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KNOTFEST – São Paulo (SP)

19 e 20 de outubro de 2024 - Allianz Parque

Foto: @flashbang – via @30e

 

Por Marcelo Gomes

Fotos: @flashbang – via @30e

 

19 de outubro

Após dois anos desde a primeira edição do Knotfest realizada no Brasil, o festival liderado pelos americanos do Slipknot voltou a ser realizado em São Paulo, desta vez no Allianz Parque. O primeiro dia foi uma celebração monumental do metal, com apresentações que demonstraram a diversidade e a força do gênero. As bandas Dragonforce, Meshuggah, Amon Amarth, Mudvayne e Slipknot, junto com as brasileiras Ratos de Porão, Krisiun, Project46, Eminence e Eskröta, comandaram o festival, cada uma trazendo uma energia distinta para os fãs.

O primeiro show do dia foi da Eskröta, trazendo ao palco do Knotfest o poder do punk e do grindcore com letras de crítica social e empoderamento feminino. A banda apresentou um setlist feroz, começando com Grita e mantendo a energia em alta com temas como Eticamente Questionável e Cena Tóxica. A performance de Mosh Feminista, com participação da banda The Mönic, foi um dos pontos altos, criando um momento de união e resistência no Allianz Parque. Mulheres encerrou o show de forma poderosa, recebendo uma resposta intensa do público e consolidando a Eskröta como uma das vozes mais potentes e autênticas do metal feminista brasileiro.

Foto: @flashbang via @30ebr

O Orbit Culture trouxe uma mistura poderosa de death metal melódico e groove metal ao Knotfest Brasil 2024, conquistando os fãs com sua performance sombria e enérgica. A banda foi uma das mais esperadas do dia e começou o set com Descent e Strangler, que imediatamente prenderam a atenção do público, criando uma atmosfera intensa e imersiva. O vocalista Niklas Karlsson entregou uma performance vocal carregada de agressividade e melodia, enquanto o instrumental pesado e denso aumentava a intensidade do show. Em North Star of Nija, a banda elevou ainda mais o clima, com riffs cortantes e uma execução precisa que levou os fãs a moshes intensos.

Com faixas como A Sailor’s Tale e Vultures of North, o Orbit Culture demonstrou seu talento para criar músicas com um peso brutal, mas cheias de passagens melódicas. While We Serve e Saw trouxeram solos poderosos e mudanças de ritmo que envolveram o público até o final. Cada música reforçou o som único da banda, que equilibra brutalidade e melodia de forma impressionante. Orbit Culture deixou sua marca no Knotfest, e a resposta do público brasileiro mostrou que o grupo conquistou novos fãs ao trazer um dos shows mais sólidos e intensos do dia.

Foto: @flashbang via @30ebr

A banda Kryour fez uma apresentação envolvente e introspectiva, destacando seu metal moderno e atmosférico. O set começou com Why Should I Know? e Anxiety, que mostraram o som denso e emocional do grupo, atraindo os fãs para uma experiência musical intensa. Em Chrysalism e Restless Silence, o vocalista e os instrumentistas imprimiram um peso emocional que se refletiu na plateia, mergulhando o Allianz Parque em um clima de melancolia e agressividade bem balanceados. Encerrando com When We Got to Go, o Kryour demonstrou sua habilidade em combinar peso e melodia de forma autêntica, conquistando a atenção e o respeito do público.

Foto: @flashbang via @30ebr

O Dragonforce chegou para apresentar seu power metal ultrarrápido e técnico, prendendo a atenção do público logo de início. A abertura foi com Cry Thunder, considerada “lenta” para os padrões da banda. Talvez fosse só para preparar o público para o que estava por vir. Tudo voltou ao normal com Fury of the Storm, com uma demonstração impressionante de habilidade, na qual os guitarristas Herman Li e Sam Totman executaram solos incrivelmente rápidos e precisos.

