Depois de anos e anos ouvindo primordialmente músicas guiadas por vozes que entoam melodias das mais diferentes maneiras, é compreensível que você olhe para um disco instrumental como um desafio. Levando em consideração um guitarrista como Kiko Loureiro, mundialmente conhecido por sua proficiência técnica, talvez você até pense que esse pode ser um desafio insuperável.
Mas, calma, dê uma chance a este Theory of Mind. Sim, Kiko escreveu um álbum instrumentalmente inabalável, digno do currículo daquele que é talvez o guitarrista brasileiro mais conhecido no mundo, mas ao ouvir músicas como a belíssima Talking Dreams, você ficará preso pelas ótimas melodias e nem lembrará o quanto “deveria” ser difícil ouvir música instrumental.
Blindfolded ganha a atenção com seu groove único e instrumental bem encaixado: a guitarra brilha, mas baixo, bateria e teclado prendem o ouvinte em uma audição prazerosa, que soa como música e não como aula de guitarra. Não há nada como o Megadeth aqui, mas se você sente falta da faceta mais pesada de Loureiro, Point of No Return, The Other Side of Fear e Out of Nothing são ótimas pedidas, beirando o trabalho de alguns atos tech/death.
Por fim, vale ressaltar aqui o talento de Loureiro, que criou um disco instrumental em que a guitarra é a protagonista, mas a música é o enredo. De onde estiver, Ryo Kawasaki deve estar aplaudindo de pé.
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