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KATATONIA – São Paulo/SP

Por: Heverton Souza

Fotos: Rafael Andrade

Raramente uma banda com carreira longa consegue se manter na mesma sonoridade, o que não foi diferente com os suecos do Katatonia. Com mais de 30 anos de estrada, ela se iniciou num funeral doom metal, mas foi mudando gradativamente até se achar em um som alternativo, ainda com as influências góticas e uma aura densa de quem ainda carregava um lado depressivo e introspectivo. Porém, desde o álbum Fall of Hearts (2016), a mudança sonora foi para um caminho mais experimental, que claramente afastou alguns fãs e conquistou outros. E a prova maior disso estava na pista do Carioca Club numa noite quente de sábado (25), na Capital Paulista.

Sem o guitarrista Anders Nyström, um dos fundadores ao lado do vocalista Jonas Renkse, o Katatonia se apresentou para casa cheia, quase em lotação máxima, apenas como um quarteto, com parte das guitarras em playback e outras tantas e executadas apenas pelo guitarrista Roger Öjersson. Ver a pista da casa tão cheia, mostra mesmo que a maioria ali curte bastante esse novo Katatonia mais “feliz”. Não raro, em músicas mais recentes, víamos pessoas dançando, uma boa parte uma galera mais jovem que passou longe do passado da banda.

O quarteto entrou em palco às 19h15, um horário bastante precoce para um sábado, focado em seu mais recente disco: Sky Void of Stars, trazendo para os fãs a sequência que inicia o álbum, com Austerity e Colossal Shade. Dava pra notar o desconhecimento de uma parte dos presentes, afinal, o disco saiu há pouco mais de 3 meses, mas uma outra parte não apenas sabia o que rolava como cantava junto. Leathean voltou ao álbum Dead End Kings, o primeiro que começou a dividir fãs, ainda em 2012, mas que até então não chegava a ter o “cancelamento” de outros. Para alegrias justamente desses outros, Deliberation voltou todos ao ano de 2005.

Em palco, além de os já citados vocalista Jonas e o guitarrista Roger, ainda tínhamos o baixista Niklas Sundin (o mais agitado) e o baterista Daniel Moilanem. Renkse, apesar de seguir como um cara tímido, escondido por trás da cabeleira por todo o show, no melhor estilo Primo With, tenta conduzir mais o público que outrora, mesmo sem se comunicar tanto. E claro que a sonoridade “feliz” dos discos atuais da banda ajuda o vocalista a conduzir mais sua plateia.

Passada Birds, mais uma do disco novo dos caras, a alegre Behind the Blood foi vocalizada por toda uma base de fãs recentes dos suecos, enquanto quem esperava pelo arrasto e peso, foi agraciado com Forsaker. Observando tudo ali e relembrando as demais passagens da banda pelo Brasil, principalmente a primeira, de 2011, era uma noite estranha. Katatonia sem Anders (ou sem Blakkheim para os fãs “cringe”), playback de guitarra, gente feliz dançando Katatonia, e um calor terrível dentro da casa, que não costuma falhar tanto em seus sistemas de ventilação. Era mesmo uma noite estranha!

Após a maravilhosa e grudenta My Twin, que teve o coral do público elogiado por Jonas, o vocalista pergunta se estão todos se divertindo e anuncia Atrium, muito comemorada na pista e mais uma que trouxe momentos dançantes para vários presentes.

Old Heart Falls também foi bastante celebrada e seu título pode realmente representar os fãs mais velhos do Katatonia, que estavam ali com os corações caídos e até pisoteados com o show alegre e moderno da banda. Já Untrodden encerrou o set para a clichê volta da banda com o encore: July, com suas batidas tribais e um peso que botou todos a bangear e o clássico Evidence, a música mais antiga do set, parte integrante de Viva Emptiness, que completa seus 20 anos nesse 2023.

E acabou! O set, para quem já havia buscado na internet, não era nenhuma novidade, mesmo assim, muitos desacreditavam que o show seria tão curto (cerca de 1h15). Indignação foi uma palavra em comum na noite, seja pelo calor surreal dentro do Carioca Club, seja pelo show curto de quem queria muito mais ou pela total ausência de qualquer coisa mais antiga no set. E olha que os fãs da fase realmente pesada e gutural nem se atreveriam a ver a banda desde a primeira passagem deles pelo Brasil, há 12 anos, mas o foco nos três últimos discos e a lotação da casa, mostram que o Katatonia vive bem com seu atual lado experimental e longe das introspecções góticas do passado. E azar de quem não gostar!

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