Apesar do foco na velocidade, o Dragonforce também soube equilibrar o setlist com momentos mais melódicos, como em Power of the Triforce e The Last Dragonborn, permitindo que a audiência recuperasse o fôlego. Outros destaques foram os covers de My Heart Will Go On (Celine Dion) e Wildest Dreams (Taylor Swift), executados bem ao estilo Dragonforce, ou seja, à velocidade da luz. A banda entregou um set empolgante e encerrou com a icônica Through the Fire and Flames, que fez a plateia vibrar ao som dos riffs rápidos e da bateria acelerada.

Foto: @flashbang via @30ebr

O Eminence entregou uma performance explosiva e intensa, apesar do som baixo, destacando sua fusão de groove metal e influências do death metal. A banda começou com Burn it Again, incendiando o palco e puxando a energia do público para cima desde os primeiros riffs. Em The God of All Mistakes e Dark Echoes, o vocalista Bruno Paraguay liderou com vocais potentes e ferozes, enquanto a banda demonstrava uma coesão impressionante, especialmente nas seções de bateria e guitarra.

Wake up the Blind e Unfold trouxeram um peso adicional ao show, prendendo a atenção dos fãs e gerando mosh pits intensos. Encerrando com Day 7, o Eminence consolidou sua apresentação como um dos shows mais pesados e marcantes do festival, deixando o público em êxtase e ansioso por mais.

Foto: @flashbang via @30ebr

A atmosfera mudou drasticamente com a chegada do Meshuggah. Com som mais introspectivo que une metal progressivo e polirritmos intricados, a banda trouxe uma intensidade hipnótica ao palco. Broken Cog abriu e levou o público a acompanhar toda aquela complexidade sonora que veio a seguir com Rational Gaze, God He Sees in Mirrors e Future Breed Machine. A precisão cirúrgica da banda fez jus à sua reputação de mestres do metal técnico, e a resposta dos fãs foi de reverência.

Finalizaram com Bleed e Dimiurge, cujos vocais agressivos de Jens Kidman, combinados com um instrumental virtuoso, criaram uma experiência sensorial intensa, em que cada nota parecia estar calculada para maximizar o impacto. Embora sua música seja menos acessível do que as outras bandas do festival, o Meshuggah cativou o público com sua abordagem única, proporcionando uma experiência auditiva imersiva. A interação mínima com o público foi compensada pelo impacto sonoro de suas composições, que ressoaram pelo estádio de forma avassaladora. A apresentação foi uma verdadeira aula de como combinar agressividade com técnica refinada.

Foto: @flashbang via @30ebr

Diretamente do palco Maggot, o Project46 chegou para jogar o público para cima de novo. É impressionante a energia dos caras! Se até então estava tudo meio parado, eles chegaram para mudar isso. Reformulado, o Project46 veio para mostrar que tem seu lugar na cena. Com Japa na bateria, de apenas 17 anos, e agora com Vini Castellari sendo o único guitarrista, junto com Baffo Neto (baixo) e Caio MacBeserra (vocal), os caras vieram com os dois pés no peito. O setlist, iniciado com Atrás das Linhas Inimigas, incendiou o Allianz Parque e chamou os fãs para se unirem à crítica social e à agressividade sonora da banda. Em Violência Gratuita, a atmosfera ficou ainda mais intensa, e os mosh pits surgiram com força total, refletindo a conexão da banda com a plateia e o clima de rebeldia e protesto que define seu som.

A sequência com a recém-lançada 4six e Erro +55 trouxe momentos de destaque para a performance vocal de Caio e a precisão instrumental dos músicos, que entregaram cada riff e breakdown com maestria. Em Pode Pá, o som da guitarra do Vini sumiu por alguns momentos, mas isso não abalou o público, que pulava a cada batida. O show encerrou com Foda-se (Se Depender de Nós), que foi cantada a plenos pulmões pelos fãs, marcando um encerramento catártico e cheio de atitude. Infelizmente, por questões técnicas e de tempo, a banda não pôde tocar Acorda pra Vida, que já é considerada um clássico da banda. No entanto, o Project46 reafirmou seu papel de uma das vozes mais fortes do metal nacional contemporâneo, deixando uma ótima impressão no festival.

