vezes enfrentam ao tentar preservar seus legados artísticos, especialmente quando há desacordos sobre como sua história deve ser contada.
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