Foto: @flashbang via @30ebr

Amon Amarth trouxe uma atmosfera épica ao palco, com dois vikings gigantes no palco, aliado ao seu poderoso death metal melódico. A banda não decepcionou, levando os fãs a uma jornada pela mitologia nórdica com músicas como Guardians of Asgard, Twilight of the Thunder God e The Pursuit of Vikings. O vocalista Johan Hegg, com visual imponente e voz poderosa, comandou o público com facilidade, fazendo da apresentação uma verdadeira viagem aos campos de batalha viking. Com um cenário imponente e a presença marcante de Hegg, a banda misturou sua música com uma teatralidade envolvente. Twilight of the Thunder God e The Pursuit of Vikings foram momentos de verdadeira histeria, com o público cantando junto e levantando chifres vikings em homenagem às lendas nórdicas evocadas pela banda. E como não poderia faltar, os fãs remaram sentados no chão em Put Your back into the Oar. É impressionante a legião de fãs que os suecos têm.

Além da sonoridade avassaladora, o Amon Amarth também ofereceu uma performance visual impressionante. Hegg, com sua voz grave e postura dominante, guiou o público como um verdadeiro comandante em batalha, enquanto os solos de guitarra de Olavi Mikkonen complementavam a grandiosidade da apresentação. A banda mostrou por que é uma das forças mais influentes do death metal melódico contemporâneo. A interação foi constante com a plateia, que cantou junto com o coro poderoso de cada refrão, especialmente em Raise Your Horns, que encerrou a apresentação. O Amon Amarth trouxe uma produção visual de alto nível, com cenários que remetem a navios vikings e batalhas, intensificando ainda mais a atmosfera mítica que permeia suas músicas. Foi um dos shows mais teatrais e imersivos da noite.

Foto: @flashbang via @30ebr

A apresentação do Krisiun foi uma verdadeira celebração do death metal brasileiro. A banda, conhecida por seu som brutal e técnica impecável, iniciou o set com Ominous, que já trouxe a intensidade típica do trio, dominando o palco com riffs pesados e uma bateria devastadora. Em seguida, Combustion Inferno manteve o ritmo frenético e provocou uma resposta imediata do público, com rodas por várias partes. A presença de palco da banda foi magnética, com Alex Camargo no vocal demonstrando uma potência visceral que ecoou por todo o estádio.

O show continuou com Blood of Lions e Scourge of the Enthroned, mostrando o domínio técnico da banda, especialmente nos solos precisos de Moyses Kolesne. A apresentação encerrou com Serpent Messiah, coroando o set com uma explosão final de brutalidade e técnica. A reação do público foi de pura euforia, celebrando cada acorde e cada grito gutural. O Krisiun demonstrou por que é uma das bandas mais respeitadas no cenário de death metal, deixando sua marca no festival com uma performance poderosa e inesquecível.

Foto: @flashbang via @30ebr

Quando o Mudvayne subiu ao palco, a expectativa estava alta. Após um longo período de hiato, a banda retornou com força total, com sua mistura de new metal e groove; a atração era uma das mais esperadas da noite. Abriram com três petardos: Not Falling, Silenced e Internal Primates Forever. Chad Gray já não tem a mesma voz de outrora, mas compensa com sua presença de palco, enquanto a banda demonstrou que a química permanece intacta após tantos anos. O início foi intenso e levou o público à loucura. O vocalista Chad demonstrou-se preocupado e parou o show por quase cinco minutos para se certificar de que as pessoas que estavam na grade não estavam sendo prensadas.

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Com tudo resolvido, retornaram com Fall into Sleep, -1, Dull Boy e Determined. A energia visceral da banda e os riffs pesados de Greg Tribbett criaram um ambiente caótico e poderoso. Para felicidade dos fãs, eles entregaram alguns de seus clássicos, como Under My Skin e Nothing to Gein, que fazem parte da história do new metal. Fecharam com Dig. Mais uma vez, a resposta dos fãs foi calorosa, encerrando com chave de ouro a apresentação dos americanos. A performance explosiva do vocalista Chad Gray foi um dos destaques, com sua energia inigualável e interação constante com a plateia, que respondeu com um mosh pit intenso e gritos ensurdecedores.

Além da intensidade vocal, o baixista Ryan Martinie mostrou por que é considerado um dos músicos mais técnicos do gênero, com linhas complexas que adicionaram profundidade às músicas. A química da banda no palco foi evidente, e o público aproveitou cada momento dessa viagem nostálgica ao auge do new metal. Mudvayne provou que continua relevante e poderosa, fazendo uma ótima estreia em palcos brasileiros.

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O Ratos de Porão trouxe uma energia explosiva para sua apresentação. Com um setlist carregado de hinos do punk e hardcore, a banda fez ecoar suas mensagens ácidas e politizadas pelo Allianz Parque, refletidas em músicas como Alerta Antifascista e Farsa Nacionalista. A banda, liderada por João Gordo, não poupou críticas à organização do festival em pleno show, devido à falta de iluminação em seu palco. Canções como Amazônia Nunca Mais e Crucificados pelo Sistema destacaram a crítica feroz que define o som da banda, recebendo respostas fervorosas dos fãs, que gritavam cada verso em sintonia com o grupo.

Foto: @flashbang via @30ebr

Na sequência, faixas como Beber até Morrer e Aids, Pop, Repressão mantiveram a intensidade e instigaram ainda mais os mosh pits e rodas. A apresentação fechou com Crise Geral, um clássico absoluto do repertório da banda, que foi cantado em uníssono por uma plateia em êxtase. O show do Ratos de Porão foi uma verdadeira catarse, deixando para trás as adversidades e mostrando a resiliência do quarteto.

Foto: @flashbang via @30ebr

O show do Slipknot no Knotfest Brasil 2024 marcou uma noite histórica, não só pela presença de hits consagrados, mas pela estreia em solo brasileiro de Eloy Casagrande, baterista conhecido por sua passagem por Sepultura e pela banda de Andre Matos. A recepção dos fãs foi avassaladora desde antes do início da apresentação, com o estádio inteiro gritando o nome do baterista. Muitos fãs estavam com estampa do Slipknot com os dizeres: “A banda do Eloy”.

O setlist mesclou clássicos e surpresas, começando com a potente (sic), que desencadeou uma reação imediata da plateia, com muitos cantando em uníssono e dando início aos primeiros mosh pits. Em seguida, Eyeless e Wait and Bleed mantiveram a energia elevada, com Corey Taylor comandando a multidão, enquanto Eloy Casagrande massacrava sua bateria, conquistando a plateia a cada batida. Sua habilidade e energia trouxeram uma nova intensidade às faixas, fazendo com que a banda Slipknot se sentisse mais integrada ao espírito brasileiro do festival, estabelecendo uma forte conexão com os fãs. Quando tocaram Before I Forget, uma estreia na turnê, a emoção aumentou ainda mais, levando muitos ao êxtase enquanto Corey dedicava palavras de gratidão ao público.

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Com o decorrer do show, faixas como Psychosocial, The Devil in I e The Heretic Anthem transformaram o Allianz Parque em um verdadeiro pandemônio. Eloy brilhou nesses momentos, mostrando sua capacidade de manter o ritmo frenético e adicionando seu toque pessoal nas passagens mais agressivas. O público, por sua vez, respondeu de maneira calorosa, com cada vez mais mosh pits.

O Slipknot é uma banda que transforma shows em eventos teatrais, e no Knotfest não foi diferente. Com seu visual clássico e máscaras icônicas, entregaram uma performance assustadoramente visceral, como nos velhos tempos. Não faltaram Unsainted, Custer, Prosthetics e Vermilion para ilustrar a trilha sonora do apocalipse, demonstrando a diversidade da banda em misturar brutalidade com momentos mais melódicos e emocionais. A performance foi uma verdadeira montanha-russa de emoções, com momentos de pura agressividade e outros de profunda conexão com o público.

Foto: @flashbang via @30ebr

Na reta final, com a icônica Duality como parte do bis, os fãs se juntaram em um coro uníssono, transformando o Allianz em um local de devoção. Corey Taylor aproveitou para estimular o público ainda mais antes de Spit it Out, mas, infelizmente, não rolou o ‘jumpdafuckup’. No entanto, o público não se importou e curtiu do mesmo jeito. A última faixa, Surfacing, selou a apresentação, deixando os presentes eufóricos e consolidando o evento como um dos melhores shows de metal do ano no Brasil.

A estreia de Eloy Casagrande no Brasil foi definitivamente um dos pontos altos do show, sendo ovacionado ao sair do palco e tornando o espetáculo inesquecível tanto para a banda quanto para os fãs. No final, Slipknot provou por que é uma das maiores bandas de metal do mundo.

Foto: @flashbang via @30ebr

 

20 de outubro

O segundo dia do Knotfest Brasil 2024, foi marcado por uma diversidade de estilos e performances impressionantes, passando pelo new metal, pop-metal japonês, metal industrial, metal alternativo e metal extremo. As apresentações de P.O.D., BabyMetal, Seven Hours After Violet, Till Lindemann, Bad Omens e Slipknot, aliadas às atrações brasileiras como The Mönic, Papangu, Korzus, Ego Kill Talent e Black Pantera, proporcionaram uma experiência energética e imersiva para os fãs.

Abrindo os shows, o The Mönic marcou sua apresentação pela atitude, cativando a plateia com seu som único e letras provocativas. Iniciando com Sabotagem e Bruxaria, o quarteto trouxe uma fusão de rock e punk carregada de peso e intensidade, criando uma atmosfera eletrizante. A sequência com Atear e Nocaute mostrou a força das guitarras e a presença de palco das integrantes, mantendo o público em sintonia com o show. A colaboração especial em TDA, com Yasmin Amaral da banda Eskröta, adicionou um toque hardcore, enquanto o dueto com MC Taya em Bitch, Eu Sou Incrível encerrou a apresentação com uma explosão de empoderamento e autenticidade.

Foto: @flashbang via @30ebr

A performance de Poppy foi uma mistura intensa de metal e pop, cativando o público com sonoridade ousada e visual impactante. Abrindo com Bloodmoney, a artista estabeleceu uma atmosfera intrigante, que logo se intensificou com o cover de V.A.N., do Bad Omens, trazendo um toque pessoal à faixa. Em músicas como Sit / Stay e the cost of giving up, Poppy alternou entre momentos melódicos e explosões de peso, refletindo sua habilidade em transitar entre gêneros de forma dinâmica.

A reta final com faixas como I Disagree, Scary Mask e Concrete mostrou a variedade e energia de Poppy, com uma performance que uniu vocais suaves e gritos poderosos. Bite Your Teeth e X destacaram sua postura e seu estilo visual único, desafiando as convenções tanto no som quanto na estética. Ao encerrar com New Way Out e Concrete, Poppy reafirmou sua identidade multifacetada e deixou uma forte impressão no público do festival, mostrando que é uma artista diferenciada no cenário atual.

Foto: @flashbang via @30ebr

O show do Papangu foi uma verdadeira celebração da cultura nordestina mesclada ao peso do metal progressivo. Claramente influenciados por Sepultura fase Chaos A.D. / Roots e Angra com Holy Land, conseguiram fazer um som único e diferenciado. Com um setlist que incluiu faixas como Boitatá e Oferenda no Alguidar, a banda impressionou o público com sua sonoridade única, que mistura riffs pesados e percussões tradicionais.

A performance foi marcada por um clima místico e intenso, destacando temas regionais e lendas brasileiras, especialmente em faixas como São Francisco e Maracutaia. Encerrando com a potente Acende a Luz, o Papangu entregou uma apresentação envolvente e autêntica, que provou o poder do metal com raízes culturais profundas.

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O P.O.D. abriu o palco com a energia do new metal que marcou os anos 2000, combinando rap, reggae e rock pesado. A banda trouxe, além dos clássicos, músicas do seu mais recente trabalho, Veritas (2024). Abriram com Drop e I Got That, material novo que logo caiu nas graças dos fãs. O carismático vocalista Sonny Sandoval manteve uma conexão calorosa com a plateia, garantindo uma performance que não apenas revivesse a sonoridade dos anos 2000, mas também ressaltasse a relevância do P.O.D. na cena atual.

A apresentação seguiu com Set it Off, Boom e Rock the Party, clássicos da banda que exploraram a presença de palco intensa de Sonny e demonstraram a habilidade da banda em alternar momentos suaves e pesados, mantendo o público engajado durante toda a apresentação. A resposta entusiasmada dos fãs mostrou que a banda ainda possui uma base fiel e cativante, refletindo a conexão com sua mensagem positiva e energética. O encerramento foi com Alive, clássico absoluto da banda que colocou o estádio inteiro para cantar seu refrão. Com sua fusão de estilos, o P.O.D. mostrou que seu som segue atual e relevante, conseguindo agradar tanto os fãs mais antigos quanto novos. A interação da banda com o público reforçou seu carisma e paixão pela música, uma energia que eles mantêm desde o início da carreira. A performance foi um lembrete de que a banda continua a influenciar o new metal e a capturar novos fãs.

Foto: @flashbang via @30ebr

Na sequência, foi a vez do veterano do thrash metal nacional Korzus. Abrindo com Guilty Silence, a banda já mostrou a que veio, e faixas como Raise Your Soul e Discipline of Hate trouxeram aquela sonoridade agressiva, com riffs pesados e uma performance incendiária de Marcello Pompeu. Com um setlist que incluiu clássicos como What Are You Looking For e Truth, o público se entregou em intensas rodas, exaltando o peso e a brutalidade que são marcas registradas do Korzus. Encerrando com Correria, a banda solidificou sua posição como um dos pilares do metal brasileiro, entregando uma apresentação explosiva, que foi uma verdadeira celebração do metal nacional.

Foto: @flashbang via @30ebr

Confesso que não sabia o que esperar do BabyMetal, trio japonês de pop-metal. Assim que a introdução se iniciou, uma histeria tomou conta do Allianz Parque. Abriram com BabyMetal Death e nem o som ruim que chegava ao público diminuiu a empolgação dos fanáticos. A segunda faixa, Pa Pa Ya!, que lembra muito o que a Ivete Sangalo faz só que com guitarras mais pesadas, tirou os fãs do chão – parecia uma micareta… Em Distortion, os fãs tentavam acompanhar as coreografias enquanto em BxMxC faziam rodas na pista.

As meninas que combinam metal com coreografias inspiradas no J-Pop, ganharam a plateia com sucessos como Gimme Chocolate!! e Ratatata. A presença visual e a energia do grupo, apoiadas por uma banda técnica e poderosa, levaram os fãs à loucura. O público simplesmente adorou o grupo japonês, mostrando que a mistura de metal, pop e coreografias encontrou seu espaço. O trio demonstrou total domínio de palco, e o contraste entre a doçura de suas vozes e o peso instrumental conquistou a audiência. Este estilo inusitado do grupo japonês não só é inovador, mas traz uma nova perspectiva à cena metal, promovendo um espetáculo que une culturas e estilos. A resposta do público foi calorosa, com muitos espectadores se entregando ao carisma e à teatralidade do BabyMetal.

Ao longo do show, as integrantes mostraram que o sucesso da banda é uma fusão de técnica, carisma e inovação. Elas conseguiram conquistar o respeito dos fãs de metal e introduziram um estilo novo e contagiante ao Knotfest, provando a força do gênero em um contexto global.

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Depois do show das meninas da terra do sol nascente, ficou muito difícil manter aquela empolgação toda. O desconhecido Seven Hours After Violet, que tem o baixista Shavo Odadjian (System of a Down), bem que tentou, mas não empolgou muito. A banda tem um estilo metalcore, o que proporcionou uma apresentação visceral, destacando-se por intensidade vocal e peso. Apresentaram músicas de seu trabalho de estreia, como Paradise, Float, Radiance e Alive, mostrando a essência da banda para um público acompanhava com atenção.

O encerramento foi com Prison Song, cover do System of a Down, que, para surpresa de todos, teve a participação do baterista John Domayan. Foi uma grata surpresa para o público brasileiro e o ponto alto da apresentação dos caras. Apesar de serem uma banda relativamente nova, o Seven Hours After Violet se mostrou competente. Foi um momento de descoberta para muitos presentes e a performance serviu para consolidar a banda como um dos nomes emergentes do metal.

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Till Lindemann, vocalista do Rammstein, entregou ao festival uma performance solo marcada por teatralidade e intensidade. Em um show que mesclou música industrial com elementos de pirotecnia e efeitos visuais, Lindemann apresentou faixas como Zunge, Fat e Golden Shower, capturando a essência provocadora de suas apresentações. O enigmático cantor manteve a audiência hipnotizada e intensificou o ambiente sombrio que caracterizou o show.

A performance de Till Lindemann foi um espetáculo completo, com efeitos de iluminação e figurinos que realçaram a atmosfera densa e intensa da apresentação. Ele trouxe ao palco uma estética dark e teatral que se destacou dentre as demais apresentações, adicionando um elemento de choque e admiração à experiência do festival. Além disso, suas músicas são bem variadas, umas mais pesadas, outras mais introspectivas e algumas com elementos de música eletrônica, como Schweiss, Sport Frei e Ich Hasse Kinder, que encerrou a apresentação, criando uma conexão única entre o artista e o público. Lindemann demonstrou total controle de sua presença de palco, levando o público a uma montanha-russa de emoções. O impacto visual e a sonoridade pesada fizeram do show um dos momentos mais intensos do Knotfest. Sua performance foi mais do que um show; foi uma experiência artística que explorou o lado sombrio e introspectivo do metal, com uma entrega única e memorável.

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Destoando um pouco do restante do line-up do festival, o Ego Kill Talent chegou para representar o rock alternativo brasileiro. Acostumados a se apresentar ao lado de grandes bandas como Metallica, System of a Down e Foo Fighters, a banda levou um setlist curto, mas consistente, composto por Now!, We Move as One, Last Ride e Sublimated, sem deixar a desejar frente a qualquer outra atração.

Foto: @flashbang – via @30e

O show do Bad Omens foi intenso e emocionalmente carregado, conquistando os fãs do início ao fim. A banda foi uma das mais esperadas do evento. Vários fãs com a camiseta da banda aguardaram ansiosamente por esse momento. Os norte-americanos abriram com Concrete Jungle, mergulhando o público em uma viagem profunda que imediatamente captou a atenção de todos. O vocalista Noah Sebastian entregou uma performance potente, mostrando uma excelente combinação de vocais melódicos e agressivos, enquanto a banda demonstrava precisão e intensidade musical. Artificial Suicide elevou o nível de agressividade, com riffs pesados e uma bateria poderosa que fizeram a multidão reagir de forma fervorosa, mergulhando na adrenalina da apresentação.

No meio do set, o destaque foi a performance de V.A.N., que contou com a participação especial de Poppy, a cantora que possui uma sonoridade experimental e única. Esse dueto trouxe uma dinâmica interessante ao show, com a voz doce de Poppy combinando com a faixa mais eletrônica e demonstrando a versatilidade da vocalista, que foi da voz mais doce aos vocais mais agressivos quando o peso da música se fez presente. Anything > Human e What Do You Want from Me? continuaram com a carga emocional da apresentação, abordando temas de autoconhecimento e superação. O público acompanhava cada linha, refletindo a conexão profunda que a banda criou através de letras introspectivas e intensidade musical. Faixas como What It Cost e Like a Villain acrescentaram um peso dramático, sendo recebidas com entusiasmo e participação de todos.

Foto: @flashbang via @30ebr

A reta final do show foi ainda mais emocionante. Em The Death of Peace of Mind, a banda trouxe uma sonoridade melódica e densa, criando uma paisagem quase cinematográfica, enquanto Just Pretend e Dethrone encerraram o set com uma explosão de energia. A resposta do público a Just Pretend foi particularmente apaixonada, com muitos cantando em coro e entregando-se totalmente à experiência. Com um setlist que explorou os sucessos mais populares e faixas mais profundas, a performance do Bad Omens foi muito bem recebida, mostrando que a banda tem uma grande base de fãs no Brasil. Eles foram uma adição valiosa ao line-up, trazendo diversidade de estilos e um show impactante, demonstrando maturidade musical e confirmando o potencial de se tornarem uma das maiores forças do metal alternativo.

Foto: @flashbang via @30ebr

O show do Black Pantera foi um marco de intensidade e resistência no palco, mostrando uma mistura explosiva de hardcore e mensagens sociais poderosas. A banda abriu com Intro e Provérbios, lançando o público em um turbilhão de riffs pesados e letras ácidas. Faixas como Padrão É o Caralho e Mosha incitaram rodas poderosas, enquanto Sem Anistia (Só as Mina) promoveu um momento de destaque para as mulheres na plateia. Fogo nos Racistas e Revolução É o Caos foram recebidas com entusiasmo e serviram como hinos de protesto, reforçando a presença combativa dos mineiros no cenário musical. Com Bota pra Fuder encerrando o show, o Black Pantera deixou uma marca inesquecível no festival, celebrando o poder do metal nacional com letras que ecoaram mensagens de luta e identidade.

Foto: @flashbang via @30ebr

Era chegada a hora dos anfitriões. O Slipknot entregou uma performance histórica e vigorosa no Allianz Parque. A banda trouxe um setlist especial e surpreendente, focando no primeiro álbum autointitulado, um presente para os fãs mais antigos. A banda abriu com a energia brutal e a intensidade que os caracteriza. A sequência com Eyeless e Wait and Bleed resgatou a nostalgia e a agressividade do início, com o público completamente imerso na atmosfera visceral criada pela banda. Com clássicos raros como Get This, Eeyore e Tattered & Torn (Sid Wilson Remix), a banda revisitou faixas menos tocadas, tornando o show ainda mais especial para os fãs de longa data. Essas músicas, carregadas de elementos industriais e uma pegada crua, representam a fase inicial do Slipknot e têm um tom ainda mais sombrio. A presença de palco e a energia de Corey Taylor e Sid Wilson trouxeram uma conexão direta com a essência das faixas, transportando o público aos primórdios da banda e revivendo a intensidade desse material.

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A resposta do público foi avassaladora. Em momentos como Liberate e Purity os fãs gritavam e batiam cabeça, respondendo à energia brutal que o grupo emanava. O impacto emocional dessas músicas foi evidente, e a multidão cantava em uníssono, mostrando uma conexão profunda com as letras e a carga emocional do Slipknot. A performance de Prosthetics e No Life foi marcada por sua densidade, com a plateia reagindo intensamente a cada riff pesado e ao ritmo frenético da percussão. Saíram do palco com Only One, com Eloy Casagrande ovacionado por seu solo no meio da música.

No bis, a banda voltou com Mudslide e elevou mais ainda o clima com a icônica Spit it Out, na qual, infelizmente, não rolou o já tradicional “jump the fuck up” – mas, mesmo assim, o público foi à loucura. Fechando a noite com Surfacing e Scissors, o Slipknot encerrou o show com uma energia devastadora, mostrando por que são considerados uma das bandas mais marcantes do metal. Essas últimas músicas sintetizaram a energia bruta e caótica que a banda trouxe ao festival, deixando o público completamente esgotado e satisfeito.

Foto: @flashbang via @30ebr

O show foi uma celebração aos 25 anos de carreira, e o Slipknot demonstrou um domínio absoluto de palco e conexão com o público brasileiro. A performance foi não apenas um show, mas uma experiência que exaltou a intensidade do metal e o impacto cultural do Slipknot. Não precisa nem dizer que Eloy roubou a cena mais uma vez, provando ter sido a escolha perfeita para a banda. Com um setlist que explorou tanto sucessos quanto raridades, eles conseguiram entregar um espetáculo memorável, consolidando-se mais uma vez como a maior atração do Knotfest e um dos grandes nomes no cenário do metal mundial.

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